Capítulo Doze

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  - Para tudoooo! - disse Fabi, exagerando como sempre - Você foi embora daquela cama, no meio do café, sem nem... Curtir mais a manhã com aquele homem per-fei-to?

  - Fabi, ele disse "não importa o que aconteça".

  - E daí? Justamente por isso você deveria ter ficado e curtido! - respondeu a funcionária - Há quanto tempo você não tem uma noite de amor dessas? Não precisa responder. - disse rápido - Há milênios! - disse de forma enfática, gesticulando. - Pare de ter medo, Amora. Deixa fluir!

  - Sabe que essa coisa de "deixar fluir" não é a minha!

  - OK, então pelo menos ele é bom de cama? - quis saber a amiga nada discreta.

  - Maravilhoso! - disse Amora, derretendo-se toda.

  - Então...?

  - Você sabe! - começou um discurso incerto - Um gentleman no convívio social, um deus grego na cama... - pausa dramática - Perfeito demais! E você sabe como isso termina...

  -  LÁGRIMAS! - as duas falaram em coro.

  - Principalmente quando você descobre ser um experimento! - completou Fabi.

  - Tinha mesmo que lembrar disso?

  - Do cara que transou com você pra descobrir se gostava ou não de mulher? - descreveu - Claro que tinha!

  - Ao trabalho, funcionária! - disse Amora, tentando uma voz de comando - Ou te demito!

  - Ui.. Que meda! - Fabi sai debochando, mas sai.

  - Pelo menos ainda me obedece! - fala Amora para si mesmo enquanto a amiga sai rindo.

E então aquelas cenas começaram a tomar por completo o pensamento da moça. Aquelas mãos fortes, aqueles ombros largos, o peso do corpo dele sobre o dela, o calor...

  - Opa... - disse ela, sacudindo a cabeça - Esse tipo de pensamento a essa hora do dia, Amora? O que está havendo com você? - dizia para si mesmo, quando o toque do celular a interrompeu. Tiago. - Alô? - ela atendeu tentando soar casual, e falhando.

  - Amora, o que houve? Por quê fugiu de mim daquele jeito?

  - Eu não... fugi. Só precisava trabalhar.

  - Tudo bem, eu entendo. Mas depois da noite que tivemos... E não estou falando só do sexo, que à propósito, foi sensacional, falo da distância que criou entre nós quando partiu. Parecia que não ia mais voltar.

  - Eu fiquei com medo! - admite.

  - Medo de quê?

  - Você disse "independente do que aconteça". O que pode acontecer?

  - Volta pra cá e eu te explico tudo. Cartas na mesa. Mas volta pra mim, amor! Essa cama tá muito fria sem você!

  - Mas estamos no verão! Como a cama poderia estar...

  - Só vem! - ele a interrompe rindo.

  - Tá bom. À tarde. Daqui a pouco o movimento aumenta. Não posso deixar Fabi sozinha aqui.

  - Tá bom, meu bem. Te espero! Beijo! - e desliga.

O dia passa como um flash. Amora mal sente a correria. Trabalha no automático, e até erra alguns pedidos.

  - Que tá havendo com você? - Fabi entra na cozinha intempestiva - Terceiro pedido que você erra. As pessoas estão reclamando. Você nunca erra, Amora!

  - Não sei, Fabi. Desculpa.

  - Ô maluca, a patroa aqui é você. Lembre-se que é seu nome que tá na placa lá fora. - disse a amiga - Lava o rosto, belisca alguma coisa aí, tenta ficar atenta!

  - Tá bom! Desculpa te colocar em maus lençóis lá fora.

  - Tá tudo bem, louca. Tá quase acabando o movimento. Você vai poder ir embora logo!

Amora teve vontade de chorar com o apoio recebido. Ela estava nas nuvens, e isso não era certo. Ela tinha um negócio pra administrar. Ainda que não seja um império dos lanches, é tudo que ela tem.

Após aquela manhã pra lá de estranha, e do movimento na lanchonete ter passado, ela foi para casa, tomou um banho daqueles com poder curativo, e foi o apartamento de Tiago. Tocou a campainha.

  - Oi amor! Demorou!

  - Vim o mais rápido que pude. - disse, tentando disfarçar a exaustão - O dia foi confuso. - confessa, se jogando no sofá à sua frente.

  - Acho que você precisa de uma massagem relaxante! - diz ele, sentando de lado perto dela. - Vira de costas. - diz, e se posiciona atrás dela, tirando sua blusa, e massageando seus ombros.

  - Você disse que tinha uma coisa pra me dizer. - disse Amora, entre sussurros de prazer e dor. Havia muitos nós em seus ombros.

  - A conversa pode esperar. Hoje vou cuidar de você. - disse Tiago, depositando beijos suaves na nuca de Amora, que relaxava mais a cada beijo. - Vou começar desfazendo esses nós. - e com mãos hábeis ele deslizou os polegares pelos ombros e costas dela, até que ela estivesse completamente entregue em seus braços. - Vamos pra cama? - ela apenas assentiu. Ele a pegou no colo, e levou.

Ao deitá-la na cama ele ficou apenas observado seus movimentos. Ela estava de olhos fechados, quase dormindo, respiração pesada, feições de preocupação. Ele viu ali a mulher que existe por trás do jeitinho de menina, a mulher batalhadora, uma mulher que encarava o mundo com bravura, e sentiu-se ainda mais atraído e encantado ela.

Horas depois ela acorda, olha em volta confusa, e vê que está sozinha na cama, e vestida, então não havia acontecido nada. Tentou ver as horas mas a miopia impediu.

  - Droga de números pequenos! - praguejou baixinho, enquanto dlse levantava para procurar por Tiago. O encontrou na sala, assistindo TV. - Desculpa ter dormido. Eu estava tão cansada!

  - Problema algum! - diz ele sorrindo, e dando tapinhas no lugar vazio do sofá ao lado dele. - Adorei te ver dormir depois de um dia de trabalho. Foi diferente.

  -Diferente como? - pergunta ela sentando-se ao lado dele, que puxa as penas dela e põe sobre as dele.

  - Você estava tensa, preocupada. Sua respiração estava mais pesada. 

  - Ai meu Deus, eu ronquei! - exclamou tampando os olhos de vergonha.

  - Nada mais que uma mulher linda que ronca! Um charme! - riu, e imitou um ronco para provocá-la. Ela deu um tapinha nele, que aproveitou e a puxou pela mão para mais perto. Entre provocações e brincadeiras ele a beijou ardentemente. - Você me deixa louco, sabia?

  - Eu deixo? - disse ela,  corando, mas sentando no colo dele, uma perna para cada lado.

  - Tô apaixonado por você. - sussurrou entre os lábios dela, e os envolveu com os dele. Aos poucos a intensidade do beijo, as línguas numa dança sincronizada.

As mãos de Tiago subiram pelas costas dela por baixo da blusa, que foi retirada outra vez, mas agora ela estava bem acordada. Respirações ofegantes, peles quentes, tudo exalava desejo. Aos mãos desbravando territórios, as roupas sendo deixadas pelo chão em volta do sofá. Amora arfou ao ser preenchida por tanto desejo. Entre beijos, e gemidos eles se perderam um no outro, e já não havia mais assunto que importasse. As mãos, os olhares, os gemidos, o suor, tudo estava dito. Pelo menos por aquele momento.

****

Amora, menina, você tá demais! Quem guenta isso, gente?
Esses dois são uma mistura explosiva.

Se vai ser amor eterno a gente ainda não sabe. Mas que tá rendendo pano pra manga esses enroscos... Isso tá!
Deixa eu ligar o ventilador aqui que deu calor!

Não se esqueçam de comentar, deixar estrelinhas e muito amor pro nosso casal. #chamaobombeiro

Beijinhos.. Fui!

AmoraOnde histórias criam vida. Descubra agora