TOMÉ
Assim que Renata se afasta de mim eu cerro os punhos com força suficiente para deixar a marca das unhas na palma das mãos.Tinha tanta coisa para assimilar que eu pensava em quatro, cinco coisas de cada vez, claro que não ia chegar a lado nenhum e às 2:00 da manhã não ajudava muito.
Só desejei conseguir dormir mas eu estava, por um lado, mais ativo do que o normal, e pelo outro, estava exausto da caminhada e também tinha a noção de que precisava de descansar para pensar no que fazer melhor.
Quando cheguei à minha tenda mandei mensagem para o Matos (sim ele também dormia lá mas não era boa ideia acorda lo) para não me acordar amanhã porque precisava de descansar.
Foi uma noite longa, ate às 5:00 não devo ter dormido mais de meia hora mas sei que depois disso dormi sem problemas.
Quando acordei não ouvia nada lá fora e olhando para as horas justificava se o porque, 11:30, as atividades programadas já tinham começado por volta das 9:00, e eu precisava de uma boa explicação para ter faltado, dizer que adormeci não chegava (eu sabia que o Matos nem o Rodrigo se iam chibar que eu não fui porque não quis), por isso, ia ter de parecer doente, mas também com as olheiras e que eu tinha dava para perceber que a noite não tinha sido fácil.
Decidi então ir para o sítio onde se comia, ainda ponderei ir ver Mara, mas ela era a última pessoa que eu queria ver no momento e aposto que alguém a tinha ido acordar.
Estava cheio de fome e fui direto comer alguma coisa, depois de encontrar um iogurte, um pão integral, os últimos pedaços de fiambre e uma maçã já demasiado madura (este era o prémio por ser o último a chegar ao pequeno almoço, ficar com restos era horroroso) fui para a mesa onde costumo ficar com o Matos e Rodrigo e o resto do pessoal, que, curiosamente, ficava 2 mesas atrás onde o grupo de Renata ficava.
RENATA
Não se ouvia qualquer barulho o relógio marcava 11:30.–Oh merda! Tou muito atrasada meu Deus!
Vesti rápido uns calções desportivos cinzentos, camisola branca e umas sapatilhas brancas tudo da nike e fui direta comer qualquer coisa.
Não encontrei nenhuma comida de jeito.
–Noite horrível e de manhã sem nada para comer, ótimo! Como é que querem o meu bom humor?!
Peguei numa gelatina que era a única coisa que havia e eu gostava.
Quando ia para a minha mesa dei de cara com Tomé.
Porra! O que é que ele está aqui a fazer?!
Quando se apercebeu de mim a atenção que estava a concentrada na comida dele, passou toda para mim.
Também não consegui deixar de olhar para ele, apesar de eu ter visto o que vi ele ainda me afetava, tinha o cabelo despenteado, mas dava lhe um ar mais exótico, tinha umas olheiras enormes (era bom saber que passou mal a noite) mas não teve reação nenhuma quando olhou para mim.
Enquanto comi a gelatina não me importei com ele, nem olhei nem pensei se ele me olhava apenas ignorei e comi.
Assim que acabei de comer levantei me, virei lhe costas.
Dirigi me para a saída com toda a convicção e sem desejar ouvir uma palavra dele, mas quando já estava mesmo na saída ouço uma palavra que me fez estremecer.
TOMÉ
Caralho, quais são as probabilidades de ser ela sempre a aparecer, eu não entendo isto!Não que me importasse de olhar vezes sem conta para o cabelo dela, nem para os olhos mas porra são momentos constrangedores.
Bem, o que podia fazer era simplesmente comer e ver o que ela fazia, estava, novamente, num dialema, entre me chegar à frente ou deixar passar mais um tempo.
Estava a acabar de beber o iogurte quando ela se levanta para ir embora, nem me apercebi que ela só tinha comido uma gelatina, quase que me engasgava e ja tinha tomado uma decisão quanto ao que fazer mas a minha indecisão não ajudava em nada mesmo!
Ela ia se afastando em passos largos quando uma única palavra saiu me da boca por impulso.
–FICA! – gritei.
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Destinos Inseparáveis
RomanceDepois de um início de Verão tranquilo, dois jovens estão prestes a ter uma mudança drástica nas suas vidas, um romance imperdível entre dois jovens que com objetivos de vida diferentes não podem impedir o seu destino.