Chapter nine. (√)

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POV Emma Walles

Talvez eu pense de mais no que toca a coisas insignificantes, ou talvez eu não pertença a este mundo, por ser tão diferente. 

Eu não conseguia adormecer por qualquer razão. Talvez pois a minha mente estava apenas carregada com pensamentos inúteis que talvez um dia me levariam a loucura, ou talvez porque eu não me sentisse tão bem sozinha num cama tão enorme, ou talvez porque eu tinha saudades de alguém. 

Todos aqueles pensamentos inúteis e fúteis estavam a preencher a minha mente. Eram naquele momento trės da manha e eu não tinha a certeza do que estava a fazer tão cedo acordada, visto que nem sequer consegui dormir durante duas horas, pois pesadelos me atormentavam. 

O que foi que eu fiz para mercer isto? Perguntei-me a mim mesma. 

Observo o teto, tentando pensar no que iria fazer hoje. Afinal, eu tinha que juntar as minhas coisas todas pois eu finalmente estava livre, legalmente. Eu poderia ser finalmente independente isso deixa-me talvez com um pouco de medo, pois o que acontecerá se eu fizer uma escolha errada? 

"Não consegues dormir?" Ouço uma voz rouca, assim que a porta do roupa se abria lentamente, deixando-me um pouco assustada. A voz que tanto fazia o meu corpo termer, que obviamente pertencia ao rapaz de quem eu deveria de ter medo. Levantei-me, para poder ver o mesmo. Enquanto vestia apenas roupa interior e uma camisola curta preta fina. 

"Harry?" Chamo-o, tentando confirmar que era mesmo ele, num tom baixo. "O que estás aqui a fazer?" Pergunto, tentando retirar os fios de cabelo que estavam em frente da minha cara, enquanto ele se ria sem motivo existente. 

O meu quarto encontrava-se escuro, sem ser ao lado da cama, em que estava agora sentada, pois tinha acendido a lâmpada, em cima da mesinha de cabeceira, por causa do meu medo do escuro. 

"Eu não estava a conseguir dormir, então vim ver se estavas acordada também." Explicou, numa voz ainda mais rouca do que o normal. Caminhei até Harry, e assim que ele saiu do quarto, vesti uns calções de verão finos cinzentos, para não estar quase nua na sua frente. Caminhei atrás do mesmo, que se dirigiu até ao andar de baixo. Até a cozinha. 

"Vou fazer torradas e café, queres?" Pergunto, virando a mim, encostando-se a banca da cozinha. "Sim, por favor." Respondi, sentando-me na banca, do lado oposto da cozinha onde ele se encontrava. Eu sentia-me confortável, com ele ali comigo. Não que eu estou apaixonada, mas sim porque Harry, de alguma maneira, me transmitia confiança. 

"No que estás a pensar?" Harry pergunta-me repentinamente, acordando-me dos meus pensamentos. "Hm?" Murmuro, confusa, pedindo indiretamente para que se repita pois não o estava a ouvir anteriormente. 

"Eu perguntei sobre o que estavas a pensar." Explicou, e eu apenas deixei um suspiro escapar pelos meus lábios, como uma resposta. 

"Em tudo e em nada." Respondo, enquanto balançava os meus pés, sendo eu pequena, os meus pés não chegavam ao chão. Sendo Harry provavelmente cerca de vinte e cinco centímetros mais alto que eu. 

Harry pousa o seu olhar em mim, assim que põem a água a aquecer. "Sabes qual é o teu problema?" Dou de ombros. "Tu pensas de mais." Harry responde, pegando em dois pratos de uma prateleira, pondo algumas tostas nos mesmos e de seguida, pondo os pratos e as chávenas com café ao meu lado. 

"Porque achas isso?" Questiono-o. 

O mesmo revirou os olhos. "Os teus olhos dizem-me tudo, eu posso lhes perguntar o que quiser que eles me dirão a resposta. Se tu mentires sobre algo, eu saberei isso rapidamente." Explicou, dando uma dentada numa tosta. 

"Os teus olhos não são assim tão diferentes, sabias?" Comento. "Eu consigo dizer o que sentes apenas a olhar para eles." Continuo. "Por exemplo, eles brilham bastante quando olhas para a tua mãe, o que significa os teus olhos brilham mais que o normal com familiares." Pego na minha chávena de café, bebendo o seu conteúdo. 

"Nunca ninguém tinha me dito algo sobre os meus olhos." O mesmo comenta. "Normalmente as pessoas não se dão ao trabalho de me olharem nos olhos, toda a gente prefere a minha carteira." 

"Os materialistas não prestam." Comento. "Amor e família é muito mais importante que o par de sapatos que valem mais que uma viagem a volta do mundo. E para além disso, dinheiro não compra amor ou felicidade, isso sempre foi o lema da minha mãe." Acrescendo, sorrindo. 

"Emma, nesta altura do campeonato ninguém quer saber de amor ou felicidade. Amor não existe, dinheiro sim. Eu não sou materialista mas mesmo assim não acredito um pouco em amor enquanto tenho milhões de mulheres atrás de mim." O mesmo comenta, rindo-se. 

"Mas no meio dessas mulheres não está a mulher que um dia te fará feliz para o resto da tua vida. Lá não vai estar a mulher que te vai amar mesmo que tenhas mil defeitos. A mulher que corre atrás de ti, apenas quero o teu dinheiro." Prenunciei, não recebendo qualquer resposta do mesmo. Continuando a comer uma tosta.  

Quem ama não corre atrás. Normalmente seria bem ao contrário, mas não. Assim é que é a frase correcta. No meu caso eu não correria atrás de ninguém. 

"Bom dia, meninos!" Anne diz alegremente, enquanto entra na cozinha. Enquanto Harry ainda esta ao meu lado. 

"Bom dia mãe." Harry recebe um beijo no rosto de Anne. "Bom dia, Anne." Sorri. Recebendo um beijo no rosto também. 

"Querida, dormiste bem?" Anne questiona enquanto prepara o seu pequeno-almoço. "Infelizmente não consegui dormir muito bem." Suspirei. 

Beside You ☁ h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora