Reviravoltas ♡ Imagine Kim Taehyung ♡

CAPÍTULO 4

(S/N)
P.O.V

       Já faz mais de um mês que o Tae anda me ignorando, liguei pra ele todos os dias, mas sempre sem sucesso, fui atrás dele, mas também não houve efeito, então, achei melhor dar um tempo pra ele organizar seus pensamentos.

(...)

       Estive bem ocupada com os estudos, inclusive, é o que eu fazia boa parte do tempo, eu pensava que assim meu cérebro passaria a focar em outra coisa.
        Em meio a uma pesquisa, escutei alguém tocar a campanhia, deve ser ele.
       Fui até a porta e a abri empolgada.

- TaeWon?! - Falei surpresa

- É-é oi Noona!

- Oiii! Confesso que não esperava a visita- Falei sorrindo

- Meu irmão pediu que eu viesse 

       O sorriso que antes estava no meu rosto se desfez, por que o próprio TaeHyung não veio? Ele está me odiando tanto assim a ponto de literalmente não querer mais me ver? Ao pensar isso, senti meus olhos marejarem

- Tá tudo bem?

- Está sim - menti, tentando acalmar o meu emocional

- Então, meu irmão, antes de partir, pediu pra eu entregar essa carta pra você - Ele disse, me estendendo um papel

- ANTES DE PARTIR?? COMO ASSIM??

- É que ele passou na audição e precisou se mudar pra se tornar trainee - TaeWon falou calmamente, mas era notável uma leve tristeza em ter que falar isso

- Ele não fez questão de se despedir de mim...- Pensei alto, em meio ao choro que já havia me consumido

- Me desculpe Noona, eu não sei o que houve com a relação de vocês, mas vejo que foi algo mais sério do que imaginei, de qualquer forma, a única coisa que ele disse sobre você, foi para que essa carta fosse entregue, talvez esteja mais explicado nela - Ele falou , tentando me consolar, o que é visivelmente impossível e me entregando a carta

- Tchau Noona, se cuida! - Ele disse, indo embora

     Não consegui responder, na verdade, eu não conseguia nem pensar, estava completamente em choque e com o coração em cacos, eu jamais imaginei algo assim acontecendo.
      Será que é isso? Uma amizade de 10 anos se perder por completo em apenas um mês? E por um motivo besta? Ou melhor, houve algum motivo?
      Fechei a porta e, ainda em prantos, abri aquele envelope o mais rápido que consegui.

(...)

      Após ler aquelas palavras, fiquei completamente desestruturada, como chegamos a isso Tae?
      Ler aquilo foi um tiro sem aviso prévio, eu não estava preparada psicologicamente. Meu mundo desabou em fração de segundos.
      Do nada me vi totalmente sozinha e perdida, senti que não podia confiar em ninguém. Como ele pôde ter simplesmente ido embora, deixando só uma carta? Por acaso, isso seria suficiente?

- Quem era filha? - Minha mãe disse, vindo da cozinha

Ao ver meu estado ela se desesperou.

- MEU DEUS (S/N) O QUE ACONTECEU??

     Sem conseguir falar, apenas estendi o papel. Minha mãe leu atentamente. Assim como eu, ela também levou um choque.

- Pois é - Falei

- Ô minha filha, vem cá - Minha mãe disse me puxando para um abraço de consolo

     Mas a verdade era que nada poderia me consolar naquele momento. Na minha cabeça, eu parecia estar num pesadelo, custava pra mim ter que aceitar que aquilo era a realidade. A sensação de abandono é uma das piores que tem, principalmente quando não se é a primeira vez passando por isso.
     Anos atrás meu pai havia feito a mesma coisa, foi embora e só deixou uma carta. Tinha sido o pior dia da minha vida até então, a diferença é que eu tinha alguém que fazia o possível e o impossível pra me animar... o Tae, ele sempre esteve presente quando eu mais precisava.                 Como ele pode ter ido embora então? Por que desse jeito? Quando o incentivei a fazer a inscrição, não parei pra pensar na tamanha dor que me consumiria em sua partida.
    Ao nos desvincularmos do abraço, minha mãe me olhou fixamente e disse:

- Me escute filha, nada nessa vida acontece por acaso, se o Tae se mudou para Seul é porque isso tinha que acontecer

    Não consegui responder, apenas olhei com uma cara de indignação, como algo assim TINHA que acontecer? Ao reparar minha expressão, minha mãe deu um suspiro e prosseguiu:

- Tem coisas que nós só vamos entender mais tarde (S/N), talvez isso precisou acontecer para trazer lições pra vocês dois

- LIÇÕES? QUE TIPO DE LIÇÕES? - Gritei e logo em seguida me arrependi, afinal que culpa minha mãe tinha?

- Lições sobre a vida minha filha e você só as percebe quando para pra prestar atenção em tudo que já aconteceu com você no decorrer dos anos

    Ao terminar de falar, minha mãe apenas beijou minha testa e pediu para eu refletir sobre o que ela tinha falado e para que eu me cuidasse.

(...)

    Depois de um longo tempo chorando, resolvi me deitar. Foi então que uma avalanche de sentimentos e pensamentos me invadiram, mas eu já esperava por isso, me lembrei do que minha mãe havia dito e tentei ligar os fatos.
    O que eu aprendi com tudo que aconteceu? Aprendi que nem tudo é pra sempre, que amizades de anos podem acabar em um mês, que eu tenho uma mãe incrível e que preciso a valorizar mais, que eu não posso fazer com que minha felicidade dependa de um outro alguém, que chorar não resolve absolutamente nada e que a partir de agora eu precisaria cuidar mais de mim.

Quatro semanas depois...

     Um mês havia se passado desde a partida do Tae, eu ainda sofria e pensava nele de vez em quando, esperançosa de que ele voltaria.
    Quando passava na frente da casa dele era um misto de tristeza, saudade e afeto. Desde que ele foi embora, não tive mais contato com a sua família e isso me deixava mal, então resolvi evitar passar perto.

Meses depois...

    Seis meses haviam se passado, eu já estava melhor, não completamente (na verdade bem longe disso), mas se comparado ao primeiro mês eu até parecia outra pessoa.
    Percebi que para ser feliz de novo, eu precisaria entrar em um processo de aceitação. Aceitar de uma vez por todas que ele foi embora.