Capítulo 44 - Preocupações

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Harry

Durante os primeiros dias no Largo Grimmauld, eu me esqueci totalmente da audiência no Ministério por ter defendido Duda e eu dos dementadores nas férias. Era bom estar com meus amigos, com o Sr. E a Sra. Weasley e Sirius, mesmo que tivéssemos que limpar a casa o que estava sendo um desafio. Remus e tia Jordana sempre nos visitavam e nos ajudavam a cuidar da casa.

— Peguei férias no St. Mungus — explicou tia Jordana certa vez quando ela foi nos visitar e estávamos limpando um armário juntos. — Merlin sabe como estava na hora de eu pegar alguns dias para ficar em casa. As pessoas falam que eu sou viciada em trabalho, mas não é verdade.

Comecei a me acostumar a chamá-la de Jordana, no começo era estranho e eu sempre me confundia e a chamava de Daniela, mas todos a chamavam de Jordana ali, menos Sirius, ele a chama de Pequena Potter, Marota, Chata Insuportável, mas nunca a chama de Jordana. O humor dele também melhora muito quando ela chega. Ultimamente tia Jordana está o seguindo para todo o lado pedindo alguma coisa que Sirius não quer deixar, todos estamos curiosos para saber o que é e é divertido ver ela tentar convencê-lo.

— Ora vamos, Six, eu não vou fazer nenhuma besteira — ela dizia o seguindo. Rony, Hermione, Gina e eu paramos o que fazíamos para observá-los.

— Não! Nem pensar!

— Eu já fiz isso outras vezes, por que não pode só confiar em mim?

— Como confiei em você quando fui te ensinar a pilotar minha moto e você quase nos matou? Não! Definitivamente, não!

— Eu aprendi a pilotar a Daniela, aliás, o que aconteceu com ela?

— Está com Hagrid.

— Ah! Você não vai me deixar mesmo?

— Não adianta fazer essa cara. Argh, ok, eu vou pensar. — Jordana abriu um enorme sorriso ao ver que estava ganhando. Rony me cutucou.

— Harry, acho que o Sirius e a sua tia eram namorados — comentou Rony, eu assenti, estava começando a desconfiar da mesma coisa.

— Você acha Rony? — perguntou Hermione sarcástica.

— Dãã — disse Gina. — Vocês são tão lerdos.

Jordana

A ideia de tentar evitar Sirius, é não deu certo. Era como se o tempo não tivesse passado, como se ainda fossemos Sirius e Dana de quatorze anos atrás quando estávamos juntos. Eu consegui convencer Sirius a me deixar cortar o cabelo dele e no final da tarde, quando todos pararam um pouco para descansar depois do dia inteiro trabalhando naquela casa. Sirius finalmente se sentou em uma cadeira com um suspiro e eu comecei a cortar, seu cabelo estava chegando no cotovelo, devia ser tão incomodo.

— Me deseje sorte — ele disse a Harry.

— Boa sorte — disse meu sobrinho e eu o fuzilei com os olhos, antes de sorrir animada.

— Agora, Sr. Black, vamos dar um jeito nesse cabelo.

Cortei os cabelos dele deixando-o um pouco abaixo do ombro, ele ficou lindo e estava recuperando o peso desde que saíra de Azkaban, estava cada vez mais recuperando o charme que tinha 14 anos atrás, o que era péssimo para mim e a minha decisão em ser uma adulta responsável para o Harry e não me distrair com nada.

— Pronto — avisei e Sirius pegou o espelho de mão para ver como ficou, pelo jeito gostou do resultado, pois não reclamou de imediato (Sirius é bem autêntico e sincero, às vezes dá vontade de esganar). Então ele se levantou, virou para mim e piscou um olho com um sorriso no canto dos lábios. — Então, como estou?

— Está... Está... muito bem. — Pigarreei algumas vezes e fingi estar ocupada lustrando a tesoura com um pano. Me recompus e olhei para ele com sorriso e uma sobrancelha arqueada. — Pode me agradecer depois e pedir desculpas por ser um chato também.

Fiquei extremamente feliz que houvesse uma cadeira entre nós quando Sirius se curvou para mim e falou em meu ouvido com a voz rouca.

— Como você quer que eu te agradeça? — Fiquei encarando ele com a boca entreaberta e sentindo a bochecha esquentar, depois dei um soco forte em seu braço.

— Para com isso — briguei.

— Com o que? — ele arqueou uma sobrancelha.

— Com... isso — Lancei um olhar de repreensão para Sirius e tentei conter um sorriso, como eu sentia falta daquilo, então me repreendi, não Jordana, você não vai se apaixonar por ele de novo.

Nos dias que se seguiram o clima descontraído foi diminuindo gradativamente até a audiência de Harry. O Sr. Weasley e eu o acompanhamos até o Ministério naquela tarde. Percebi que Harry estava muito nervoso, tentei tranquilizá-lo, mas eu estava nervosa por ele. Ao dizer pela milésima vez que ia dar tudo certo, porém, Harry me disse "você está parecendo a Mione, tia Dana". Antes dele entrar na sala de audiência eu o abracei com força, lhe beijei a testa e lhe desejei boa sorte. Dumbledore apareceu para defender Harry e no final deu tudo certo.

A audiência foi pouco antes de Harry voltar para Hogwarts e quanto mais se aproximava de primeiro de setembro, mais Sirius ficava emburrado e se isolava, costumava passar horas trancado no quarto na companhia de Bicuço e não saía nem quando eu chegava para visitá-los. Preocupada, eu ficava na companhia das crianças e de Remus.

Naquela tarde estavam todos conversando na cozinha e comendo um lanche feito pela Sra. Weasley, quando Harry me chamou.

— Tia Jordana, posso falar com você?

— Claro, Harry. Vamos para a sala. — Nós dois fomos para a sala enquanto os outros ainda conversavam descontraidamente. Na sala, paramos diante da árvore genealógica dos Black, encaramos por alguns instantes o buraco preto no local onde deveria haver a foto de Sirius.

— Tia Dana estou preocupado com o Sirius — disse Harry se virando para mim.

— Ah você também, é? — falei baixinho.

— Ele está muito quieto, isolado e nós vamos voltar para o castelo, não vamos poder mais fazer companhia a ele. Não quero deixá-lo sozinho nessa casa. E se ele fizer alguma besteira? E se sair e for preso novamente ou algo pior? — perguntou Harry, ele estava tão aflito quanto eu. Segurei seus ombros, eu não precisava mais me curvar para poder olhar em seus olhos, ele estava tão crescido e cada vez mais parecido com James.

— Harry, Six me ajudou tantas vezes que eu perdi a conta e agora é a minha vez, eu não vou deixá-lo sozinho e não vou deixar que ele faça nenhuma bobagem, nem que eu tenha que amarrar ele, está bem? Não precisa se preocupar — falei com mais convicção do que realmente sentia, mas minhas palavras pareceram ter deixado Harry mais tranquilo e ele pode se divertir com os amigos durante o restante da tarde.

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