Hoje tinha sido um dia complicado. Assim que cheguei à clínica, a Rita (a enfermeira, para quem não se lembra XD) estava lavada em lágrimas com o telemóvel na mão.
EU: Que se passa Rita? - pouso a minha mala no chão e vou logo para perto dela abraçá-la.
RITA: Você não sabe o que acabou de acontecer! - diz aos soluços lavada em lágrimas.
EU: Mas foi o quê? - pergunto visivelmente preocupada.
RITA: Hoje de manhã, antes de chegar à clínica, vi um cão amarrado a um poste. Eu estacionei e eu nem queria imaginar no que estava a ver! - volta a chorar. - Ele estava ainda vivo mas lavadinho em sangue. Num instante peguei nele e trouxe-o!
EU: Onde está ele?
RITA: Está no bloco operatório mas acho que ele morreu! - chora ainda mais.
Toda eu estava arrepiada. De imediato visto a minha bata, calço as luvas e meto a máscara. Entro e via o animal de porte grande deitado na maca com feridas bastante profundas. Contudo, ele já estava ligado ás máquinas e tinha o soro. Passo com a minha mão pelo seu pelo e sinto-o estremecer.
Chego perto da sua cara e vejo-o de olhos abertos. Ele pedia ajuda pelo olhar. Eu sentia isso.
EU: Eu vou ajudar-te amigo! - digo para o animal que me olhava com a esperança de lhe tirar aquelas dores horríveis.
Saio da sala e falo com a Rita.
EU: Tem calma Rita, ele está vivo! - sorrio-lhe.
RITA: Está a falar a sério? - pergunta mega empolgada.
EU: Sim mas eu vou precisar de ti para o curar. Consegues?
RITA: Claro que sim! - limpa as lágrimas da cara.
Ambas preparamos a sala para a operação. Felizmente correu com muito sucesso. O cão estava fora de perigo. Arrumámos o seu novo quarto e deitámo-lo na sua caminha para poder descansar. Apesar disso ele ainda estava sob o efeito dos sedativos e ligado ao soro.
Chego á escola da Pipa e vou imediatamente buscá-la.
PROF: A Pipa já abalou com o tio! - diz mal pergunto por ela.
EU: Qual tio? - arquei-o a sobrancelha.
PROF: O tio André. Pelo menos foi assim que ele se apresentou. Você conhece?
EU: Depende. Ele era como?
PROF: Era alto, moreno de olhos escuros. Ah, é jogador do Porto! - diz convicta.
EU: Ah então é o que estou a pensar. Obrigada! - sorrio e saio do estabelecimento.
Estaciono o carro na garagem e entro em casa mas que incrivelmente se encontrava muito silenciosa. Pouso a mala no bengaleiro e as chaves no chaveiro.
EU: Pipa? André? - chamo por ambos mas ninguém responde.
Vou até aos quartos e nada, vou até à sala e nada, vou até à cozinha e nada. Chego ao jardim e os meus olhos brilham.
O André e a Pipa estavam ao lado de uma mesa que estava completamente recheada de coisas boas. Ela corre até mim e eu pego-a ao colo.
PIPA: Olá ti Nocas! - beija-me a bochecha.
EU: Olá meu amor! - pouso-a no chão. - Olá André! - vou até ele e beijo-lhe a bochecha.
ANDRÉ: Olá princesa! - beija-me igualmente a bochecha.
PIPA: Senta tia. Fui eu e o André que fizemos a pensar em ti! - sorri carinhosamente.
Olho para ela e depois para o André. Ele sorri e assente com a cabeça.
EU: Muito obrigada meu amores! - meto as minhas mãos em cima de cada uma das deles.
Começámos a comer e cada um foi contando como foi o seu dia.
ANDRÉ: O meu foi só treinos como sempre! - gargalha. - E o teu dia como foi?
EU: Ui, nem queiram saber!
Contei o sucedido mas sem pormenores devido à presença da Pipa.
PIPA: E quando é que ele fica melhor para eu poder brincar com ele?
EU: Oh meu amor, não sei. Ele ainda está muito doentinho!
PIPA: Eu gostava de o ver!
EU: Quando ele estiver mais feliz eu levo-te lá ok?
PIPA: Siim!!!
ANDRÉ: Então quando a levares diz-me que também gostava de ir! - sorrio.
EU: Claro que digo!
PIPA: Tia, posso ir ver os desenhos animados?
EU: Vai para depois ir-mos fazer os TPC's!
Ela levanta-se e corre para dentro de casa.
ANDRÉ: Já viste bem como tens esses olhos?
EU: Que têm?
ANDRÉ: Estão cheio de olheiras. Tens de descansar Ana. Não podes só dedicar-te aos outros!
EU: Eu sei André mas sabes que a minha vida é isto!
ANDRÉ: Eu sei Ana. Também o futebol é a minha vida mas eu sei que a minha saúde está primeiro. Promete-me que descansas!
EU: ...ok, eu prometo! - sorrio e faço cara de derrotada.
Ele levanta-se e vem até mim dando-me um beijo na testa. Começamos por arrumar as coisas. Contudo já se fazia tarde. Enquanto eu fazia o jantar, o André disponibilizara-se para ajudar a Pipa com os trabalhos de casa.
Vê-los juntos derretia completamente o meu coração. Fui ajudar a pequena no banho e assim que chegamos novamente à cozinha, a mesa já estava posta e o jantar servido.
Acabo de dar um beijo na testa da pequena. Apago a luz e encosto a porta. Desço até à sala onde se encontrava o André sentado a ver um jogo de ténis qualquer.
ANDRÉ: Princesa eu vou andando ok?
EU: Tens a certeza? Se não quiseres conduzir podes dormir cá. Sabes disso!
ANDRÉ: Eu sei linda mas não quero abusar!
EU: Tu não abusas anjo!
ANDRÉ: Eu quero ir com calma como me pediste! - beija-me a testa e levanta-se.
EU: Obrigada. Obrigada por tudo mesmo!
ANDRÉ: Obrigada eu por tudo princesa!
Levo-o até à porta e num momento sinto os seus lábios nos meus.
ANDRÉ: Até amanhã amor!
Fico estática e com um sorriso parvo na cara. Sentia-me perdida com oacontecimento. A minha única reação foi acenar-lhe com o sorriso parvo na cara.
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Oi oi oi👋Espero que tenham e gostado e caso isso metam 👍 e comentem 😉
Desculpem alguma linguagem mais ofensiva!
Byee 😘
-Ana💫
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Common Ground 💫
FanfictionAna é uma rapariga que foi "obrigada" a cuidar da sua sobrinha devido á morte dos seus pais e da sua irmã. Ela vive para lutar contra a família do pai da pequena protegendo-a daqueles que querem a sua herança. André é o anjo que cai nos pés de Ana...