Capítulo 13

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RENATA
Acordei com o cantar dos pássaros lá fora, com o braço de Tomé em volta do meu corpo e a mão pousada na minha barriga, pareceu mesmo uma cena de filme, esbocei um sorriso e devagarinho levantei a mão de Tomé da minha barriga, dei um beijo nas costas da mão e saí da tenda sem fazer barulho.

Queria tentar surpreende lo com um pequeno almoço bem elaborado já que era sempre ele a cozinhar para mim mas tinha que ir primeiro à casa de banho.

Quando voltei à tenda para vestir algo mais confortável o Tomé já não estava.

– Onde é que foste agora? Porque é que me deixas sempre intrigada com coisas estúpidas? Aiii.

Pensei logo no pequeno almoço, afinal ele é tolo por culinária, lá se ia o meu plano de lhe fazer uma surpresa.

À medida que me ia aproximando da tenda das refeições, senti o cheiro a comida a ficar mais intenso.

–Bom dia! – Gritei.

–Ei! Meu Deus, que susto. – reclamou o Tomé depois de grande salto – Bom dia.

–Tu não consegues mesmo parar de cozinhar pois não? Era a minha vez de cozinhar para ti – disse à medida que me aproximava.

–Na próxima cozinhamos os dois, pode ser? – declarou enquanto se debruçou para me dar um beijo com um sorriso contagioso.

–Está bem, está bem, e o que me vai apresentar hoje na mesa, chef?

–Pequeno almoço inglês, um ovo estrelado bacon e uns cogumelos.

–Aiii isso parece me enjoativo e este corpinho tem de ficar bom para o circuito de ténis para o ano – pisquei lhe o olho.

–Ainda dúvidas de mim? Vá dá me um minutinho, leva só os copos que eu levo os pratos com a comida – despachou me com um beijo na cara.

Durante o pequeno almoço veio à conversa a cena do táxi e ainda nos rimos à conta disso, falamos um pouco sobre a nossa infância e acabamos a falar sobre o primeiro dia na tenda.
Entretanto decidimos ir até à praia fluvial, afinal não tínhamos que caminhar muito e nada melhor do que um domingo calmo depois de uma semana bem agitada.

–Ai olha as horas! Meio dia?! Não vamos sem almoçar agora e ainda tenho que me arranjar.

–Vai lá. Vou cozinhar algo leve e rápido para nós e arranjo me enquanto deixo a cozer.

–És o maior – disse atirando lhe um beijo mais longo para agradecer – Até já – afastei me com um sorriso e um piscar de olho.

Fui me vestir, não estava demasiado preocupada com o que vestia, só queria aproveitar o tempo com o Tomé, ainda para mais era domingo e não estava mesmo ninguém.

Fizemos a caminhada até ao rio, sempre a falar sobre alguma coisa, a conversa nunca morria. O tempo estava bom, não estava demasiado calor e sentia se uma brisa que tornava o ambiente mais agradável.

Tivemos o rio só para nós e passamos a maior parte do tempo dentro de água, o Tomé ainda me levou a uma pequena cascata mesmo linda que lá tinha perto, claro que não podia faltar a cena do beijo em frente à queda de água.

– Quando queres até sabes ser romântico – disse interrompendo o longo beijo com um sorriso e dando de seguida dois beijos leves.

– Contigo não consigo evitar loirinha.

–Arrrgh, foge que eu vou atrás de ti – comecei a correr enquanto atirava água com as duas mãos.

Acabamos os dois abraçados aos beijos depois de uma batalha frenética de água.

–Bem, vamos indo porque domingo é dia de eu cozinhar para toda a gente e hoje tenho trabalho a dobrar já que tenho mais quatro pessoas para quem cozinhar. Manda mensagem à Maria e eu trato do Matos e do Rodrigo, por favor, tá bom?

–Oui chef!

– Obrigado – agradeceu me com um pequeno beijo – vamos indo então e secamo-nos enquanto caminhamos.

Mal chegamos ao acampamento fomos tomar banho e o Tomé foi logo para a tenda cozinhar. À medida que a hora do jantar se aproximava o acampamento ficava cada vez mais cheio.

Estava à espera da Maria à entrada e assim que chegou saí disparada para a abraçar e contar lhe tudo o que tinha acontecido.

Quando chegamos à tenda do jantar já só faltava o Matos, a Maria foi ter com o André e olhei para o Tomé que já suava atrás do fogão, atirei lhe um beijo de longe e fui para a mesa habitual.

Pouco tempo depois Tomé chegou com vários pratos.

– Ora bem, hoje fiz uma salada para a namorada do Rodrigo, tem alface, tomate cherry, cenoura, couve roxa, queijo e frutos secos, vegetariano como pedido.
Depois tenho uma pizza com azeitona e fiambre, bifes de frango e um robalo. Que não falte comida hoje, sim?

Toda a gente agradeceu e entretanto o Matos também tinha chegado.

–Elaaah, estamos a festejar o quê? – disse esfregando as mãos e dando uma palmada nas costas do Tomé.

–Cala te e senta te antes que fiques é sem comer – atirou o Tomé enquanto cumprimentava Matos.

A meio do jantar Tomé sussurrou me ao ouvido se podia convidar a Mara para a mesa, olhei para ela e estava meia perdida e toda a gente merece uma segunda oportunidade e então eu própria decidi convida la.

-Mara! – Chamei.

Mara olhou e desviou o olhar.

–Mara, anda para cá, não precisas de estar sozinha vá.

–Não, deixa lá, é melhor não, vocês estão aí todos a conversar.

–Deixa te disso vá, senta te connosco e come que tem comida de sobra.

–Ta bom, eu fico, obrigada!

Olhei em redor da mesa e toda a gente sorria e conversava, estava a ser incrível e estava a adorar cada momento, olhei na direção de Tomé que me retribuiu o olhar e um piscar de olho.

Estava tudo perfeito. Só não sabia que estava tudo prestes a mudar.

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⏰ Última atualização: Mar 02, 2021 ⏰

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