Capítulo 9 - Especial Leonor

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POV *Leonor*

Orientada pelo mordomo do Príncipe, aguardei na sala privada de que o Príncipe se referira mais cedo. Olhando para mim, estava o mordomo, que mais cedo se apresentara como Oliver, mordomo e segurança principal do Príncipe Herdeiro Alexander. Não devia de ter mais de quarenta anos. Talvez uns trinta e cinco. O seu cabelo, era preto carvão, assim como o meu. Os seus olhos também eram pretos. Escuros como a noite. O corpo musculado, era o que chamara a minha atenção. Só Deus sabe, o quanto eu o quero tocar. Como ele é lindo. Aquele corpo e aqueles olhos, deixam-me fora de mim.

Já a tal sala privada, era bastante grande. Tinha uma mesa no centro com trinta cadeiras. Num dos cantos, encontrava-se um sofá grande, com uma mesa central pequena. Nas duas janelas, também elas grandes, estavam cortinas azuis bebé. As plantas e as pequenas árvores, à volta da sala, dão um ar bastante acolhedor, mas não do meu agrado.

- Vejo que está admirar a sala. - Olhei para Oliver. Meu Deus! O Deus Grego puxou conversa comigo! O que eu digo? Eu quero comer-te! Não. Vou assustar o homem.

- Sim. É bonita. - Sério? Sim, é bonita? Com tantas coisas que podias dizer, tinhas que dizer isso! Burra! Lá se foi a conversa. Burra! Burra! Burra!

- Concordo. - Disse Oliver sorrindo. E que sorriso! Sorri de volta, sem saber o que dizer. - Bem, acredito que o Príncipe Alexander, deve chegar a qualquer momento.

- Não sei como fazes, Oliver, mas adivinhas sempre quando estou perto.- Disse o Príncipe, enquanto entrava na sala e fechava as portas. Oliver, fez uma reverência e sorriu. Eu nem acredito que tenho dois deuses gregos na minha frente e nem posso tocar neles! Que mundo cruel! Porque infelicidade, os pobres não são ricos e lindos de morrer? O mundo e as suas lógicas! Que raiva!

- São muitos anos a conviver contigo Alexander. - Os dois olharam para mim. O que eu fiz? Sorri. É a minha arma. Sorrir. Já me rendeu umas quantas noites quentes. - Bom, vou sair para que possam falar mais à vontade. Qualquer coisa, estarei lá fora.

- Obrigado Oliver.

- Aceita beber alguma coisa? - Perguntou o Príncipe, assim que Oliver saiu. Beber não, mas até te comia.

- Não obrigada. Não pretendo demorar muito. - Dei o sorriso mais inocente que tenho. Se é que eu tenho um sorriso inocente. Só sei sorrir para provocar e tenho diploma disso.

- Muito bem. Vamos ao que interessa. Estou curioso sobre a foto que me deu. Quem é a menina da foto?

- É a minha sobrinha. Filha da minha irmã mais nova, Yara. O nome dela é Matilda. - Reparei no ar confuso dele. - Foi numas férias que tiramos e decidimos ir conhecer o Reino Unido. Uns dias antes da festa, eu conheci o Rafhael e ele convidou-nos. Abusamos ambas na bebida. Eu bem... como posso dizer de uma maneira educada...? Ah, eu vou ser honesta. Eu dormi com o Rafhael. A minha irmã dormiu com outro rapaz. Três meses mais tarde, a minha irmã descobriu que estava grávida. Bem, os nossos pais não aceitaram o facto de que Yara estava grávida de um rapaz de outro país. Mas o pior foi quando Yara lhes disse que não sabia quem era o pai. Não se lembrava quem era o rapaz com quem dormiu. Os nossos pais, expulsaram-na de casa. Eu acolhi-a em minha casa e os nossos pais, ficaram sem as únicas duas filhas. Eu tenho coração e não deixaria a minha irmã na rua, até porque ela nem queria ter ido aquela festa. Só foi porque eu praticamente a obriguei. Continuando, quando a Matilda nasceu, eu e Yara fomos mãe e pai para ela. À cerca de duas semanas atrás, vimos as notícias na televisão sobre o Príncipe do Reino Unido. A minha irmã congelou quando reconheceu o rapaz.

- Está a insinuar, que a menina da foto é minha filha? - Será que ele ouviu a minha história? Eu não insinuei. Eu fui directa! Suspirei e assenti. Esperei vários minutos por uma reação dele. Uma reação que estava a demorar muito e paciência não é algo que conste no meu dicionário.

- Não vai dizer nada? - Resolvi perguntar, passados minutos que para mim quase pareceram horas. Não! Dias, sim, pareceram dias!

- É difícil de acreditar. Eu exigo um teste de paternidade. Se esta menina for realmente minha filha, o que não acredito, eu irei assumir a responsabilidade.

- De momento, é um bocado difícil fazer o teste de paternidade. Mas eu concordo.

- Por acaso, está a tentar enganar-me? A senhora insinua que a sua sobrinha é minha filha. Quer que eu acredite nisso sem um teste de paternidade? - É para esquecer. Este homem tem um corpo de Deus Grego, mas não gostei da maneira dele falar para mim. Eu nunca insinuo. Eu sou sempre o mais directa possível!

- O problema não é o teste. - Suspirei, ligeiramente irritada, controlando-me para não atacar o Deus Grego falso. - A minha irmã fugiu com ela. Ela não queria que descobrisse sobre a Matilda. Ela tem medo de ficar sem a filha.

- Mas a senhora veio até mim e contou-me. - Do tipo... eu sei o que vim aqui fazer!

- Tive de o fazer. Estou preocupada com a minha irmã e com a minha sobrinha. Quando a Yara mete uma coisa na cabeça, ela vai até ao fim. A minha irmã pouco dinheiro tem. Não vai aguentar muito tempo sem trabalhar. Sabe-se lá que emprego ela escolherá. Está até disposta a vender o próprio corpo para dar o necessário à Matilda.

- Então veio até mim, pedir ajuda para ajudar a encontrar a sua irmã.

- MEU DEUS! Não se preocupa com a Matilda? É a sua filha! Por acaso você é surdo? - Ok. Desta vez não me contive. De zero a dez, a minha paciência tem o limite de zero ponto cinco.

- Sem provas não posso acreditar no que diz.

- Bem, assim que encontrar a minha irmã e a Matilda, terá a oportunidade de fazer os testes que quiser.

Encarei-o, olhando mais uma vez para a foto da Matilda. Não podia negar que tinham os mesmos olhor azul turquesa. Uma cor de olhos rara. Difente do azul normal que se vê frequentemente. Então, para quê tanta desconfiança? Meu Deus! Enquanto este homem se decide, a Yara e a Matilda ainda estão por aí!

- Eu irei ajudá-la a encontrá-las, mas será um assunto privado. Só eu, a senhora e Oliver saberemos. Terei de informar-lo. Irei precisar da ajuda dele. Ele é discreto no que toca a assuntos confidenciais.

- Agradeço imenso, Príncipe. Espero que não demore tanto tempo a encontrá-las, como demorou a decidir se as ia peocurar ou não.

- Vejo que tem uma língua muito afiada, senhorita.

- Não é o primeiro a dizer-me isso. Acredita que até já me perguntaram se eu tenho uma doença?

- Foi uma pergunta que pensei em fazer. Agora, antes de ir, conte-me como é a sua irmã.

-Bem...- Ainda bem que vim preparada. Peguei numa outra fotografia e entreguei-lhe. Ele, olhou para a foto sem dizer uma única palavra, o que me deixou irritada pela falta de comunicação. A minha irritação também tem um limite e está prestes a entrar na zona bermelha.

- O nome dela é Yara, certo? - Assenti. - Como é a menina? - Sério? Tema porcaria da fotografia com ele, já viu como a Matilda é e ainda me faz perder tempo a descrever o que basicamente está na fotografia?

- Eu já lhe dei uma foto dela.

- Não falo fisicamente.

- Bem, a Matilda, é uma menina calma. Gosta muito da mãe, disso tenho certeza. Recentemente, descobrimos que ela é muda voluntariamente. Recusa falar. Na verdade, disse a primeira palavra quando o viu na televisão.

- Qual foi a palavra?

- "Papá". A Yara saltou de felicidade quando ouviu a Matilda a falar pela primeira vez. Normalmente, a Matilda fica aos cuidados de uma ama, mas a ama tirou três semanas de férias e a Yara teve de tirar férias mais cedo para tomar conta dela.

- Hum...

- A Matilda adora bolo de chocolate, gelado de morango e animais. Ela sempre aponta para as fotografias de cães. Acho que ela tenta pedir do seu jeito, um cão. Quando a Yara diz que não, ela faz beicinho e atira os brinquedos todos pelo ar. - O Príncipe sorriu. - Irá se apaixonar por ela assim que a vir. É uma menina encantadora. Apesar das maneiras dela fazer birra.

Levantando-se, o Príncipe estendeu-me a mão e despediu-se. Oliver, entrou passado um minuto e levou-me para a saída, dizendo que iria ser contactada.

1° Livro Royal Lovers - A Bebé SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora