Epílogo

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11 ANOS DEPOIS...

— Faz o seguinte, Pipes, sua apresentação é a quarta, ou seja, um pouco antes do almoço ser servido, então fique com seus amigos até lá, mas quando eu lhe chamar, por favor, venha. Thomas vai entrar com você no palco hoje? — meu empresário falou.

— Ele não pode.

— Algo grave com nosso garotão?

Fiz que não com a cabeça.

— Ele só fica com dor de cabeça depois de subir ao palco. O pediatra disse que ele pode estar com medo do palco ou estar muito exposto ao som lá, então hoje eu preferi não arriscar.

Ele assentiu.

— Dê um beijo nele por mim, minha esposa precisa da minha ajuda lá em casa, volto apenas para te chamar, querida. Feliz Natal.

— Feliz Natal, Hermes.

Peguei Thomas no colo depois de o ver correndo por entre as cadeiras, fazia frio em Nova York e eu queria um abraço de meu filho.

Thomas era um garotinho de cinco anos com profundas covinhas, seus olhos eram castanho-esverdeados o que combinava com o cabelo castanho escuro e cacheado. Ele era um garotinho órfão de Louisiana, mas eu o adotara no último inverno e desde então era eu e ele contra o mundo.

Minha vida mudou depois de eu participar de uma franquia de sucesso sobre uma caçadora de charadas que jurava encontrar uma coexistência entre duas dimensões. Eu fora a coadjuvante, estava no filme apenas porque minha música estava no meio. A diretora simplesmente puxara uma ficha minha e ao ver que eu tinha talento para atriz quase me fez faturar um Oscar. Quase, mas o suficiente para ser a Gata Do Ano em quase todas as revistas adolescentes. Reyna se tornou escritora e juntas conseguimos escrever um Best-Seller que ficou na lista do New York Times por um mês seguido com apenas um tweet meu, enquanto isso Leo conseguiu se estabelecer fixamente sendo o cenógrafo mais requisitado de toda Hollywood acabando por arriscar como diretor e cantor aqui e ali.

— Beauty Queen! – Leo gritou vindo em minha direção me pegando desprevenida em um abraço apertado – Feliz natal. Onde está Tom?

Ri baixo de sua fala. Leo Valdez estava convicto de atuar com o papel de pai/tio/melhor amigo de Tom para que não "acabasse como uma sem-infância como você e Reyna", como ele mesmo citara uma vez.

— Ele estava com o meu pai, disseram que iriam pegar uma bebida quente há alguns minutos. – menti descaradamente e rindo histericamente ao notar a face decepcionada de meu melhor amigo.

Tom saiu de trás de minhas pernas rindo gostoso e correu até as pernas de Leo.

— Estou aqui! Estou aqui! – gritou animado. Suas mãozinhas rodeavam as pernas de Leo e seus olhos se fechavam à medida que seu sorriso aumentava. Ele era a coisa mais preciosa pra mim naquele momento.

— Estou vendo, garotão! – Leo sorriu – E então? O que vai cantar para nós hoje?

O meu menino balançou seus cachos negando a afirmação de Valdez. O fato era que eu gostava que Tom ficasse perto de mim nas apresentações, eu gostava de sentir que ele não iria se perder no meio de cada show podendo ser separado de mim em qualquer hipótese resultando em um desencontro que o faria chorar por se sentir abandonado novamente. Meu bebê era extremamente frágil e ficando perto de mim era um favor mútuo que fazíamos a nós dois. Eu não era nada sem Tom e creio que Tom não era nada sem mim.

— Mami disse que Tom vai ficar com tia Rey e você hoje porque Tom... – ele deu um pequena pausa para tossir rápido, porém fortemente me fazendo franzir preocupada... Eu deveria ter dado a ele um dose extra de vitamina C antes de sair de casa! Eu sabia! Silena gritara que não precisava e saiu arrastando meu bebê pro carro antes que eu pudesse me opor! – Tom está dodói.

A Second Change For UsOnde histórias criam vida. Descubra agora