Capítulo 33

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A polícia deu ordem de prisão, o Bruno apontou a arma para o Daniel e naquela

hora o tempo parou, eu não conseguia ver mais nada, não consegui me mover, um silêncio tomou conta do local, sendo quebrado pelo barulho da arma sendo disparada na direção do meu petit. Eu queria ter me jogado na frente do Daniel para que nada de ruim lhe acontecesse, mas não consegui, me ajoelhei no chão e pedi a Deus que o protegesse, sórespirei aliviado quando a arma falhou e o tiro não saiu. Eu tremia descontroladamente, fiquei caído no chão de terra vermelha, mesmo sem arma o Bruno não se rendeu, ficou atrás do carro resistindo, um policial pegou o Daniel e o levou para um local seguro, o Bruno estava muito nervoso, chorava demais, gritava que me amava e me odiava ao mesmo tempo, a chuva começou a cair forte, eu ali caído no chão tomando chuva dentro de uma poça de lama até ser amparado por um policial, eu já não tinha forças pra nada, o Bruno conseguiu entrar no carro e arrancar como um louco, 2 dos 3 carros de policia que estavam no local foram atrás dele, fui carregado até um camburão onde o Daniel estava deitado. Fui me aproximando do Daniel, chovia muito naquela hora, olhei pelo vidro e o Daniel estava deitado de olhos fechados, mas já estava consciente, quando me aproximei dele eu vi seu olho se abrindo, um sorriso em seu rosto ao me ver, quando abri a porta do carro ele se levantou:

- Continue deitado, amor...

- Petit... Você está bem?

- Estou bem, meu amor... Já passou o pesadelo...

- Olha como você está molhado... Você pode ficar doente, entre aqui...

Entrei dentro da viatura.

- Por que você se arriscou assim? Você é louco?

- Sou... Louco por você... Louco porque te amo... Louco porque sem você eu não

tenho mais vida... Por você eu mato e morro.

Ele ficou emocionado, me deu um beijo na mão, um abraço bem apertado e disse

que me amava. Aparentemente todo o "pesadelo" parecia ter acabado, meu petit já estava de volta para meus braços. Enquanto isso, a policia perseguia o Bruno que fugia no carro de sua mãe, já eram 4 carros da policia que o perseguiam pelas ruas de São Paulo. Posso dizer que o Bruno dirigia muito bem, desde criança ele competia em Kart, o sonho dele era ser um piloto profissional, seu ídolo era o Senna, ele colecionava várias fotos, tinha vídeos das corridas, mas depois que seu pai morreu, ele entrou em depressão e teve até síndrome do pânico. Sua mãe me contou uma vez que foi necessário 2 anos de tratamento, mas ainda assim ele às vezes tinha umas crises de loucura, ele deveria estar em um desses momentos quando seqüestrou meu Daniel.

A chuva não parava de cair, acompanhei o Daniel o tempo todo até o hospital, onde

sua mãe já o esperava, colocaram ele em uma maca e levaram para a enfermaria, tentei

acompanhá-lo, mas fui barrado na porta, só foi permitida a entrada de sua mãe. Fiquei

aguardando na sala de espera, todo molhado, sujo de lama, tremendo, com frio e febre, um pouco fraco, mas não sairia de lá enquanto não tivesse notícias do meu namorado.

Adormeci naqueles bancos duros e gelados da recepção, até que no começo da noite ele

recebeu alta, pra mim era o fim de um pesadelo horrível, iríamos voltar a viver juntos como antes, um casal feliz, mas sua mãe preferiu levá-lo para a casa dela, pelo menos por uma semana para cuidar dele, eu entendi que era uma preocupação de mãe e concordei, o Daniel não queria aceitar muito, acabamos discutindo e por fim entramos em um acordo:

- Bader?

- Eu.

- O Daniel recebeu alta e já pode deixar o hospital.

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