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E hoje é o dia mais esperado. O dia da audiência no tribunal. A Pipa ainda estava na casa dos avós e hoje é que iria ser decisivo se a Pipa ficaria comigo e com o André ou com o pai e os avós.

Entramos no carro e seguimos viagem para o tribunal. Os meus sogros e o meu cunhado fizeram questão de assistir e testemunhar a meu favor.

Chegamos e a primeira coisa que faço é ir ter com o meu advogado que já se encontrava dentro da sala.

EU: Bom dia Alberto! – cumprimento-o com um aperto de mão.

ALBERTO: Bom dia Ana!

EU: Está preparado?

ALBERTO: Eu sinto que sim mas tenho de lhe fazer um aviso!

EU: O quê?

ALBERTO: Eles têm fortes acusações contra si!

EU: Como por exemplo?

ALBERTO: De maus tratos e deixar a menina mexer em vacinas e produtos de animais na sua clínica!

EU: Como assim? Isso é mentira!

ALBERTO: Tenha calma Ana. Não vai querer perder pois não? – abano a cabeça negativamente. – Então não se pode exaltar!

As pessoas começam a entrar para a sala de audiências. Eu sento-me no meu lugar com o meu advogado e com o André. À minha frente estavam os rivais.

JUIZ: Bom dia a todos. Vamos começar a audiência! – bate com o martelo na mesa.

(...)

RUBEN: Desde que a Sofia morreu que ela me tem proibido de ver a Filipa. Ela sente-se autoritária perante a pequena!

(...)

ADELAIDE: A Filipa sempre me contou que tinha medo de ir para à da tia pois ela obrigava a pequena pegar em coisas que lhe metiam medo como seringas!

(...)

EU: A minha família morreu toda naquele acidente. A Filipa foi a única que ficou para me fazer sentir útil nesta vida. EU NUNCA na vida iria fazer algo que a prejudica-se!

(...)

ANDRÉ: Conheço a Filipa já há uns 8 meses, é o tempo em que estou com a Ana. Mesmo depois de viver-mos juntos sempre tivemos uma relação muito forte. A Ana é como uma verdadeira mãe para ela!

(...)

JUIZ: Nega que bate na sua sobrinha?

EU: Nego sim. Aliás, infelizmente não está cá uma das pessoas que iria provar mas quem bate na Filipa é aquela mulher. O pai dela mal a vê e nem quer saber dela. Isto são palavras da Filipa!

Nunca pensei ouvir tanta barbaridade a meu respeito. Aqueles dois estavam mesmo a ser convincentes. A Adelaide chorava. Lágrimas de crocodilo como se costuma dizer.

O Alberto bem que defendeu mas nada parecia combater ao que eles me acusavam.

JUIZ: O veredicto está decidido!

E o momento de tensão começa agora.

JUIZ: A menina está sob a guarda total do pai e dos avós. A tia está totalmente proibida de chegar perto da menina e ainda tem uma multa de 5.000€ à família em causa! – bate com o martelo na mesa e saiem.

EU: NÃO!!! ELES VÃO-LHE FAZER MAL! ELES SÓ QUEREM A HERANÇA DELA!!!!!

Eu toda esperneava, gritava e chorava. O André e o Afonso agarravam-me. A minha sogra chorava. O André tinha os olhos marejados. Tudo estava em choque.

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Acordo com umas enormes olheiras. Levanto-me, lavo a cara e desço. Chego à cozinha e tinha um bilhete no frigorífico do André.

Amor, fui para os treinos. Deixei-te o pequeno-almoço no microondas. Por favor come tudo! Amo-vos <3

Como então o que tinha no microondas. Meto a caneca e o prato em cima da bancada e volto para o quarto. Choro compulsivamente.

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EU: Desculpem... - choro desesperadamente. – Eu sei que vos desiludi...eles jogaram sujo...eu não. Agora nem a posso ver!

Estava na campa dos meus pais e da minha irmã. Eu precisava de falar com eles. De lhes pedir desculpa.

EU: O que vai ser de mim agora? Ela era praticamente minha filha. Vocês sabem disso!

Por mais que falasse nunca iria obter respostas. Levanto-me e abalo do cemitério. Conduzo lavada em lágrimas até à praia. Descalço os sapatos e ando pelo areal fora. As lágrimas pareciam não ter fim. Sento-me no areal e tiro o telemóvel do bolso. Tinha cerca de 10 chamadas e 5 mensagens do André.

Entro em casa e ouço logo o André a vir a correr até à entrada.

ANDRÉ: Onde estiveste Ana?

EU: Por aí...

ANDRÉ: Escuta, nós ainda vamos fazer justiça!

EU: Como? – grito. – Já não vale a pena André. Eu perdi. PERDI. Eu acabei de desiludir as pessoas que mais acreditavam em mim!

Saio e tranco-me no quarto. Derrubo tudo o que estava em cima do meu armário, desde perfumes a caixinhas com brincos e pulseiras. A raiva era tanta que quanto mais estragos melhor.

De repente sinto uma dor forte e caio de joelhos no chão. Dou gemidos de dor e sinto um liquido a escorrer por mim a baixo. Olho e vejo sangue. O André entra de repente no quarto.

ANDRÉ: Que se passa aqui Ana? – abaixa-se ficando à minha altura.

EU: Eu...tenho sangue...nas pernas!

Ele assim que vê entra em pânico. Pega-me ao colo e corre até ao carro. Partimos para o hospital. As dores eram cada vez mais e a vontade de me apagar por completo era muita.

Entramos e dou logo entrada de emergência. Infelizmente o André não pôde entrar.

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#ANDRÉ

Passou uma hora desde que a Ana entrou para o blocoperatório. Finalmente vem um médico em minha direção.

MÉDICO: É o familiar de Ana certo?

EU: Sou eu sim!

MÉDICO: Acompanhe-me!

Sigo-o e entramos para uma sala onde a Ana se encontrava a dormir. Ele sai e eu fico com ela. Pego na sua mão e acaricio-a.

Ela acorda. O seu ar era deveras cansado.

EU: Como te sentes amor?

ANA: Não me sinto...

EU: É normal!

O médico entra.

MÉDICO: Ainda bem que está acordada Ana. Tenho de falar com vocês os dois!

EU: Diga!

MÉDICO: Sei que não é o momento apropriado para dizer mas...infelizmente a Ana perdeu o bebé!

O meu mundo caiu. Digam-me que estou a ouvir mal. As lágrimas saiem. Olho para a Ana que estava com os olhos marejados a encarar o teto.

MÉDICO: Lamento imenso! – sai do quarto.

O silêncio toma conta daquele quarto. Nenhum de nós se atreve a dizer uma única palavra.

ANDRÉ: Tenho de sair!

Saio e pego no carro. Conduzo sem rumo. Aliás, o meu rumo acabou desde que a vida do meu filho acabou também.

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Oi oi oi👋

Ai o drama 😶

Espero que tenham e gostado e caso isso metam 👍 e comentem 😉

Desculpem alguma linguagem mais ofensiva!

Byee 😘

-Ana💫

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