Passou uma semana. Hoje, vou buscar a Pipa à casa dos avós. Estaciono o carro e toco à campainha.
ADELAIDE: Ah és tu! - olha-me com desprezo.
EU: Onde está a Pipa? - pergunto sem entrar na sua casa.
ADELAIDE: Está no sítio onde deve estar!
EU: Isso queria você. Chame a pequena!
ADELAIDE: Tu és muito ingénua. Achas mesmo que vais ganhar neste processo?
EU: Acho e tenho a certeza que vou ganhar!
PIPA: Tiaaaa! - grita e corre para o meu colo.
EU: Olá meu amor! - pego na pequena e beijo a sua cara.
FERNANDO: Bom dia Ana. Como está? - cumprimenta-me com dois beijos.
EU: Bom dia Fernando. Bem, obrigada!
FERNANDO: Não te esqueças de fazer o que te disse Pipa! - diz à pequena e pisca-lhe o olho.
Sorrio e a pequena despede-se dos avós. Eu despeço-me do senhor Fernando e levo as malas da pequena para o porta bagagens do carro. Ajudo-a a meter o cinto e partimos para casa.
EU: Então meu amor, como tens passado estes dias?
PIPA: Mal. A avó da tau tau so por eu rir alto! - diz cabisbaixa.
EU: E o teu papá nao diz nada?
PIPA: Não. Eu mal o vejo. Ta sempre a trabalhar!
EU: Ouve bem o que a tia te vai dizer: a tia não vai deixar que mais ninguém te faça mal ok?
PIPA: Obrigada ti Nocas!
Chegamos a casa. Meto as suas malas no seu quarto e faço o almoço. Enquanto isso, a pequena contava o que tinha aprendido na escola. De momento o meu telemóvel toca.
EU: Amor, podes ir buscar o telemóvel da tia à mala que está na sala?
PIPA: Siiim! - sai a correr.
Ela aparece com o telemóvel e ve a foto que eu tinha no contacto.
PIPA: É o menino do gato! - diz entusiasmada.
EU: Ai é? Então atende!
E a pequena la o fez.
PIPA: Estou?...sim...a minha tia está a mexer no fogão por isso não pode falar agora...ahahaha...ta bem...até logo! - desliga.
EU: Grande conversa ahaha. Então o que ele queria?
PIPA: Estava a dizer que a seguir ao almoço passava por cá!
EU: Porquê?
PIPA: Porque quer ir passear com a gente!
Sorrio. Estarei a mentir se o André não me anda a mexer com o psicológico. Sempre preocupado, atento e sobretudo, humilde amigo e verdadeiro. Sinto mais que amizade por ele. Nisso posso ter toda a certeza do mundo.
A hora de almoço passou. Como sempre, a refeição foi passada com muitas brincadeiras. Acabara de arrumar a cozinha quando a campainha toca.
PIPA: Eu vou!!! - grita da sala.
EU: Pergunta primeiro quem é!!! - grito de volta da cozinha.
Ouço a porta a fechar e uma voz grossa e uns risos da pequena. Olho para trás e vejo o André com a Pipa às cavalitas.
ANDRÉ: Muito boa tarde. Vim trazer a princesa Pipa ao seu castelo! - abaixa-se para a pequena descer das suas costas.
EU: Vocês os dois são perfeitos! - sorrio perante àquela ação.
André vem até mim e cumprimenta-me com um abraço e dois beijos. Ligo a máquina de café e meto as cápsulas dentro da mesma para tirar os cafés. Enquanto isso, Pipa vai para a sala ver os desenhos animados e André fica na cozinha comigo.
EU: Tas com ar cansado! - digo mal pouso as chávenas de café à frente de cada um.
ANDRÉ: Foi do treino hoje de manhã. Foi uma beca puxado!
EU: Compreendo. Agora é dar tudo por tudo! - digo mexendo o açúcar.
ANDRÉ: Gostava que tu e a Pipa fossem ver o jogo este fim de semana!
EU: Não sei. Depois é muita agitação e tenho sempre medo disso!
ANDRÉ: Mas não ha problema. Vais para ao pé do meu irmão e dos meus primos. Depois quando o jogo acabar vão ter comigo. Não ha problema!
EU: Hum...Pipa! - chamo a pequena.
PIPA: Sim? - diz assim que chega à cozinha.
EU: O André tem uma proposta para nós mas tu é que sabes se sim ou não!
ANDRÉ: Tu e a ti Nocas querem vir ver o jogo no fim de semana? - diz mal a pequena se vira para ele.
PIPA: Siiiim!!! - grita e da pulinhos.
EU: Então fica combinado! - sorrio.
Depois daquele momento saímos de casa e fomos até a um parque. A Pipa brincava no escorrega e nos baloiços enquanto que eu e o André estavamos sentados num banco a observá-la.
ANDRÉ: Ela pergunta muito pela mãe? - pergunta olhando a pequena a brincar.
EU: Quase todos os dias. Pela mãe e pelos meus pais! - suspiro.
O silêncio volta a instalar-se.
ANDRÉ: Vê-se mesmo que ela é tão feliz contigo! - desta vez encara-me.
EU: Achas? - coro.
ANDRÉ: Nota-se a milhas Ana. E tu ficas mais alegre sempre que a tens contigo!
EU: Ela é a filha que nao pude ter...
ANDRÉ: Como assim "nao pude ter"? - pergunta com uma sobrancelha arqueada.
EU: Este instinto maternal não é so por ter perdido os que mais amava e ter de aprender a tomar conta de uma criança. Eu quando tinha os 17 anos engravidei... - sorrio fraco. - ...um rapaz violou-me e engravidei. - suspiro. - A barriga começou a crescer e o hábito de ver e sentir uns certos movimentos dentro de mim fez com que o amasse cada vez mais. - faço uma pausa e encaro o André que já me olhava. - Perdi-o! - os meus olhos vermelhos olhavam para o moreno ao meu lado estático.
PIPA: Tia, tou com cedinha! - diz chegando perto de nós cortando aquele momento tenso.
EU: Anda, vamos comprar ali!
Pego na carteira e sigo até ao mini quiosque com a pequena ao meu lado. O André ficara sentado a guardar a minha mala. Compro a garrafa e voltamos para o sítio onde estávamos.
EU: Daqui a 10 minutos vamos embora! - digo à pequena que se afastava para voltar ao que estava a fazer.
PIPA: Está bem!! - grita devido a estar longe.
ANDRÉ: Desculpa...
EU: Do quê? - encaro-o.
ANDRÉ: Não te queria fazer lembrar daquele momento da tua vida! - diz cabisbaixo.
EU: Não tens culpa. Ja passou. Oportunidades não me faltaram. Além do mais tenho que me concertar na Pipa e ter em conta a felicidade dos meus melhores amigos! - meto a minha mão por cima da sua.
Ele automaticamente sorri. Mete a sua outra mão por cima da minha e beija a minha testa. Nunca na vida me imaginaria assim com o André. Muito menos por agora.
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Oi oi oi👋Espero que tenham e gostado e caso isso metam 👍 e comentem 😉
Desculpem alguma linguagem mais ofensiva!
Byee 😘
-Ana💫
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Common Ground 💫
FanficAna é uma rapariga que foi "obrigada" a cuidar da sua sobrinha devido á morte dos seus pais e da sua irmã. Ela vive para lutar contra a família do pai da pequena protegendo-a daqueles que querem a sua herança. André é o anjo que cai nos pés de Ana...