Novamente, algumas crônicas se entrelaçam. Para quem não leu a One Of Them, recomendo ler só para ter uma ideia do contexto de alguns momentos dessa crônica. Boa leitura.
PS: No final vou pedir para vocês tocarem uma música. Acho interessante ouvir pois dá uma vibe interessante
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Brasil, Novembro de 2108, Segunda-feira, 8:00
A chaleira gritava no fogão da cozinha naquela manhã de início de mais uma semana. Segundos depois um homem negro de cabelos raspados aproximou-se do objeto retirando-o do fogo e passando café.
"Hmmmm o cheiro está bom..." Uma voz grossa com sotaque carregado falou entrando na cozinha. Ele se dirigiu em passos preguiçosos em direção ao outro, abraçando-o por trás e depositando um beijo afetuoso na sua curva do pescoço. "Bom dia, amor."
"Alguém está de bom humor hoje." Disse Jonathan em meio uma risada que fez com que o sorriso do outro se alargasse. Terminou de derramar a agua quente na garrafa e virou-se para aqueles olhos castanhos que tanto amava, retribuindo o beijo. "Bom dia."
"Antes que continue pegando no meu pé, eu estou de bom humor, sim. Está tão perto!" Exclamou nervoso, ambos indo em direção à pequena mesa posta ali no cômodo, sentando um em frente ao outro. "Parece que foi ontem que você me fazia chorar com aquele anel na mão. Meu deus eu vou me casar!" Dimitri estava estupefato pela milésima vez nos últimos dias, a ansiedade roendo seu interior.
"Eu não vou ter com quem casar se você infartar até lá, se acalme." Mais risadas sucederam aquela conversa, o casal já estava acostumado àquela rotina. Jonathan trabalhava na delegacia local no setor de investigação de homicídios e tinha que sair cedo todos os dias, e Dimitri, que agora trabalhava como programador, fazia questão de acordar junto com ele para terem esse pequeno momento.
Os dias se seguiam assim há 1 ano, quando decidiram comprar um singelo apartamento no centro da capital. Noivaram não muito tempo depois, e o casamento estava marcado para dali 2 semanas.
"Tome cuidado hoje." Dimitri se despediu do noivo na porta de casa, dando-lhe um beijo rápido.
"Eu sempre tomo." E assim foi embora.
O moreno trabalhava em casa na maioria dos dias, formulando novos softwares para empresas em seu moderno escritório. Sempre levara muito jeito com a tecnologia, fruto principalmente de seu antigo... emprego, que abandonara depois de conhecer Jonathan. Ele era a redenção em pessoa, fazendo o possível para compensar por tudo que fizera nos anos anteriores. O policial o estimulava a tentar melhorar, se inspirava nele e em sua bondade para algum dia chegar no mesmo nível.
Mais tarde naquele dia, quando terminava mais um software, um holograma com um pedido de chamada surgiu a sua frente com a imagem de sua irmã mais velha piscando.
"Alô?"
"Eu to ficando maluca! Por que concordei em ser sua madrinha mesmo?! Meu Deus!" Uma risada leve passou pelos lábios do homem.
"Oi pra você também Lana." Pronunciou em um russo perfeito.
"Brincadeira a parte, como está? E como está Jonathan?"
"Estamos bem, ele como sempre está bem calmo e eu estou uma pilha de nervos."
"E você... uh... tem visitado o Dr. Schimidt?" perguntou a mulher de cabelo pretos, um tanto quanto hesitante em abordar um assunto tão delicado com o irmão.
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Cyberpunk Chronicles
Science Fiction"É a combinação entre cibernética e punk, descrevendo um lugar controlado por tecnologias de informação num ambiente de dominação ou destruição da sociedade, da revolta de seus cidadãos e da degradação do estilo de vida. As sociedades sao marginaliz...