CAPÍTULO 17

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(S/N)
P.O.V

     Acordei bem disposta, afinal, ontem tinha passado um dia incrível ao lado do Tae, depois de tanto tempo. Porém, meu dia não havia sido composto apenas de maravilhas, porque além do momento horrível que Minkyu me fez passar, eu ainda tinha brigado com a pessoa que mais amo nesse mundo, minha mãe. E eu precisava resolver isso.
     Após fazer minhas higienes e me trocar, saí do quarto em silêncio e fui até a cozinha, onde minha mãe estava preparando o café da manhã. Me sentei à mesa, sem ela perceber. Quando tudo já estava pronto e ela estava prestes a colocar as coisas no móvel, se assustou.

     - (S/N) do céu! Quase me mata do coração menina! Há quanto tempo está aí? - Disse, ainda muito assustada

     - Há uns 10 minutos acho e você precisava ter visto sua cara agora - Respondi rindo

     - Engraçadinha você - Falou, ambas rimos

     - Mãe - Comecei, a fazendo me olhar novamente - Eu queria pedir desculpas pela minha atitude ontem, sei que você só fez o que fez para não me ver sofrer mais, só que minha cabeça estava cheia e tudo o que eu mais queria eram as benditas cartas, eu não parei direito para compreender a situação e descontei em você, me desculpa

     - Tá tudo bem meu amor, eu também não fui certa em esconder isso de você por tanto tempo, eu julguei as cartas mesmo sem saber sobre o que se tratavam, então eu também te devo desculpas

     - Tudo bem, já passou, o importante é que estamos bem de novo, eu odeio brigar com você sabia?! - Falei, a puxando para um abraço

     - Eu também não suporto brigar com você - Disse, desvinculando-se - Mas... Eu preciso esclarecer a história e te falar pra quem dei as cartas

     Um silêncio se formou, a fazendo prosseguir.

     - Eu dei as cartas a Minkyu (S/N)

     Nesse momento eu gelei, mas tentei manter a calma, até porque minha mãe nem sabia sobre ontem, então ela não tinha culpa em ter dado justo pra ele. Mas eu sabia o que aconteceu e o que mais me deixava nervosa era como eu iria recuperar as cartas agora.

     - Tá tudo bem filha? - Minha mãe perguntou preocupada - Achei que você ficaria aliviada, já que ele é seu amigo e...

     - Mãe - Falei, a interrompendo - Ontem o Minkyu me agarrou a força e quase me beijou, se não fosse pelo Tae chegar bem na hora, mas tudo bem, você não tinha como saber, até porque, graças a Deus, ele nunca tinha feito isso antes

     A expressão no rosto da minha mãe foi de puro choque, o que é super compreensível, porque o Minkyu sempre se mostrou como alguém que tinha caráter e bom coração.

     - Meu Deus filha! Eu nunca iria imaginar uma coisa dessas

     - Pois é mãe, muito menos eu, ás vezes fico até me perguntando se isso de fato aconteceu

     Comemos em silêncio, minha mãe ainda estava muito surpresa processando a informação. Eu sabia que ficaria muito tempo ainda sem acreditar naquilo.
     Passado um tempo, a campainha tocou, despertando uma euforia desconhecida em mim. Corri até a porta, convicta de quem poderia ser. Mas ao atender, a decepção foi evidente.

     - (S/N) por favor! - Falou, quando eu já estava prestes a fechar sem atendê-lo - Eu sei que fui um completo idiota ontem, mas eu não estava nas minhas condições normais, você sabe que eu jamais faria nada que você não quisesse ou que fosse te machucar

     - Eu não sei de mais nada sobre você Minkyu - Respondi olhando pro chão, não queria ter que manter contato visual com ele

     Minkyu suspirou triste, mas prosseguiu.

     - Sei que vai demorar para me perdoar, mas quero que saiba que minhas desculpas foram sinceras e que eu estou verdadeiramente arrependido do que fiz

     - Tá, mais alguma coisa? - Falei seca

     - Sim - Respondeu, me fazendo o encarar pela primeira vez desde que chegou - Tenho algo pra te entregar, ou melhor, devolver

     Eu sabia do que se tratava. As cartas. Finalmente eu as teria em mãos.

