Jordana
Em agosto, pouco antes de eu voltar para Hogwarts para meu último ano, meus pais estavam curiosos para conhecer meu namorado e convidei Alex para um almoço de domingo. Eu estava empolgada, era a primeira vez que um namorado meu viria almoçar com meus pais e Alex também parecia empolgado.
Quando a campainha tocou eu fui correndo atender, mas não era Alexander que tinha chegado e sim Sirius.
— Ah! É você — digo sem esconder meu desapontamento, enquanto ele sorri insolente na porta.
— Também é ótimo ver você, Jordana.
Ele se mudou de nossa casa, eu não faço ideia de onde Sirius está morando, mas ele vem almoçar aqui aos domingos. Dou espaço para que ele passe e olho para os dois lados da rua esperando que Alex apareça logo.
James e Sirius conversavam com meu pai, mamãe colocou a mesa e tudo estava pronto e nada de Alexander aparecer.
— Acho que alguém está atrasado — comentou Sirius para me provocar.
— Deve ter acontecido alguma coisa — digo roendo as unhas. — Ele não é de se atrasar, já contei a história das rosas de origami que ele fez para mim?
— Umas 50 vezes, querida — disse mamãe. Sirius gargalhou e eu teria feito um gesto feio para ele se meus pais não estivessem presentes, me limitei a lançar um olhar aborrecido. — Bom, vou continuar minhas pinturas, quando ele chegar me avise.
— Posso ver suas novas pinturas, Sra. Potter? — pediu Sirius e mamãe ficou animada, adorava quando alguém queria ver as obras de arte dela, ela faz pinturas em telas, algumas com tinta, outras com giz de cera.
Quando fui pegar um casaco no meu quarto, um pouco mais tarde, encontrei a porta pichada, em toda a madeira branca estava escrito em cor de giz vermelho "chata insuportável". Ah, mas aquilo ia ter volta.
Enquanto eu olhava a obra de arte de Black, a campainha lá embaixo tocou. Finalmente! Alex tinha chegado. O almoço começou mesmo por volta das cinco da tarde, por conta do atraso de Alex e por termos ficado conversando e fazendo as apresentações. A comida estava deliciosa e foi um almoço agradável, mas eu ainda tinha que dar o troco em Sirius, portanto, na sobremesa, eu me levantei.
—Sabe, eu acho que eu ouvi alguém na porta, já volto — digo saindo da mesa, ignorando os olhares confusos, pois ninguém ouviu alguém bater na porta.
Do lado de fora de casa, eu me aproximei da moto de Sirius.
— Sinto muito Daniela, a culpa é do seu dono. — Eu furei os pneus tomando os cuidados necessários para não ser ouvida e voltei para a cozinha.
— Não era ninguém, acho que estou ouvindo coisas — digo voltando a me sentar ao lado de Alex.
Quando o jantar acabou, James e Sirius iriam sair, não sei para onde, eles usavam camisetas iguais com uma fênix, deviam escrever logo na testa "nós entramos na Ordem da Fênix".
— Mas que merda! — Sirius exclamou quando viu os pneus da moto furados. Abafei uma risadinha com o nariz e ele se virou para mim com os olhos semicerrados. Ponto para mim. — Foi você!
— Da próxima vez pense bem antes de pichar a porta do meu quarto — digo sorrindo de braços cruzados. Meu ar de vitória foi abalado quando ele deixou de lado seu ar zangado e substituiu por aquele sorrisinho cheio de si.
— Ah Dana, não precisava furar os pneus da minha moto pra eu ficar, era só pedir. — Sinto minhas bochechas começarem a esquentar e arregalo os olhos.
— A moto voa, não precisa dos pneus. Você já pode ir, Black. — Alex se aproximou e passou o braço pela minha cintura em uma cena boba de ciúmes.
— Eu certamente preciso dos pneus se não quiser capotar quando descer, Nott. Não finja que entende de motos. — Black fez pouco de Alex olhando-o com puro desdém completamente ciente do quanto eu ficava irritada quando ele agia desse jeito.
— Com sorte capotaria e bateria as botas, ninguém sentiria sua falta, Black. — E cá estamos nós em mais uma rixa de sonserinos contra grifinórios, eu tenho que me conter para não revirar os olhos.
— Sua namoradinha sentiria — ele provocou. Acho que Sirius foi longe demais dessa vez, pois Nott empunhou a varinha e Sirius fez o mesmo. Eu mordi o lábio e arregalei os olhos esperando para ver onde aquilo ia dar, mas James me lançou um olhar de "faça alguma coisa". Por que eu tinha que fazer alguma coisa? Que eles se matem. Suspiro e entro no meio dos dois.
— Garotos, eu fico lisonjeada, mas não precisam brigar por mim. Sirius para de provocar o Alex.
— Não estávamos brigando por você, convencida — diz Sirius e eu reviro os olhos.
— Eu, né?
Alex, que ainda estava com a varinha em mãos, usou-a para consertar os pneus da moto.
— Você já pode ir.
— Olha só, ele serve pra alguma coisa. — Sirius provocou uma última vez.
— Vamos, Padfoot.
Assim que meu irmão e o amigo idiota dele foram embora, eu me virei para Alex que estava de cara fechada.
— Eu também já vou. Diga a seus pais que foi um prazer conhecê-los e o almoço estava delicioso – ele disse frio.
— Não faz essa cara pra mim, ele pichou a porta do meu quarto, eu tinha que revidar.
— Essas provocações me parecem bem infantis.
Foi a minha vez de ficar emburrada, mas não o respondi, talvez fossem mesmo infantis. Ele se despediu com um beijo rápido e aparatou. Eu entrei em casa e encontrei mamãe olhando tudo pela janela.
— Como você é boba, Jordana, devia ter deixado eles duelarem e você ficava com quem ganhasse.
— Mamãe!
— Aliás, gosto mais do Sirius, nunca reparei como vocês fazem um casal bonito.
— Para, mamãe.
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Marota
RomanceJordana Potter sempre teve orgulho em dizer que nunca cairia de amores por garotos rebeldes e libertinos de carteirinha, mas a vida lhe prega uma peça e ela se vê apaixonada pelo maior deles, seu amigo desde o 1º ano e melhor amigo de seu irmão: Sir...