Capitulo 28

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POV * Yara*

3 Meses Depois

Sentei-me no sofá creme da salão do Palácio, com Alexander ao meu lado e com Leonor e Oliver à nossa à frente. O silêncio deixava-me ainda mais irritada com a minha própria irmã. Esperei que alguém quebrasse o silêncio da sala, mas como ninguém o fez, eu tomei a iniciativa.

- O que te passou pela cabeça para fazeres aquela loucura, Leonor? - Perguntei, irritada. Leonor olhou para mim, com cara de santa, como se o que acontecera, não fosse culpa dela.

- Eu não fiz nada de mal.

- Tu invadis-te à força, o colégio onde a Matilda está!  - Desta vez foi Alexander que falou.
- Contínuo a dizer que não fiz nada de mal. A culpa foi do segurança que não me deixou passar. Se ele tivesse me dado autorização, eu não precisava de entrar à força.

- Tu quase foste presa, Leonor! - Gritei. - Se não fosse o Alex, a esta hora estarias atrás das grades!

- Não seria a primeira vez e acredito que não seria a última. 

- E ainda tiveste a estúpida ideia de levar o Oliver contigo! - Continuou Alexander.

- Eu não o obriguei. Ele quis vir.

- Para tentar impedir-te de cometer uma loucura! - Defendeu-se Oliver.

- Parabéns pelo teu fracasso, Oliver. - Disse Alexander, cruzando os braços. - Começo a duvidar das tuas capacidades de segurança. 

- Alex, não há nenhum segurança no mundo, que consiga segurar esta mulher. Eu tentei para-la e quase sofri as consequências por me meter na frente dela. Ela quase me matou, juntamente com o segurança.

- Deviam é de me agradecer. Tu e esse segurança têm sorte de ainda respirarem. - Resmungou Leonor, cruzando os braços e encostando-se no encosto do sofá.

- Leonor, isto é um assunto sério e grave. - Continuei. - Para além de teres feito frente ao segurança,  ainda bateste num policial e mandas-te uma professora de baixa! Nem uma criança é capaz de fazer o que tu fizes-te!

- Eu apenas queria ver a minha sobrinha! Eu não aceito ficar tanto tempo sem a ver! É a minha sobrinha! A Matilda é como uma filha para mim!

- E é a minha filha e mesmo assim, eu não fiz o que tu fizeste!

- Maninha, tu e eu somos pessoas muito diferentes. Eu tenho a coragem que tu não tens. Tenho a certeza de que também queres ver a Matilda, mas a tua falta de coragem para enfrentar as autoridades, não te vai levar a lado nenhum.

- Eu não sou louca como tu.

- Eu já disse quinhentas vezes, que não sou louca.

- O que tu dizes não coincide com aquilo que tu és.  - Disse Alexander.

- Vejam pelo lado positivo. Amanhã estarei na capa de todas as revistas e jornais. Vou ser famosa!

- Famosa? - Começo a concordar com o Alexander. A minha irmã tem de ser internada num hospício! - Leonor, o que vai sair nas revistas e nos jornais de amanhã, vão ser criticas ao teu comportamento!

- E é com essas criticas que vou ficar conhecida. Repetindo, vou ser famosa. 

- Não tem nada de bom nessa fama!

- Para mim tem. E ainda não desisti de ver a minha sobrinha.

- Vais fazer o quê,  agora? Pôr o colégio todo abaixo? - Perguntou Alexander, levantando-se e passando a mão no cabelo, tentando não perder a paciência com a minha irmã.

- Se tiver de ser, sim. Meto aquele colégio abaixo. E desta vez, quem tentar proibir-me de ver a minha sobrinha, tem passe livre para conhecer o depois da vida.

- Se fosse agora, eu teria-te deixado atrás das grades. Ao menos lá não praticavas as tuas loucuras e eu estava mais descansado. - Leonor riu em gargalhadas e eu sabia o porquê.

- Meu querido cunhado, nem uma parede de barras de ferro me detêm.

- Ela já fugiu da prisão uma vez. - Expliquei, vendo a cara confusa de Alexander.

- O quê? Quando e como?

- Cinco anos atrás. - Respondi. - Ela praticamente encantou os policiais, que ficaram caidinhos por ela e roubou-lhes as chaves da cela.

- E nenhum policial foi atrás dela?

- Foram. Pelo menos seis. Mas o meu pai pagou a fiança e ainda lhes deu dinheiro a mais para esquecerem a fuga.

- Nem quero saber o motivo que a enfiou na prisão!

- Não foi por nada de grave. Apenas bati numa vagabunda que estava de olho no meu namorado. As outras vagabundas tiveram sorte. Fui presa logo na primeira com quem acertei contas.

- Yara, ainda vamos a tempo de pôr a tua irmã num hospício. - Disse Alexander para mim. Não vou negar. Eu estava tentada a realmente pôr a minha irmã num hospício. Suspirei e encarei a Leonor.

- Leonor, por favor, não arranjes mais confusões.  Tu és a mais velha de nós as duas e no entanto eu ajo como a irmã mais velha e tu como a mais nova.

- A nossa ordem de nascença, não é culpa minha.

- Tu sabes onde eu quero chegar.

- Eu posso tentar mudar,  mas não prometo nada. Eu já sou assim por natureza.

- O facto de tentares já é muito bom.

- Posso ir agora? Tenho uma encomenda para ir buscar. - Olhei desconfiada para a minha irmã.

- Que encomenda é essa?

- Surpresa. Irei oferecer à Matilda. Vão amar. Ele é lindo de morrer.

- Ele? O que raio vais buscar? - O rosto de Alexander fez-me rir, mas ao mesmo tempo, eu fazia a mesma pergunta que ele, entendendo o motivo que o levara a ficar preocupado.

- Já disse que é surpresa. É uma prenda minha para a minha sobrinha. Agora, se me dão licença,  eu preciso de ir. Oliver, tu vens comigo. - Oliver, que se mantivera calado durante o resto da discussão, resmungou qualquer coisa inaudível e levantou-se contra vontade, seguindo Leonor para a porta de saída do salão.


1° Livro Royal Lovers - A Bebé SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora