Capitulo 21

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POV * Yara*

Acordei com os raios de sol a entrarem pela janela. O meu vestido estava dobrado ao meio, numa cadeira perto da janela. Esperguicei-me na cama até que me dei conta do que tinha acontecido. Levantei-me  rapidamente, pegando no lençol assim que vi que estava nua. Ao cobrir-me com o lençol, olhei para todos os lados procurando por Alexander, mas assim que vi um bilhete na mesinha de cabeceira, parei e peguei no bilhete.

* Bom dia.
Saí com a Matilda. Fomos até um parque.
A Leonor, regressou a Portugal. Qualquer coisa urgente com o trabalho. Não te preocupes, o Oliver foi com ela.
Assim que eu voltar do passeio com a nossa filha, iremos ter um dia só para nós dois.
Pedi a Margaret que deixasse um vestido no quarto.
Use-o. É uma prenda.
Com amor, Alex. *

Respirei fundo e sentei-me na cama. Tinha feito o que não pretendia fazer. Tinha mostrado o lado que menos queria mostrar. Mostrara-lhe confiança. A minha intenção sempre fora manter-me o mais longe possível daquele homem. Agora estragara tudo. Além de passar uma noite com ele, agora já eram duas, as vezes que dormira com ele. E para piorar, eu gostara de ambas as noites. Aquele era um homem difícil de se recusar. Por mais que tentasse. Deixava-me descontrolada. Sem conseguir pensar direito.

Olhei para o anel de diamantes no meu dedo, sabendo que o pior tinha chegado. Eu apaixonara-me por Alexander. Com todas as minhas forças, eu amava-o.

Depois de tomar um banho,  deparei-me com um vestido de verão amarelo sobre a cama, agora feita. Como quase todos os vestidos que vestira desde que comecara a viver no Palácio, aquele também tinha um decote exagerado. Talvez aquele fosse o vestido mais ousado que eu iria vestir, até ao momento.

Coloqui o vestido com a ajuda de Margaret e soltei os cabelos. Margaret fez-me uma maquilhagem leve, disfarçando  as olheiras causadas pelas poucas horas que dormira e deu-me uns sapatos de salto preto. Ao olhar-me ao espelho, apercebi-me de que o decote mostrava ainda mais que o que pensara.

- Margaret, não tenho outra opção de vestido?

- Lamento senhorita Yara, mas só tem mesmo este para vestir hoje. O Príncipe pediu-me para certificar-me de que o vestia. Mas qual o problema?

- O decote. Está muito exagerado.

- Eu acho que está maravilhoso. Está linda senhorita. De tão linda que é, se estivesse de branco, eu acreditaria de que se tratava de um anjo.

- Obrigada Margaret. - Agradeci sorrindo.

Ao descer as escadas, ouvi a voz da minha filha. A menina corria com uma quantidade exagerada de brinquedos nas mãos. Cada vez que dava um passo, algum brinquedo caía e ela corria atrás para o apanhar. Ri diante da inocência da minha menina. Logo atrás, Alexander carregava outros brinquedos, acompanhado de um mordomo.

- Mamã! - Gritou a menina ao ver-me, deixando os brinquedos cairem todos no chão.

- Bom dia, minha pequenina. - Disse baixando-me para pegar na minha filha ao colo, dando-lhe um beijo na testa.

- Mamã, fui com o papá passear!

- Foste? E gostaste?

- Muito! Fomos ao parque.

- Muito bem. Fico feliz que tenhas te divertido muito. - Alexander aproximou-se de nós,  com um sorriso iluminado. 

- Nunca pensei que cuidar de uma menina com a idade dela, implicasse tantos brinquedos.

- É normal. Mas por favor, não a mimes tanto.

- Yara, ela é minha filha e nunca lhe faltará nada. Assim como a ti. - Disse aproximando-se ainda mais de mim e dando-me um beijo.

- uuhhh... que nojo. - Disse Matilda, virando a cara para o outro lado. - Alexander riu-se do comentário da filha e deu um beijo na cabeça da menina.

- Um dia, espero que muito tarde, vais lá chegar. Quando arranjares um namorado. E como disse, espero que bem muito mais tarde.

- Eu não quero namorado.

- Assim é que se fala filha. Bem, eu irei pedir à Margaret para ficar de babysiter. Ela tomará conta da Matilda enquanto estivermos sozinhos.

- Onde vamos?

- Estava a pensar em levar-te a almoçar num dos restaurantes da família. A família real tem diversas empresas e maior parte delas é em restauração. Temos muitos restaurantes.
Assenti e depois de deixar Matilda com Margaret, acompanhei Alexander até ao jardim, onde um motorista nos aguardava na calçada.

O almoço corria bem. Estavamos no septuagésimo segundo andar de um dos mais altos restaurantes do mundo. O salão tinha paredes de vidro num dos lados e a paisagem era maravilhosa. Os candelabros eram feitos de pequenos diamentes, refletindo os raios de sol que davam uma iluminação natural ao salão. As serventes usavam uma saia preta e uma camisa branca com um blazer preto e uma gravata vermelha. Já os serventes, usavam calças preta, uma camisa preta e uma gravata dourada. As mesas eram quase todas de dois lugares, cobertas com uma toalha dourada e, sobre ela, pratos brancos, dois copos cristalizados, talheres de prata e um guardanapo de pano creme. No centro de algumas mesas, estavam pequenos arranjos florais. Já noutras, havia um pequeno vaso com uma vela a boiar na água com pétalas de flores. Desde que entrara, ainda não consegui parar de admirar a beleza daquele lugar.

- É lindo não é? - Olhei para Alexander.

- Sim.

- Este era um dos restaurantes destinado ao meu irmão mais velho.

- Não é mais?

- Não.

- Porquê?

- Ele foi deserdado. Escolheu uma plebéia. Assim como eu o fiz. Os meus pais não aceitaram e expulsaram-no.

- Lamento.

- Já faz alguns anos. Não o vejo desde então. Acredito que se fosse agora, talvez os meus pais aceitassem a mulher dele como te aceitaram.

- O Rei ainda não me aceitou.

- Mas vai.

Sorri para Alexander que agora agarrava na minha mão. Sentia o toque da mão dele na minha mão, como se tocasse em todo o seu corpo. Queria que ele me tocasse novamente como fizera na noite passada. Queria implorar por uma repetição dessa mesma noite.
Tentando controlar-me, com a mão livre, tomei um gole de água. De nada ajudou. Pelo contrário, fazia-me desejá-lo ainda mais, especialmente depois que ele começou a beijar-me a mão, espalhando todos os beijos pelo braço, e chupando todo os meus dedos dando-me arrepios de prazer. Sentia-me rendida àquele homem.

1° Livro Royal Lovers - A Bebé SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora