A Nova Vida

52 8 0
                                    

Tudo o que vejo quando acordo na cama do Hospital é a televisão refletindo meu rosto pálido, começo a ficar nervosa, mais o Robert estava do meu lado para me acalmar.
-Bem vinda de volta.
-de volta?
-sim, você passou três dias em coma.
-três?
-sim, o bebê nasceu antes da hora, é chamado de gravidez precoce.
-eu tive o bebê em coma?
-sim.
-e o nosso casamento?
-calma, ainda faltam cinco dias.
-o bebê esta bem?
-sim.
-quero vê-lo
-agora não, por ordens médicas você precisa esperar, quer caminhar um pouco?
-adoraria.
Ele me ajuda a levantar, troco de roupa e logo em seguida fomos caminhar na praia.
A areia fria em meus pés, e o sol quente em minha cabeça me fazia sentir-me viva.
-por que não posso vê-lo agora?
-achamos que você pode ter um tipo de ansiedade.
-e de quem eram aquelas flores no quarto?
-duas minhas, uma da Fran e uma da Blair.
-onde esta a Lívia?
-ela teve que ir, mais ela veio te visitar no Hospital.
-que bom.
-a Lara ainda acha que devo terminar com você.
-por que ela não gosta de mim?
-acho que é por conta do seu convívio com ela na escola, lá nos tempos passados.
-não tenho culpa, ela que começou!
Ele ira me responder, até que vejo um grupo de pessoas amontoado na praia e alguém passando mal.
Fomos andando mais depressa e então quando abrimos caminho vejo a Triloney, minha professora da escola de Hamptons.
Vou até ela e me ajoelho.
-vai ficar tudo bem.
-Nina, eu sei que vai.
Ela da seu último suspiro, e então sinto como se a felicidade tivesse desaparecido do mundo.
-Nina, precisamos voltar ao Hospital.
-por que?
-a nossa filha teve uma parada cardíaca.
-o que?
Corremos rapidamente enquanto olhava para trás e via o corpo da Triloney se afastando mais e mais.
Chegamos ao Hospital e a recepção me segura para que eu não sofresse um ataque de "ansiedade".
Depois de uns dois minutos vem o Robert até mim segurando a nossa filha.
-ela esta...
-viva!
-graças a Deus!
Estava segurando minha filha, até se aproximar um enfermeiro.
-isso foi provavelmente um milagre!
-como assim?
-um bebê não tem forças para suportar uma parada cardíaca.
Olho para minha filha e então me lembro de alguém.
-Robert, já demos um nome?
-ainda não.
-tenho um.
-qual?
-Triloney.
-que nome lindo.
Continuo olhando para ela sorrindo, e me faz lembrar-me da última palavra que a minha professora me disse, e então Abraço-a e começo a chorar.
Era como se a vida dela tivesse salvado a da minha filha.
-amor, ela precisa voltar ao berçário.
-tudo bem.
O enfermeiro a pega e a leva de volta, boto as mãos em meu rosto e choro.
-o que foi?
-a vida é muito valiosa só isso.
-vamos na casa da sua mãe, ela quer te ver.
-tudo bem.
Chegamos e batemos na porta.
-Nina minha filha, entre.
Entramos e sentamos no sofá enquanto ela pegava minha mão.
-esta bem?
-sim.
-tenho uma surpresa pra vocês.
-a não, não precisa.
-você vai gostar dessa.
Ela vai no quintal e volta segurando um cachorro.
-esse é o Nino, dei o nome dele inspirado no seu, espero que fique com ele, peguei ele na rua e dei banho.
-que gentil mãe.
-poderiam ficar com ele?
-sim, lá em casa é grande e tem bastante espaço.
-que bom Robert.
-vou aqui na Fran, preciso falar com ela, quando voltar a gente vai, tudo bem amor?
-sim.
Vou embora e caminho até a Fran, ela estava na varanda e então peço para ela descer.
-esta bem?
-por que todos perguntam isso?
-por que precisamos saber, você não estava bem quando te levaram para o Hospital!
-já estou bem, só preciso andar.
-como assim?
-parece que minha vida toda esta se passando diante de meus olhos, não quero dizer que estou morrendo, mais sinto cono se fosse o fim de algo. -Nina, esta tudo bem!
-eu sei, onde esta o Marcos?
-esta com o pai lá na Califórnia.
-por que não foi?
-tenho péssimas lembranças daquele lugar.
-eu também.
Ficamos em silêncio e sentamos no banco olhando o por do sol.
-você tinha razão Nina.
-que tipo de razão?
-esta realmente tendo o fim de algo, o fim do dia.
Ela ri e isso me contagia a apreciar o momento também, tudo parecia mentira, tudo estava dando certo em minha vida, não estava acostumada com isso, mais tinha que aceitar, aquela era minha vida.
Estamos rindo até aparecer o Robert em seu carro.
-vamos para casa, a nossa filha vai passar a noite no Hospital.
Me despeço da Fran e entro no carro, ele estava indo bem depressa, mais parecia feliz então não reclamei de nada.
Ele abre a porta e me diz.
-preciso de uma noite normal com você.
Ele me beija e sinto uma chama subindo em meu corpo, como se aquela fosse minha primeira vez, ele me carrega até a cama e vai tirando o laço de minha blusa com os dentes, me deita na cama e cheira meu corpo inteiro, até a minha boca, nos beijamos e rolamos de lá pra cá na cama, ele aperta minha mão enquanto transamos, e então é como se eu tivesse voado nas nuvens, tudo estava certo em minha vida.
Acordo no meio da madrugada, faço meu café e vou para a varanda, olho a luz da lua e me lembro do primeiro beijo do Robert e eu, quando tínhamos nossos problemas separados, eu realmente o amo, e não vou solta-lo jamais!

Fica ComigoOnde histórias criam vida. Descubra agora