Capitulo 26

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POV * Yara*

- O que eu ouvi é verdade? - Virei-me e encarei Leonor que entrara no meu quarto, como um furacão. - Vou ser tia outra vez?

- Sim, Leonor. - Respondi sorrindo.

- Estamos grávidas? - Ri do entusiasmo da minha irmã. 

- Sim, Leonor.  Estou grávida.

- Meu Deus! - Gritou correndo na minha direção e abraçando-me e depois pondo-se de joelhos, acariciando a minha barriga ainda inexistente. - Olá amor da tia! Estou anciosa para te conhecer. Mal posso esperar por saltares dai para fora!

- Leonor, ainda vais ter muito que esperar.

- Eu sei. Infelizmente. Meu amor, a titi vai te dar muito amor e vai fazer de ti um homem decente.

- Pode ser uma menina.

- Tenho a certeza de que será um menino. Irei ensinar-lhe tudo o que sei. Vai ter as mulheres todas na palma da mão. A Matilda já começou aprender comigo.

- Infelizmente. O Alex não está muito contente com o que andas a ensinar à Matilda. Ela quer arranjar um namorado e ainda só tem três anos.

- O Alex tem de aprender que a Matilda também tem direitos. Eu defendo os direitos da minha sobrinha e quando ela tiver idade, vai vir comigo para as festas. Se ela quer um namorado, então vamos arranjar um namorado para a minha querida sobrinha.

- Ela tem apenas três anos.

- E? Já tem idade suficiente para ter um namorado. E o meu sobrinho vai pelo mesmo caminho. Vai ter uma óptima professora.

- Arrepio-me só de pensar. Tudo o que imagino é os meus filhos ficando loucos como a tia.

- A minha loucura trouxe-nos até aqui, maninha. Para não falar que foi graças à minha loucura que a Matilda nasceu. E corrigindo, eu não sou louca. Eu sou apaixonada pela vida e gosto de viver para além dos limites. É bem mais divertido que uma vida monótona. Os meus sobrinhos vão seguir os meus passos. Mais tarde vais agradecer-me.

- Seja o que Deus quiser. Não te consigo impedir de nada.

- Mas eu consigo. Os meus filhos não vão ser loucos como tu Leonor.  - Disse Alexander entrando no quarto com a Matilda no colo. - A Matilda está com a ideia de arranjarnum namorado, graças a ti.

- Devias de agradecer, Alexander. É graças a mim que a minha sobrinha não vai para freira. Se dependesse de vocês os dois, tenho a certeza de que era isso que ela se tornaria.

- Provavelmente. - Concordou Alexander. 

- Podes agradecer-me mais tarde. Eu irei fazer da Matilda e do meu ainda não nascido sobrinho, jovens decentes e cobiçados, como vocês dizem. Só que à minha maneira.

- Tenho pena dos teus filhos que ainda estão por vir. - No mesmo momento, a tristeza romou conta da cara de Leonor e eu sabia o motivo. 

- Alex, por favor. Não falemos mais neste assunto. - Alexander olhou para mim confuso e depois para Leonor.

- Eu...eu já tive uma filha. - Sussurrou Leonor. O rosto de Alexander encheu-se de culpa e olhou para mim, procurando ajuda.

- É um assunto passado. A Leonor é uma ótima tia e será uma grande mãe.  Eu tenho a certeza disso. Aposto a vida dos meus filhos, nisso. Agora, vamos acabar com esta conversa. Devemos de estar todos felizes, não é? - O quarto continuou silencioso e constrangedor. Olhei para a Matilda e caminhei até Alexander, pegando a minha menina. - Vamos aproveitar que estamos os quatro aqui e vamos passear. - Sugeri, esperando mudar o ambiente. - A Matilda brevemente vai para a tal escola de etiqueta, portanto, precisamos de aproveitar o resto de tempo que nos resta até ela ir.

- Tens razão. - Disse Leonor, voltando ao normal. - Vamos fazer uma festa! - Leonor pegou na Matilda e encheu-o-a de beijos. - Eu vou ter tantas saudades tuas, meu amor! Vou morrer de saudades! Tens de aprender tudo e depressa porque, eu não vou aguentar ter-te longe por muito tempo.

- Ela vai ficar na escola de etiqueta por dois anos e meio. - Disse Alexander.

- O quê? Dois anos e meio? Um mês não é o suficiente?

- São ordens do rei. A Matilda vai ficar na escola por dois anos e meio e se quiser continuar, poderá continuar.

- Então eu vou visitá-la todos os dias.

- Vão ser proibidas visitas.

- Estás a gozar com a minha cara? Eu irei visitar a minha sobrinha, nem que eu tenha que arrombar o portão desse colégio ou tenha que cometer algum assassinato!

- É uma escola bastante segura. Mesmo que eu saiba que a tua loucura não tem limites, duvido que consigas passar pela segurança do colégio.

- Meu querido Príncipe, ainda não me conheces bem. Não sabes do que eu sou capaz. Se eu digo que consigo passar pela segurança desse colégio, é porque consigo. Não duvides da minha palavra. Uma palavra da Leonor Montenegro vale milhões. Eu irei ver a minha sobrinha custe o que custar. - Olhei para a Matilda, que como eu, assistia a discussão entre Alex e Leonor.

- Tens um pai e uma tia loucos.  - Sussurrei para a minha menina. - Por favor, não sejas como eles.

- Vais fazer o quê? Atacar todos os seguranças que guardam o portão?

- Se tiver que ser, até ataco as professora e o próprio rei! Não duvides!

- É por isso que eu não quero que a minha filha aprenda nada de ti! Ela vai acabar exatamente como tu. Uma fora da lei, louca e de nariz empinado!

- A Matilda vai seguir os meus passos, querias ou não queiras! É a minha sobrinha! Vai ser uma mulher muito sociável e educada!

- Tratando-se de ti, a minha filha vai ser sociável até demais!

- E isso não é bom,  porque?

- Porque a minha filha tem de se tornar uma menina educada e bem comportada. Tenho a certeza de que contigo a ensinar-lhe o que é a vida, bem comportada éalho que ela não vai ser.

- Mas ao menos vai aprender o que é a vida!

- Isso também eu lhe posso ensinar.

- Vais ensina-la a quê? Ficar trancada no quarto a estudar, seguindo as etiquetas da realeza todas letra a letra, longe dos rapazes, mantendo-a virgem até aos cinquenta anos, se não for mais e proibi-la de sair quando ela quiser? Isso é vida? Meu caro amigo, isso é a vida após a morte. Tenho pena que já lá tenhas chegado ainda sendo tão jovem, mas não irei deixar-te levar a minha sobrinha para essa vida. Podes apontar no teu calendário. Daqui a doze anos, quando a Matilda tiver quinze anos, ela vai começar a sair à noite comigo. E não vai haver ninguém  no mundo, nem sequer no universo,  que me proiba e nem a proiba a ela. Toma nota. Não tenho paciência para repetir a mesma lengalenga.

- Mas eu sou o pai dela!

- E eu sou a tia!

- E eu a mãe e estou farta de ouvir-vos gritar. - Intrometi-me. - Parecem duas crianças. Até a Matilda se porta melhor que vocês. Agora, se me dão licença,  eu vou passear com a minha filha. Vocês ficam.

- Mas tu tinhas dito que iamos todos.

- Mudei de ideias Leonor. Tu e o Alex ficam. Eu vou passear com a Matilda e não quero que nenhum de vocês os dois venha. Aproveitem para se entenderem.

- Entendimento enrre mim e esta personagem, é algo que nunca vai acontecer. Ele irrita-me.

- Tu deixas-me maluco! É saturante ouvir a tua voz.

- Cala a boca! Estou a falar com a Yara e não contigo!

- Contínuo  a ser um Príncipe. Não deves...

- Ah não!  Nem me venhas com essa de respeitar a realeza! Eu tenho respeito por quem eu acho que merece o meu respeito. Até podias ser o papa, e eu continuaria a ser eu. A mesma Leonor que não quer saber da porcaria da tua classe social.

Revirei os olhos e saí do quarto, deixando os dois para trás e trazendo a Matilda no colo. Começo acreditar nas palavras da Leonor.  Aqueles dois, nunca se vão entender.

1° Livro Royal Lovers - A Bebé SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora