Capítulo 28 - Amigos com benefícios

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Jordana

Acordei completamente relaxada e um pouco dolorida, se pelo duelo contra os Comensais da Morte ou pelas mãos fortes de Sirius me apertando naquela noite, eu não saberia dizer. O perfume amadeirado dele ainda estava na cama, mas eu sabia que estava sozinha nela e que provavelmente eu estava atrasada. Levantei e fui tomar um banho para despertar, cantei no chuveiro e sorri feito uma adolescente boba. Eu já estava atrasada mesmo.

Depois de me vestir, fui até a geladeira ver se tinha algum lembrete para hoje. Sorri ao encontrar apenas um post-it colado na geladeira e um recado escrito em uma letra garranchada "Bom dia, gatinha, ou melhor, tigresa, depois de ontem a noite... Tenha um ótimo trabalho hoje". Eu revirei os olhos e sorri, antes de pegar a bolsa e sair, deixaria para comer alguma coisa na cantina.

No caminho para o St. Mungus as paranoias começaram. Eu tinha atacado Sirius de novo. Certo que ele vinha me provocando há dias, mas mesmo assim. Não pira, Jordana — pensei comigo mesma. E não crie expectativas também, tivemos sexo sem compromisso, muito bom só para constar, mas, obviamente, ele não está considerando nada além disto.

Faltava muito pouco para eu me formar uma curandeira de verdade e não apenas uma estudante de medicina bruxa. Naquela manhã consegui me concentrar totalmente nos procedimentos e nas matérias. Era até bom, assim eu me distraía e não ficava remoendo as paranoias que minha cabeça adorava criar.

— Está de bom humor hoje, Jordana — notou Mary no nosso intervalo. — O que andou aprontando, hein?

— Nada — respondi muito rápido enquanto devorava um sanduíche.

— Pode ir contando. — Ela apertou os olhos e eu ri.

— Ok. Sexo... Dos bons, com um amigo com quem divido a casa — confessei, Mary gargalhou.

— Agradeça a ele por mim, é ótimo não ter que aturar as várias fases de Jordana.

— Várias fases de Jordana? — Franzi a testa.

— Temos a avoada, a mal humorada, a dramática e às vezes você consegue ter todas elas em um mesmo dia. É insuportável.

— Você é horrível, Mary Mcdonnald.

Voltamos rindo para o setor que estávamos naquele dia, o de emergência, pelo qual eu estava descobrindo um certo talento e preferência. Aproveitei que já estava no St. Mungus e quando tive um tempinho livre, visitei Marlene que já estava em um quarto se recuperando.

— Obrigada, Dana. Fiquei sabendo que se não fosse por você, eu estaria morta — ela disse depois de me dar certeza que estava bem. Deixei alguns doces na cômoda ao lado da cama em que ela repousava. Marley parecia muito melhor, a cor já voltava ao seu rosto.

— Que exagero, eu não fiz nada. Mas sabe, Marley, foi ótimo lutar ao lado da Ordem. Não posso acreditar no tanto de tempo que eu perdi ao lado do Nott, quando eu poderia estar lutando contra Voldemort.

— Uhum — a loira concordou enquanto terminava de engolir um sapo de chocolate. — Sabe, eu quero mais doces. Sabe se Lily, James e Sirius vão vir me visitar?

— Claro que virão. Sabe Sirius e eu somos só amigos — comentei como quem não quer nada e roubei uma varinha de alcaçuz de seu cesto de doces, me larguei na poltrona ao lado e mordi um pedaço do doce. Ela arqueou uma sobrancelha. — Amigos que dormiram juntos, mas só amigos e isso é completamente normal, eu posso lidar com isso, sem problemas, eu não estou escrevendo Jordana Black, nem as iniciais SB nas minhas anotações médicas, não mesmo.

— Tá brincando? — Marlene gargalhou e se sentou em forma de Buda. — Esse Dana é o melhor tipo de amizade.

— É?

— Claro que é. Vocês Potters são todos bobos apaixonados? Se quer um conselho, se joga nessa amizade com benefícios, aproveita garota.

— Pode apostar que eu vou — digo deixando as paranoias para lá e decidindo seguir o conselho de Marlene.

— Devia experimentar garotas também. — Ela me lança um sorrisinho malicioso.

— É por essas e outras que a Dorcas não tem nada sério com você. Obrigada pelo conselho, McLinda.

Ao fim do dia, quando eu estava indo embora, encontrei uma moto conhecida estacionada na entrada do St. Mungus e Sirius estava apoiado nela me esperando.

— Tchau, Dana — despediu-se Mary com ar malicioso. — Divirta-se.

— Tchau, Mary. O que está fazendo aqui? — perguntei para Padfoot que ergueu os ombros.

— Vim visitar Marley e decidi te esperar. — Ele sorriu torto. Eu coloquei uma mexa do cabelo atrás da orelha e desviei o olhar, provavelmente ficando vermelha feito um tomate. Se no meu quarto ano me dissessem que eu ia dormir com Sirius Black quando fosse mais velha, eu certamente ia rir e dizer que a pessoa ficou louca. Ele arqueou as sobrancelhas. — Estou esperando.

— O que?

— Suas paranoias, Potter. Quando vai começar a perguntar: o que aquilo significou, Six? Eu não faço esse tipo de coisa, não sou uma das suas garotas. Merlin, eu te ataquei de novo, me desculpe, Padfoot, vamos fingir que isso não aconteceu. — Ele imitou minha voz. Minha boca se abriu com ar indignado e eu bati em seu braço, mas acabamos rindo.

— Eu não ia dizer nada disso, só pra você saber. — Cruzei os braços e ergui o queixo. Eu ia sim.

— Ótimo — ele disse se curvando e me beijando rapidamente nos lábios. — Você quer ir em algum restaurante super romântico e caro?

— Prefiro pegar umas batatas no Caldeirão Furado e ir pra casa. Pra mim, já chega de restaurantes cheios de frescura.

— Você é perfeita — ele disse me entregando o capacete da moto.

[...]

— Six... Sirius... As batatas — eu disse entre os beijos dele. Ele riu e parou de me beijar para eu colocar as batatas no balcão. — Como eu estava dizendo, eu não acredito que perdi tanto tempo com o Nott, eu podia estar ajudando a Ordem há tanto tempo.

— Não vamos falar desse idiota. Aliás, não vamos falar. — Ele aproveitou que as batatas já estavam seguras no balcão, me abraçou por trás e começou a beijar meu pescoço. Soltei um suspiro e comi uma batata.

— As batatas vão ficar murchas — avisei, ele roçou os lábios na curva de meu pescoço e mordeu levemente meu ombro. Fechei os olhos. — Ah, dane-se as batatas.

Sirius

Eu estava viciado nela. Em sua pele, seu cabelo, seu cheiro. O sexo era ótimo e ficar deitado em sua barriga, com seus dedos delicados acariciando meu cabelo depois era tão bom quanto.

Seminus, enrolados em lençóis, comemos batatas murchas nessa noite. Pizza fria na noite seguinte. Sopa seca na noite depois desta.

Na quarta noite, desde que começamos a dormir juntos, era a minha vez de fazer o relatório no quartel dos aurores. Demorei mais do que o normal, pois ficava enrolando. Era a parte mais chata de ser auror. Passei no Caldeirão Furado para comer algo fresco, eu não aguentava mais comida fria e quando cheguei em casa, encontrei Jordana quase dormindo em cima de um livro de medicina bruxa. Admirei por alguns segundos o quanto ela era linda, mesmo pestanejando em cima dos cadernos.

— Que estudiosa — eu disse depois de acordá-la com um beijo na bochecha.

— Meus exames estão chegando — ela reclamou, fechou o livro e colocou na cômoda. — Chegou tarde.

— Relatórios.

— Será que a gente pode só...

— Dormir? Ótima ideia — completei me jogando ao lado dela na cama.


Oiii amores e amoras. Então aí está mais um capítulo, eu espero que tenham gostado *____* Perdoem qualquer errinho, ok? Minha beta está cheia de coisas para fazer, daí ainda está betando o capítulo 24 e eu não consigo segurar a ansiedade para postar kkkkkkkk. O que acharam do capítulo? Marley melhor conselheira. Até o próximo capítulo. Bjs <3

MarotaOnde histórias criam vida. Descubra agora