Minha vizinha

764 82 6
                                    

Acordei e fui até a geladeira, infelizmente a comida havia acabado, eu tinha um dinheiro guardado então iria passar no mercado para comprar algumas coisas depois do trabalho, resolvi passar na padaria da esquina para tomar café.

-Bom dia seu Luís. Falei com o dono da padaria

-Jovem Brian quanto tempo não aparecia aqui. Disse sorrindo simpático

Seu Luís era um senhor de idade muito sorridente, porém muito cansado, ele era viúvo, seus filhos estavam na faculdade e a única pessoa que lhe fazia companhia era Jamilly, sua afilhada que ajudava na padaria.

-Brian!- Jamilly sorriu ao me ver - pensei que tinha se esquecido da gente. Disse ela brincando

-Eu tenho trabalhado muito. "Em dois empregos pra ser mais exato" pensei

-Claro e hoje vai querer o que? Perguntou ela

-O delicioso empadão do seu Luís e um café com leite por favor. Falei e sorri, os olhos dela brilhavam, eu conhecia esse olhar, ela estava cometendo um erro grave, ela estava se apaixonando por mim.

-Brian?  Perguntou uma voz conhecida atrás de mim , me virei, era Elisa

-Elisa, o que faz aqui? "Nossa Brian que pergunta, o que alguém vem fazer na padaria?" Pensei

-Bom eu sempre tomo café aqui antes de ir pro trabalho. Disse ela abrindo um sorriso e sentando ao meu lado

-Aqui esta seu café Brian. Disse Jamilly

-Obrigado Jamilly. Agradeci

-E a senhorita o que deseja? Perguntou olhando pra Elisa com indiferença, não acredito nisso! Jamilly esta com ciúmes!

-O de sempre. Disse Elisa sem entender o olhar mortífero de Jamilly

-Chocolate quente e bolo senhorita Elisa? Pergunta seu Luís saindo da cozinha

-Sim. Respondeu ela

-Aqui esta, acabei de preparar, a senhorita sempre vem no mesmo horário.  Disse ele

-Grata seu Luís - Falou Elisa,quando todos se afastaram ela perguntou- Só eu notei um olhar estranho na garota ali?

-Não, eu também notei. Falei sério

  Isso me preocupa muito, falsos amores e falsas esperanças não foi o que eu vim fazer como humano.

-Acho que ela não gostou muito de mim. Concluiu Elisa

-Impossível alguém não gostar de você, ela apenas não te conhece ainda. Disse, ela me olhou e sorriu.

-Você existe mesmo?

-Que? Perguntei confuso

-Você além de ler, ser educado, ser bonito e cavalheiro você ainda sabe exatamente o que alguém quer ouvir, você existe mesmo? Falou ela sorrindo

- Bem... tecnicamente sim afinal estou vivo agora. Digo e dou um sorriso

-Tecnicamente? Pergunta ela confusa

-Quem sabe um dia eu te explico- Falo simpático e olho pro relógio pro relógio- É melhor eu ir, o Sr. Ramires não vai gostar que eu chegue atrasado.

-Eu te acompanho meu trabalho fica naquela direção. Diz ela

-Tudo bem- Digo ao vê-la se levantar-  Seu Luís pode por na minha conta?

-Claro rapaz- Disse ele sorrindo- O seu também senhorita Elisa?

-Sim seu Luís, por favor. Responde Elisa

Saímos da padaria e eu resolvi puxar assunto.

-Com o que você trabalha?  Perguntei

-Sou jornalista, mas eu sempre quis lançar um livro de românce- Diz ela com brilho no olhar- Eu sou apaixonada por palavras, tanto uma música, um livro, ou até mesmo uma um jornal, tudo com uma boa letra ou história me fascina, por isso virei jornalista, escrever uma história ou uma notícia é gratificante, renova minhas energias, não tem nada melhor do que amar o que faz.

-Por quê não pública um românce?

-Eu sempre começo um livro mais nunca consigo terminar, as vezes as ideias de um novo livro surgem, as vezes não gostei do rumo da história , e muitas vezes eu fico muito ocupada pra terminar. Diz ela meio decepcionada consigo mesma

-Tenho certeza que vai conseguir, e eu serei o primeiro a comprar. Disse

-Promete?

-Prometo, e eu nunca quebro uma promessa.

-E você Brian, qual seu sonho?

-O meu sonho? - pensei um pouco antes de responder- Acho que um mundo onde as pessoas nasçam sabendo amar, assim não haveria conflitos, e as pessoas teriam mais tempo pra ser feliz. "Eu teria mais tempo pra ser feliz" pensei

-É um bom sonho... mas será muito difícil, não acho impossível, mas é um sonho muito difícil. Mentiu ela

Passei o resto do caminho pensando. Um mundo onde as pessoas saibam amar não é um sonho difícil, é um sonho quase impossível, duraria séculos, e eu já sou cupido a séculos, queria que as pessoas aprendessem a amar assim eu não teria que ajudá-las e eu estaria livre pra ser feliz, estaria livre pra descobrir como é amar alguém.

-Brian? Elisa me trouxe pra realidade interrompendo meus pensamentos

-Sim?

-Chegamos no seu trabalho. Disse ela sorrindo

Sério? Já?  Me virei para ver e sim chegamos na frente do Café Castle.

-Bem... então tenha um bom dia de trabalho Elisa. Digo

-Você também- Ela vem até mim e me abraça- Nos vemos no almoço. Diz ela indo embora, entro no café e me deparo com Celeste me olhando como se tivesse acabado de ver um unicórnio cor de rosa.

-Bom dia Celeste, você está bem?Pergunto

-Estou ótima, e aquela garota? É a garota de ontem né? Que te desconcertrou do trabalho?

-Não sei do que você esta falando. Me faço de desentendido

-Você sabe sim, e aí você gosta dela?

-É claro que não Celeste. Digo um pouco irritado

-Nossa você fala como se fosse algo proibindo, você é novo e não tem nada de errado em se apaixonar, e nem você consegue disfarçar que gosta dela, você a olha como se ela fosse única.

Não, você não entendi, tem tudo errado em me apaixonar e ainda mais por Elisa, o destino dela não é comigo e sim Elisa é única, especial, encantadora, linda e apaixonante, mas não era a garota pra mim, na verdade não existe uma garota pra mim.

-Desiste dessa ideia Celeste, acredite ela é absurda.

-No amor as vezes cometemos coisas absurdas. Disse ela e me lançou uma piscadela, eu sou o cupido e Celeste é a romântica incurável? Riu comigo mesmo




*Espero que estejam gostando da história, desculpem os erros de acentuação, e pesso que compartilhem com os amigos, bjs da Juuh*

A garota do caféOnde histórias criam vida. Descubra agora