Capítulo 09

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TOMÉ
Estava tão, ou mais, chateado do que ela e nem hesitei em começar a gritar com ela.

–O que é que foi aquilo ontem?! Depois do que soubeste da Renata e tudo, fazes me isto?! E ainda vens fazer cara de amuada e cheia de razão ter comigo e falas mal para os meus amigos?! Tens sorte de teres acordado na tua tenda! E espero que não tentes castigar ninguém por esse mal humor! – Gritei tanto que, quando acabei, estava ofegante.

–Desculpa, eu tava tocada... Lamento.

–Não, desculpas não chegam para o que me fizeste, e para a próxima vez que vieres falar comigo pensa muito bem! E mais, a Renata viu tudo e ajudou te, ai de ti que tu penses em lhe dizer seja o que for – disse estas últimas palavras enquanto estava a voltar para junto dos meus amigos.

Ouvi um gemido que indicava que a Mara estava a chorar mas eu não me importei e nem a queria ver à minha frente.

Quando voltei já só lá estava o pessoal da minha mesa.

–Pelo menos vocês não me deixam – disse enquanto me sentava ao lado do Matos.

–Bora lá, deixa lá aquela gaja, afinal sempre soubemos que ela era incerta. Vamos, hoje à tarde vamos até à piscina.

Por mais que fosse "fiel" a Mara o Matos tinha razão, e agora só me importava com o jantar de amanhã, esperava que o André conseguisse.

O dia passou sem qualquer incidente, Mara desapareceu completamente, tentei não olhar demasiado para a Renata. Missão impossível mas tentei relaxar um pouco, afinal a minha vida não podia andar sempre à volta dela.

Mas com alguém como o Matos sempre contigo é impossível estar de mau-humor.

Enfim, o dia não foi grande coisa, a noite foi agitada mas depois do susto da última noite não me importei de ficar sozinho na tenda, já que os três rapazes estavam se a divertir.

Quando estava sozinho aproveitava para arrumar as minhas coisas e relaxar o máximo, mas os meus pensamentos perdiam se e iam sempre parar ao mesmo nome. Situações, conversas ou até mesmo olhares eu imaginava como iriam ser no dia seguinte. Pelo menos os outros três estavam felizes e nada melhor do que te los bem dispostos, afinal era altamente contagioso a boa disposição do Matos e do Rodrigo.

Era meia noite quando fui para a cama e nenhum deles tinha aparecido. Estava cansado e o dia seguinte tinha tudo para dar certo.

Acordei duas vezes pela presença de duas pessoas.

Quando acordei, confirmei que alguém não tinha vindo, o André não tinha vindo. Bem, o nosso plano consistia em não deixar que as coisas com a Maria de descontrolassem mas chegar a este ponto, já não eram uns simples encontros.

Acordei muito cedo, desta vez ia ter o melhor pequeno almoço e, para minha surpresa, quando cheguei lá estava o André com a Maria, agarrados um ao outro. A minha primeira reação foi um sorriso discreto mas, afinal de contas, aquilo era uma situação pela qual todos passamos e sentimos sempre falta.

Quando olhei para trás, vi a Mara a comer a olhar para o telemóvel, revirei os olhos e virei costas, peguei no meu pequeno almoço e sentei me.

Assim que me sento, entram várias pessoas e uma delas tinha que ser ela...

RENATA
Assim que vi Maria esbocei um sorriso enorme, que bom ter uma amiga que se sentia feliz.

Depois de decidir o que comer, tinha que escolher onde me iria sentar. A escolha óbvia era ao lado de Tomé.

E, sem saber de onde tinha vindo a coragem, fui em direção à mesa dele e sentei me de imediato sem sequer pedir licença.

Acho que a coragem veio da cara de paspalha da Mara, que estava um bocado mais atrás dele.

–Espero que não tenhas vindo para chatea la, ontem já lhe fiz chegar bem a mensagem.

–Meu! Desculpa?! Tu não és o centro do mundo – falei com rispidez.

–Desculpa, precipitado – levantou as mãos num gesto de inocência – a tua companhia é a mais desejada, faça favor loirinha.

–Espero que tenha servido como exemplo.

Bem, a conversa não foi má mas houveram os silêncios constrangedores que toda a gente odeia, rimo nos e encarmo nos algumas vezes, não quis puxar grandes temas para não ser chata ou obcecada, numca tomei a iniciativa mas evitei que a conversa morresse.

Não foi nada de especial, falamos de coisas banais e à medida que as pessoas chegaram à nossa mesa a conversa foi divergindo mas ficou mais divertida, realmente o Matos é impressionante, não parei de rir durante os 15minutos que estivemos todos juntos.

Mais um dia que passou rápido e sem acontecimentos relevantes.

Acho que o problema do jantar estava resolvido, afinal aqueles dois não se largavam. Que orgulho da Maria.

Agora o problema estava em escolher o que vestir, imaginava inúmeras opções e revirei a mala toda a ver o que tinha e se encontrava um pequeno milagre no meio de tanta roupa.

Por fim, escolhi um vestido azul marinho simples e umas sapatilhas vans azuis a combinar com o vestido.

E agora só esperava que as coisas corressem bem.

TOMÉ
Esta noite tinha tudo para dar certo, apenas tinha que ter calma e paciência com a frontalidade dela.

Como estava calor, optei por uns canções bege, uma T-shirt cinzenta e um par de sapatilhas que encontrei.

–Eh lá, já não te via preocupado a algum tempo.

Nem me apercebi que o Matos tinha entrado.

–Quando me caíres na sopa vais ouvir tantas, nem imaginas.

–Ahahah, isso é música para os meus ouvidos. Vamos?

–Seja o que Deus quiser.

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