Destinos Inseparáveis

Capítulo 06

RENATA
Eu e Maria fomos comer à tenda do Gaby, estavam lá mais uns quantos do nosso grupo, quer rapazes quer raparigas, mas nem chegava aos calcanhares do que era quando foi na tenda do Tomé.

A Maria passou a noite toda agarrada a um gajo, nem me acredito que ela me trocou sabendo que Gaby vinha meter conversa comigo e então comigo sozinha nem contava com a hipótese de ele não vir.

E foi o que aconteceu, Gaby veio ter comigo e nem hesitou em largar tudo quando me vou sozinha.

Estivemos a falar sobre várias coisas, como do meu último torneio de ténis até coisas como qual era o melhor animal selvagem para se estimar.

À 1:00 da manhã finalmente Maria veio ter comigo para irmos embora o que achei um bocado egoísta mas ela tava tão feliz que lhe fiz o favor.

Nem lhe quis perguntar o motivo, provavelmente nem estava neste mundo para se aperceber da minha pergunta, então decidi ficar calada e ir direta dormir.

N consegui pregar o olho até às 2:00 da manhã e então desisti de tentar dormir, talvez ir dar uma volta resolvesse o problema.

Estava escuro, calor e ouviam se alguns grilos.

Decidi passar pela tenda do Tomé, eu sei lá, tolice minha.

Como seria de esperar, não havia barulho, ja devia estar a dormir.

Mais à frente vejo duas pessoas, tento me aproximar sem que elas reparassem, facilmente distingo que é um rapaz e uma rapariga.

Quando me aproximo mais reparo que esse rapaz e rapariga, são Tomé e Mara.

Vejo que Tomé tem as mãos no rabo de Mara mas assim que olha para o lado e me vê, tira as rapidamente.

Claramente Mara estava incosciente e já estava a ir na direção deles quando ele me chamou.

TOMÉ
Eu não podia acreditar no que estava a acontecer, logo ela, em tanta gente no raio do campo de férias tinha que ser ela a ver o que, definitivamente, não devia ter visto! Primeiro porque é ela! E segundo porque eu queria tudo menos me envolver com a Mara. Por falar nisso, sim a Mara ja tinha tentado isto, logo no fim da primeira semana do campo de férias, e ficou claro que não queria que ela o tentasse outra vez! Isto não podia correr pior! Mas tinha que jogar com o que tinha e a verdade seria a melhor coisa, já que também não havia nada a esconder.

–Renata! Ajuda me aqui! Acho que ela desmaiou! – tento não falar muito alto para não acordar ninguém.

–Shhh! Eu já vi que sim mas fala baixo, ninguém nos quer ver cá fora a esta hora.

–Okay, ajuda me a pegar nela, eu sei onde é a tenda dela.

–Claro que sabes – senti que me falava com um tom mais agressivo.

–Olha eu sei que pode ser um bocado difícil de acreditares mas nós somos só amigos.

–Sim, claro – fala me de um tom que se notava que estava claramente chateada.

Eu só queria ir para a minha tenda, que raio de primeira conversa!

–É aquela roxa, vamos devagar para ninguém reparar.

Depois de deitar mos Mara e de sairmos da tenda dela consegui olhar melhor para  Renata. Ela tinha os seus cabelos lisos e loiros soltos que lhe davam pelo peito, os seus olhos castanhos brilhavam, não era mesmo alta, ficava me pelo ombro, e, definitivamente, não tinha um corpo do outro mundo mesmo. Mas eu não me importava com isso na mesma porque eu já só a queria ter nos meus braços.

–Podemos falar melhor agora? – atrevi me a perguntar.

–Eu estou cheia de sono e eu preciso mesmo de digerir isto.

E Renata afastou se sem me deixar dizer alguma coisa.

RENATA
Tinha o coração a mil não estava a acreditar no que tinha acontecido e eu não podia contar a ninguém, mas se a Maria descobrisse matava me mas mesmo assim tinha que estar calada.

Uma lágrima caiu me enquanto corria de volta para a tenda, uma vez dentro dela descarreguei toda a minha raiva com murros no chão e gritei para a almofada para que o som se abafasse.

–Porquê?! Porra! Eu só queria alguém normal na minha vida!!!  Não posso ter alguém em que eu confie tudo o que faço! E quando penso que essa pessoa chegou na minha vida acontece esta merda! – gritava desesperadamente para a almofada como se isto fosse mudar alguma coisa.

Mas lá no fundo queria que Tomé ouvisse essas palavras e que amanhã viesse falar comigo algo que não fosse muito provável.

Adormeci antes que desse por ela e no dia a seguir acordei com um silêncio anormal lá fora.