Capítulo 29

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POV * Alexander*

Fiquei pasmado a olhar para a miniatura de burro, que Leonor acabara de trazer para o Palácio. A minha mãe, ainda a atual rainha, reagiu da mesma maneira que eu. Ficou ali, parada, na porta do Palácio que dava para o jardim real, pasmada a olhar para o bicho. A Yara, caminhava de um lado para o outro, resmungando com Leonor. Já Oliver, segurava a trela do animal, aguardando qualquer ordem que o fizesse sair dali o mais rápido possível.

- Tu certamente não bates bem da cabeça! Tu disses-te que irias tentar comportar-te! O que deu em ti, para trazeres um burro para o Palácio? - Perguntou Yara, fazendo frente à irmã, com as mãos na cintura.

- É uma prenda para a Matilda.

- Podias ter arranjado um cão! Ou até um gato! Ou um peixe! - Continuou, Yara, desta vez, afastando-se com os braços no ar.

- Os burros são fofinhos. Olha só para a carinha dele. É tão fofinha. - Disse Leonor, pondo-se de joelhos, apertando de leve, as bochechas do bicho, que em resposta, lambeu uma das mãos de Leonor. - Olha só que coisa fofinha que ele é! ,

- É um burro, Leonor! Não estamos na nossa antiga casa! Estamos num Palácio! Num Palácio! E mesmo que tivesses trazido um cão ou um gato, devias de ter pedido autorização primeiro ao rei e à rainha!

- Yara, tudo bem. Eu errei. Devia de ter pedido a autorização e não o fiz. Peco desculpas por isso, mas tudo tem um lado positivo.

- E qual é o lado positivo de trazeres um burro para o Palácio?

- O burro do teu marido já não se vai sentir sozinho. - Disse séria. A minha vontade é de esganar esta mulher!

- Leonor, isto não tem graça nenhuma!

- O teu senso de humor está avariado, maninha.

- Alteza, peço imensa desculpa pelo comportamento estúpido da minha irmã. Eu prometo que a vou pôr na linha. - Disse Yara para a minha mãe. Esperei pelo sermão que a rainha iria dar nas duas, mas fui surpreendido quando a mesma caiu em gargalhadas. Aquela não é a minha mãe. O normal seria ela começar aos berros, ordenando alguém tirar o bicho do jardim real. Desde quando a minha mãe se tornou meiga? Desde quando a minha mãe se ri assim?

- Minha querida Yara, desde que tu, a Matilda e a tua irmã vieram viver para o Palácio,  os meus dias têm sido hilariantes. Nunca me senti tão bem como me tenho sentido estes últimos meses.

- Agradeço que aprecie a nossa vinda, mas a minha irmã tem causado muitos problemas...

- Apenas o meu marido não acha piada nenhuma. Eu acho. Os meus filhos sempre foram muito certinhos. Bem, tirando a Diane. Ela é a rebelde da familia real. Eu sempre quis que os meus filhos fossem assim tão apaixonados por viver a vida. Por causa do meu marido, eu agi contra aquilo que eu realmente queria, mas tu fizeste-me abrir os olhos. Eu não vou para jovem, minha querida e não vou ter muitos mais anos pela frente. Eu preciso de mais momentos assim. A tua irmã é uma boa rapariga. Admiro-a muito. - Meu Deus! Esta não é mesmo a minha mãe! O que aconteceu com a mulher chata, resmungona e dona de si? E admirar a Leonor? O que raios se está a passar aqui? Será que a loucura da Leonor contagiou a minha mãe?

- Estão a ver? Até a própria rainha me admira! Agradeço a sua admiração por mim, Alteza. Então...onde posso pôr o Boly? - Esta mulher não está mesmo a pensar que a vamos deixar ficar com o burro aqui jo Palácio, pois não? 

- O Oliver pode te levar aos estábulos.  Tenho a certeza de que há espaço para o Boly. - Respondeu a Rainha, o que me fez encara-la de boca aberta. Só podem estar a gozar com a minha cara! Olhei para a Yara e vi que ela pensava o mesmo que eu.

Leonor seguiu Oliver, quase que saltando de alegria e a Rainha, rindo, entrou para dentro do Palácio, deixando-me sozinho com a Yara. Caminhei até ela, que ainda se mostrava chocada com a reação da minha mãe e agarrei-a pela cintura, puxando-a para mim.

- É impressão minha, ou a tua mãe concordou em deixar a minha irmã,  ficar com o burro?

- Foi isso mesmo que aconteceu. Nem eu tenho uma explicitação para a reação da minha mãe. - Rindo, colei os meus lábios nos da Yara, puxando-a ainda mais para perto de mim, com cuidado para não projudicar o pequeno ser que cresce dentro do seu ventre já volumoso.

- Estou a perder as esperanças na mudança da minha irma. Ela nunca vai deixar de ser como é.

- Acredita em mim. Ela vai.

- Alex, ela andou a fazer uma lista de possíveis namorados para a Matilda.

- O quê? - Agora, aquela louca foi longe de mais! É que nem pense que vou deixar a minha filha namorar tão jovem! Ainda por cima com alguém escolhido pela minha cunhada louca! - Eu vou acabar com essa lista!

- Eu já fiz isso. Queimei a lista. - Suspirei aliviado. - Agora ela começou a fazer a lista de possiveis namoradas para o nosso filho.

- Mas ele ainda nem nasceu!

- E pode ser uma menina, mas a Leonor meteu na cabeça que é um menino.

- Seja menino ou menina, ainda nem nasceu e a louca da tua irmã já lhe quer fazer um casório?

- A Leonor é assim.

- Eu preciso de arranjar urgentemente um homem para ela!

- Poupo-te trabalho, dizendo que não o vais conseguir fazer.

- Eu vou conseguir. Só preciso de arranjar a vítima.

- Bem, o Oliver gosta dela. - Encarei a Yara, com os olhos arregalados. O Oliver? O mesmo Oliver que eu conheço?

- Estás a falar do Oliver? O Oliver que trabalha para mim?

- Sim, Alex. O Oliver.

- O Oliver? - Perguntei novamente, ainda não acreditando no que a Yara acabara de dizer.

- Sim. O Oliver gosta da Leonor.

- Isso é possível? O Oliver só pode estar maluco! Como ele pode gostar de uma louca como a Leonor?

- O amor faz o impossível acontecer. Também me custa acreditar, mas sei que é a verdade.

- Tenho pena dele, mas se ele gosta dela, então o nosso querido Oliver será a nossa vítima.

- Tua vítima. Eu não me vou meter nisso. Eu conheço a minha irmã e sei que ela vai ficar possuida quando souber desse teu plano.

- Mas ela não vai saber. - Sussurrei, beijando-a.

- Os teus beijos acalmam-me. - Sussurrou. Sorri e beijei-a de novo. - Eu preciso de mais beijos. A Leonor acabou com quase toda a minha paciência. - Peguei nela ao colo e entrei, subindo as escadas em caracol e só parando quando a deitei na nossa cama.

1° Livro Royal Lovers - A Bebé SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora