Capítulo 25

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- Mas que barulho foi esse?

- Barulho? Você vai ouvir um barulho sim, mas vai ser dos seus ossos quebrando...

- Você não vai bater no meu pai.

- Tira a mão de mim moleque, se não vai sobrar pra você...

- Deixa meu filho quieto...

- A parada aqui é entre eu e você.

- O que você quer?

- Sai aqui fora e me enfrenta como homem... Ou você não é homem?

- Tá tirando?

- Está com medo? Ou você sai aqui, ou vou te buscar aí dentro...

- Você não vai bater no meu pai.

- Cala sua boca, viadinho.

- Olha como você fala do meu filho...

- Você não contou pro papai?

- Cala a boca.

- Contou o quê?

- Ah você não está sabendo? Seu filho estava me espiando tomando sol outro dia...

- Isso é verdade, Flávio?

- Mentira, pai...

- Bom, depois vocês discutem assuntos familiares sobre sexualidade, agora vou

quebrar sua cara...

O Daniel voou em cima do Carlos, dando-lhe logo um soco em sua boca, ele caiu no

chão batendo o braço na quina da mesa, se rastejando no chão e implorando por desculpas não foi o suficiente para fazer o Daniel parar, de dentro do elevador dava pra escutar os gritos que despertaram a atenção do prédio todo, segurando o Carlos pelo colarinho e olhando em seus olhos o Daniel dizia:

- Agora a gente pode falar de homem pra homem...

- Larga ele...

- Chame a polícia, Flávio...

- Isso, chama lá a polícia que vamos contar a boa ação da semana que seu pai fez,

envenenando os animais de estimação do prédio todo...

Claro que o Daniel foi errado de ter batido nele daquele jeito, mas no momento de

raiva eu também queria ter quebrado sua cara, mas o covarde se escondeu. Não vou dizer que fiquei com dó dele, pois foi ele mesmo que procurou pra cabeça dele, se cuidasse somente de sua vida teríamos evitado muitos problemas.

Quando cheguei lá o Carlos estava com o rosto cheio de sangue, tive que tirar o Daniel de cima dele antes que ele o matasse de tanto bater.

- Chega Daniel...

- Chega o caralho, esse filho da puta vai ter que apanhar muito ainda.

- Não, ele já apanhou o bastante.

- Tira a mão do meu pai...

- Você fica quieta aí sua bichinha de armário.

- Eu não sou viado, você é.

- Pelos menos não fico espiando os visinhos seminus na piscina e nem passando as

tardes vendo fotos de homens pelados na internet.

- Pare pelo amor de Deus, você vai me matar...

- Essa é minha vontade... Antes de você mexer com alguém tome muito cuidado, e a

partir de hoje passe longe do Bader e da Dani, se você insistir aí sim eu volto aqui e acabo com a tua raça.

- Já chega Daniel, por favor, vamos embora.

Eu tive que praticamente arrastar o Daniel pra casa, pensei que ele tinha matado o

Carlos de tanto bater, se eu não tivesse chegado a tempo isso certamente teria acontecido. O que o Carlos fez com a Dani foi pura maldade, ele quis descontar no animal o ódio que sentia por mim, eu nunca entendi o motivo pelo qual ele me odiava tanto, talvez ele tivesse inveja da vida tranqüila que eu levava, não sei ao certo, mas algo em mim o incomodava, pode ser que fosse o fato de viver sem ter vergonha de ser o que era, ou também que ele tivesse vontade de ser como eu, mas nunca pode ou faltou-lhe coragem, tornando-se uma pessoa recalcada e amargurada.

Na sexta feira resolvi fazer uma surpresa para o petit e fui buscá-lo em sua academia, ele iria adorar, pois quase sempre quem fazia as surpresas era ele. Estacionei o

carro em frente à academia, logo quando entrei na recepção o avistei com a mochila nas

costas conversando com uma garota que trabalhava na recepção, ao me ver ele abriu um

sorriso e ficou todo feliz, seus olhinhos brilharam de felicidade. Dei um beijo nele e fui

apresentado a Suzy, recepcionista da academia. Não demorou muito e chegou um aluno da academia, era um rapaz bonito, tinha o cabelo com franja caída de lado, óculos escuros, apesar de já ser noite, regata branca, tênis sem meia, bermuda vermelha, seu visual era de alguém bem posto socialmente, o que me deixou pasmo foi sua cara de pau, já chegou se jogando pra cima do meu namorado igual galinha no milho, como se o Daniel estivesse disponível no mercado.

- Boa noite!

- Boa noite!

- Dani, quero que você renove minha carga hoje, já fiz as 26 sessões...

- “Dani”? Que intimidade é essa?

- Desculpa Alexandre, mas agora estou de saída, pede para o Cláudio te ajudar.

- Ah não, só você me dá atenção aqui...

- Ah é assim?... Bem se nota que você é uma pessoa que necessita de muita atenção,

com essa cara de retardado...

- Quem você é pra falar assim comigo?

- Agora eu não sou mais nada. Tenham uma boa noite!

- Bader espere aí...

Deixei aquele lugar chorando, acabei perdendo o controle, fiquei nervoso, corri até o carro e o Daniel veio atrás de mim, coloquei algumas revistas que segurava nas mãos

sobre o capô do carro para abrir a porta, antes de entrar no carro o Daniel me segurou,

quando abri a porta ele bateu e entrou na frente.

- Calma... Por que você ficou assim?... Por que você está chorando?

- Porque estou comovido com a atenção que você costuma dar pro fulano...

- Mas eu trato todos meus alunos igual...

- Daniel, me deixa sozinho um pouco?

- Não... Amor, está bravo comigo?

- Por favor, não me perturbe...

Tentando me abraçar e acariciando meu rosto ele dizia:

- Você ficou com ciúme, é isso?

- Posso te pedir um favor?

- Claro.

- Some da minha frente.

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