Bons Sonhos

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Olho de um lado para o outro e percebo que estou no escuro, sem nada a minha volta, praticamente nada.
Estava tudo calmo até tudo ficar claro, olho para um lado e vejo uma porta, do outro lado havia outra, não sabia o que fazer.
Caminho até uma das portas e a abro, me encontro na minha antiga casa na Califórnia, olho para a poltrona e o vejo.
-pai?
-Nina, que saudade!
-o que esta acontecendo?
-nada.
-como assim nada?
-apenas tenho assuntos inacabados com você.
-sinto saudades.
-pretendia me casar novamente com a Lívia, mais não foi possível.
-ela esta com o Victor.
-sim, eu sei.
-que tipo de assuntos?
-não sei, apenas precisava te ver uma última vez.
-eu concordo, não estava pronta para te perder, mais tenha a certeza de que te levarei para o resto de minha vida.
-Nina, você terá uma vida ótima, e espero que seja prazerosa, aproveite no máximo pois o tempo que resta pode acabar em um piscar de olhos.
-como assim?
-apenas ouça o que lhe digo, viva cada dia como se fosse o último.
Continuo olhando para ele e o vejo se afastar mais e mais, não era ele que estava se afastando e sim algo estava me puxando na direção da outra porta.
Olho de um lado para outro e estou em uma cama, deitada sem ninguém ao meu lado, e então olho pela janela e vejo um túmulo e então desço as escadas rapidamente para olhar a lápide e encontro.
Pai fiel, e esposo fiel, Robert fique em paz!
Me ajoelho na lápide e choro até não ter mais forças e então acordo gritando.
-Nina, o que foi?
-Robert, esta bem?
-estou ótimo, o que aconteceu?
-nada, apenas pesadelos.
-com o que?
-não importa, o que tem pro café da manhã?
-vem.
Me levanto e sento na cama imaginando o sonho se tornar real, basicamente os dois sonhos foram ruins, o do meu pai foi bom, mais teve um final esquisito.
Desço as escadas e vejo o Robert deitado no chão e então eu grito.
-Robert!
-calma, estou falando com o Nino.
-aí que susto.
-o que aconteceu nesse maldito sonho!
-nada, vamos comer.
Comemos e depois o Robert sai para trabalhar, e então me visto e vou até a casa da Fran.
Bato a porta e a encontro bêbada.
-Fran, o que esta acontecendo?
-não sei
Ela fala rindo abraçada ao Marcos.
-você levou minha amiga para o mal caminho, que merda Marcos!
Eles continuam rindo e então eu vou embora furiosa.
O tempo se passou rápido, faltavam apenas cinco dias para meu casamento, não sabia se o Robert realmente queria se casar agora, estava perdida em meus pensamentos até me lembrar da Triloney, só peguei nela uma vez, preciso dela.
Vou até o Hospital correndo e vou ao berçário, vejo-a e corro para pegala, e então toda sua vida se passa diante de meus olhos, olho para ela e meus olhos enchem de lágrimas, eu realmente nunca pensei que um dia eu seria mãe, precisava ter um filho com o Robert, para ele realmente chamar de seu.
Com a Triloney no braço caminho até a sepultura do meu pai, me sento em frente a ela e começo a falar, como se minha filha fosse entender.
Estava chorando quando o Robert vem até mim.
-amor, a Triloney pode ir para casa.
-que ótimo, toma segura ela.
Ele a pega enquanto tento me levantar, olho para ele com um olhar ameaçador.
-ela é sua filha!
-como?
-ela não é filha do Pedro, quero que ela seja sua filha!
-tudo bem, vou tentar.
-você não tem que tentar, você tem que querer merda!
-tá bem, calma.
-vamos!
Vamos em direção ao carro dele, para de lá irmos para casa.
Entramos no carro e então ele começa a me questionar.
-o que esta acontecendo com você, você acorda estranha e agora não consegue aceitar que não quero ter ela como filha.
-você não tem o que querer, posso ter feito ela com o Pedro, mais para mim o pai é você, crie vergonha na cara.
-eu, você que tem que criar vergonha na cara, transou com dois Homens diferentes e agora me pede pra ter vergonha!
-foram três, contando com o Marcos.
-o Marcos!
-pelo amor de Deus, Robert dirija e vamos para casa merda!
-nossa primeira briga.
Ele fala rindo.
-não vejo graça nisso!
-mais vai ver, faltam poucos dias para nosso casamento e você age dessa maneira?
-Robert, finalmente tudo esta dando certo em nossas vidas, não quero estragar isso!
-que bom, eu também não.
Ele continua dirigindo e então eu não sei de mais nada, apenas quero ficar com ele.
Ela abre a porta pega a Triloney e fala ao meu ouvido.
-Nina te amo.
O vejo caminhando para dentro da casa e começo a rir de tudo, era impossível ficar com raiva dele!
Apenas sabia que eu o amava.

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