     - Posso entrar? - Perguntou - Fica tranquila, eu não vou sequer encostar em você, pode até deixar a porta aberta se quiser - Concluiu, ao notar minha expressão relutante

    Pensei por um tempo, mas permiti. Eu queria muito saber o que o Tae escreveu pra mim durante todo esse tempo. Quando entrou, segui seu conselho e deixei a porta entreaberta, assim, seria mais fácil fugir caso ele tentasse fazer alguma coisa. Pode parecer paranoia, mas achei melhor prevenir.

     - Você sabe o que vim devolver?

     Assenti, o surpreendendo.

     - Antes - Começou, sentando-se no sofá - Preciso esclarecer algumas coisas

     Bufei, mas se esse era o único jeito de conseguir as cartas, me sentei também para escutar seja lá o que fosse.

     - Eu não vou mentir pra você (S/N), eu li as cartas

     Quando falou aquilo, me segurei pra não bater nele. Quem ele pensa que é pra ler as minhas cartas? Será que ele esqueceu que ler correspondências dos outros é até mesmo crime?

     - Sabia que você pode ser preso? - Falei indignada

     - Pode mandar me prenderem, mas antes quero que saiba que só fiz isso porque sua mãe contou tudo que o tal "TaeHyung" te fez passar e também tudo que vocês viveram antes, o que me deixou aflito

     - Por que aflito? - Perguntei

     - Porque eu tinha medo que algo pudesse te tirar de mim, você foi a única amiga que tive na vida e pensar em não te ter mais por perto era insuportável

     Um silêncio ensurdecedor se formou, o fazendo prosseguir.

     - Só que ao ler as cartas, notei que vocês tinham uma história e que eu nunca conseguiria competir com ele, por isso, ontem, quando o vi ali parado bem na sua frente, saí de minhas condições normais e agi daquele jeito estúpido com você, eu fiquei desesperado (S/N)! Me senti forçado a fazer logo alguma coisa, antes que fosse tarde demais! Sei que isso não justifica, mas foi como me senti, desculpa mais uma vez - Após terminar, tirou do bolso do blazer um pequeno maço de envelopes e me entregou

     Eu não sabia o que falar, era muita informação, mas por um segundo, confesso ter sentido pena de Minkyu. Acho "pena" o pior dos sentimentos, então logo o afastei de meus pensamentos. Quando eu estava prestes a falar algo, ouvi uma voz, que eu poderia reconhecer em qualquer lugar ou situação, a voz do Tae.

     - Estou interrompendo alguma coisa?

     Eu sabia que ele não entenderia, mas eu queria tentar explicar. Como o esperado, não tive chance de falar. O Tae havia ido embora, depois de uma discussão ridícula com Minkyu e uma pior comigo. Parecia que a história estava se repetindo e eu não aguentava mais isso.

     - O que aconteceu aqui? - Perguntou minha mãe, vindo de seu quarto

     Expliquei tudo que aconteceu com o Minkyu e depois com o Tae, coloquei tudo que eu sentia pra fora. Eu guardava muita coisa e isso só me fazia mal.

     - E você vai esperar ele ir embora de novo? Por que você faz isso consigo mesma (S/N)? - Questionou, se referindo ao Tae

     De algum modo aquilo abriu meus olhos. Eu não queria passar pela mesma coisa mais uma vez e eu não ia deixar isso acontecer. Querer é poder (S/N)! Por isso, vá atrás do que, ou melhor, de quem te faz bem!
     Sem nem pensar direito, saí às pressas de casa. Eu não queria perder nem mais 1 segundo.
     No decorrer do caminho, tive a leve impressão de que estava sendo seguida, logo comecei a suar frio. Quando olhei pra trás, avistei um homem encapuzado, tentei me acalmar, mas foi em vão. Em fração de segundos comecei a correr desesperadamente, mas também sem sucesso. O tal homem misterioso não precisou fazer muito esforço pra me alcançar, acabei tropeçando e torci o pé. Ao tentar levantar, senti minha pressão cair e minha visão escurecer, na minha cabeça, eu iria morrer ali mesmo. Antes mesmo dele conseguir encostar em mim, comecei a perder o controle do meu corpo que, consequentemente, impactou-se no chão. Eu não fazia ideia do que poderia acontecer comigo a partir dali e isso era aterrorizante.

Reviravoltas ♡ Imagine Kim Taehyung ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora