CAPÍTULO 18

1.6K 120 12
                                    

Minkyu
P.O.V

     Vou embora da casa de (S/N) aliviado, apesar de triste por saber que ela seria incapaz de corresponder meus sentimentos da mesma forma.   
     Dei algumas voltas pela cidade, a fim de parear melhor as ideias e fui, enfim, para casa. Ao chegar, vejo meu pai sentado assistindo ao telejornal e resolvo o acompanhar.

     - Parece que você terá muito o que escrever amanhã - Falou, ainda com os olhos fixos na televisão

     Ao notar que eu não estava entendendo o que ele queria dizer, apenas apontou para o aparelho, direcionando minha atenção ao que o repórter falava.
     Na reportagem dizia que um homem chamado HyunSu havia fugido de um hospital psiquiátrico de Daegu na tarde de ontem. Ao falar com os médicos do local, os mesmos explicaram a causa do homem ter sido internado. Segundo eles, HyunSu foi casado por 8 anos e era completamente apaixonado pela esposa. No entanto, nos últimos anos do matrimônio mostrou-se extremamente pocessivo e ciumento, chegando a prender a mulher em casa. Tal situação ocasionou na fuga da mesma, deixando o homem em estado de loucura, culminando na sua internação.
     Porém, os médicos acharam importante salientar que, nos últimos meses, HyunSu falou muito sobre a mulher na época em que se conheceram. Tal observação fez com que psiquiatras chegasse à conclusão de que na cabeça dele formou-se a imagem fixa da esposa na juventude. A partir disso, um detetive experiente e conhecido da região alertou que a probabilidade do homem ter ido atrás da esposa é de quase 100%. Entretanto, em sua mente, a imagem que se tem é de uma jovem na faixa dos 20 anos adiante, assim como sua mulher, no início do relacionamento.
     Fiquei chocado, reflexivo e preocupado ao mesmo tempo. Conversei a respeito com meu pai e, em seguida, fui para o meu quarto. Tomei um banho demorado, a fim de descarregar tudo que eu sentia e pensava. Coloquei um pijama, por mais que ainda fosse dia, e deitei na cama. Fiquei pensando em tudo que aconteceu desde que conheci (S/N), sorri em meio aos flashbacks, ela só me fez bem.
     Peguei meu celular e o encarei por um certo tempo, na dúvida se deveria ligar pra ela ou não. Eu queria conversar mais com ela, considerando que nem conseguimos fazer isso direito hoje. Eu só queria ter a certeza de que estávamos bem de novo, apesar de tudo.
     Disquei o número do seu celular, mas caiu na caixa postal, deduzi que estivesse sem bateria, então resolvi ligar no telefone fixo.

     - (S/N), é você filha?! - Falou a mãe de (S/N), em tom desesperado

     - Desculpa, mas é o Minkyu - Respondi - A senhora está bem?

     - Ah Minkyu - Disse um pouco decepcionada - Eu só estou preocupada com a (S/N) que não dá sinal de vida

     - Aconteceu alguma coisa? - Perguntei preocupado também

     - É que ela acabou discutindo com o TaeHyung, o que fez ele ir embora, então, ela resolveu ir atrás, mas o que mais me deixou preocupada foi... - Ela parou de falar devido ao choro que embargava sua voz

     - A senhora não está bem, estou indo aí - Falei

     Após finalizar a ligação, troquei de roupa e fui direto para casa de (S/N). Chegando lá, sua mãe me atendeu e logo me abraçou, ainda muito abalada. Ficamos abraçados por um bom tempo, até ela se acalmar. Ao nos desvincularmos, entramos e nos sentamos no sofá.

     - O que mais te preocupou? - Retomei do ponto em que paramos

     - O que mais me preocupou foi o fato dela nem ter aparecido na casa dos Kim - Respondeu, segurando as lágrimas que estavam querendo escorrer

     - Como a senhora sabe? - Perguntei, por mais que a resposta fosse um pouco óbvia

     - Pela demora de (S/N) resolvi ligar pra lá e a Sra. Kim disse que, depois do Tae, ninguém mais apareceu, só que a (S/N) saiu apenas uns 10 minutos depois dele, já era pra ter ido e voltado há muito tempo

     Nesse momento eu lembrei da reportagem que vi hoje e me desesperei. Não é possível que a (S/N) tenha sido vítima daquele cara. Eu não queria aceitar aquilo, mas de alguma forma fazia sentido, afinal, ela se encaixava nas características ditas pelos médicos e pelo detetive. "Não Minkyu, para de pensar besteira, a (S/N) já vai voltar, não aconteceu nada", comecei a repetir mentalmente, na tentativa de manter a calma.

     - Tá tudo bem Minkyu?

     - Tá sim - Menti - A senhora poderia me passar o endereço do TaeHyung, por favor?

     Ela estranhou a pergunta, mas escreveu o endereço em um papel e me entregou.

     - Mas pra que isso?

     - Não se preocupe, eu vou pra lá em paz - Respondi, a fazendo rir por um segundo - A sua filha vai voltar, pode ficar tranquila, eu te garanto isso

     - Como pode ter tanta certeza?

     - Eu não tenho, mas pensar o contrário só me faria mal, então eu decidi ter fé que tudo dará certo

     - Tomara - Disse mais tranquila

     Nos abraçamos mais uma vez e, em seguida, fui embora. Na verdade, meu destino era a casa do TaeHyung, por mais inusitado que pudesse parecer.
     Chegando lá, fui atendido por uma menina alta e de cabelos castanhos, muito linda por sinal.

     - Oi, boa tarde - Falei meio sem graça - O TaeHyung está?

     - Oi, está sim, vou chamá-lo - Respondeu tímida

     - Posso entrar? - Perguntei antes dela se distanciar

     - Bem, eu não moro aqui, sou só amiga da irmã dele, que pediu que eu atendesse, porque ela está no banheiro e... Acho que você não quer saber de tudo isso né? - Falou corada, me fazendo rir do seu jeitinho - Mas acredito que não há problemas se você entrar - Finalmente concluiu

     - Tudo bem, muito obrigado - Respondi sorrindo e entrando

     Ela saiu do cômodo e foi chamar o Taehyung que, depois de alguns minutos, apareceu.

     - Isso é sério? O que você tá fazendo aqui? - Perguntou em tom baixo, parecia que ele havia chorado

     - Eu vim aqui porque vou precisar da sua ajuda

     - Eu estou muito preocupado - Soltou, com a cabeça baixa

     - Eu também - Disse - Nós temos que fazer alguma coisa a respeito e logo

     Ele assentiu. Quem diria que horas atrás nós estávamos discutindo.

     - Antes de alertarmos a polícia, nós poderíamos passar com calma pelo caminho que ela faz pra vir aqui, pra ver se encontramos algo suspeito ou alguém que tenha a visto - Sugeriu

    Concordei. Em seguida, começamos nossa jornada, ambos aflitos. No caminho, permanecemos em silêncio, atentos a qualquer detalhe. Até que TaeHyung parou e pegou algo que estava no chão.

     - Achou alguma coisa? - Perguntei

     Ele havia pego uma gargantilha, bem fininha e com um pingente discreto, parecia ser uma borboleta. Confesso não lembrar de (S/N) com ela.

     - Tem certeza que é dela?

     - Absoluta - Respondeu - Fui eu que dei, quando ela fez 15 anos, lembro quando vi na vitrine e instantaneamente pensei nela

     - Algum motivo especial? - Resolvi perguntar

     - Escolhi essa porque, pra mim, a (S/N) é como uma borboleta - Falou sorrindo

     - Além de bela, a (S/N) é uma menina que você olha e tem a certeza de que ela foi feita para voar e encantar a todos com seu jeito único de ser - Prosseguiu

     Ele estava certo.


Reviravoltas ♡ Imagine Kim Taehyung ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora