A Saga "Relíquias da Lua" 🌙

A queda dos anjos e demônios.

Eu fiquei me perguntando que lugar era esse. Será que havia resposta pra isso, ou era só ilusão ? Eu olhei em volta e vi como era lindo o lugar. Havia uma floresta imensa subindo um morro aonde havia mais casas de madeiras como as que estavam perto de nós. Mas não eram casas comuns de madeira, tinha mais de 3 metros e aparentavam ser de pessoas ricas. Cada uma tendo sua decoração de acordo com quem morasse nela - Presumi.
- Que lugar é esse ? - Perguntou Murilo olhando para mim como se eu fosse sumir do nada.
Olhei em volta e vi como James observava os detalhes do lugar. Parecia que lembranças estavam vagando em sua cabeça e um sorriso maroto apareceu do jeito que eu mais gostava, de lado. Então ele encontrou meu olhar e seu sorriso permaneceu, mas seu medo estampado no seu rosto me mostrou de que ele queria conversar comigo. Mas não era hora para aquilo.
- Cidade dos modernos - Respondeu Bella nos surpreendendo, menos a Susan - É a cidade onde anjos e demônios vivem juntos. Não são inimigos, pelo contrário, sem eles nosso mundo mágico jamais existiria. Estamos no centro do mundo mágico, onde nossos superiores moram.
Não acreditava que aquilo era real. Já havia ouvido falar sobre esse lugar, mas não sendo descrito como eu estava vendo agora. Parecia o paraíso, cheio de anjos e pessoas comuns, que se banhavam na fonte da juventude. Mas quem eram os demônios ?
Olhei mais atentamente e vi que estávamos em cima de várias nuvens. A cidade era feita no céu, acima das nuvens.
Uma mulher tão linda passou por mim e me olhou bem determinada para chamar minha atenção. Mas percebi algo de estranho em seus olhos, eram vermelhos e seus dentes eram vermelhos também.
- Esses são os demônios, olhos e dentes avermelhados por escolher lutar junto ao bem vindos anjos - Explicou Susan.
Penso que isso era estranho. Anjos e demônios biblicamente dizendo, nunca se uniam e muito menos se davam bem. Era o mal contra o bem. Nenhum dos dois tinham viviam juntos, em paz, como poderia ser. Ou deveria ser ?
Olhamos para o alto e vimos muitas luzes caindo do céu. Eram brilhosas demais, que até pareciam meteoros, rasgando as cortinas de nuvens que se distanciavam de seu caminho. Antes de atingir o chão, suas asas de anjo logo apareceram entre a luz. Ao atingir o plano chão de nuvens um vento forte nos empurrou um pouco para trás. Depois que a fumaça desviou seu caminho de nossos olhos, pude ver 5 anjos lindos parados nos olhando, sem expressão. Eram 2 homens e 3 mulheres. Tão lindos que nem pareciam que poderiam ser de verdade. Eram como se fossem obras de artes, esculpidas para serem vendidas.
Bella e Susan se curvaram ao nosso lado. Sem entender fiz o mesmo. Talvez eles fossem a nossa maior realeza. Eu vi todos se agacharem e se curvarem.
- Elano ?! - Que voz suave ela tinha. Tão suave quanto a brisa, tão forte como a chuva e tão charmosa como uma flor - Elano, o que está fazendo aqui ?
Levantei meu rosto a procura da voz que falava comigo. Parecia ser familiar, mas não poderia ser de nenhum desses anjos. Mas ao olhar uma das mulheres se aproximar de mim, pude ver quem era.
- Tia ? - Era minha tia Eliza, irmã de meu pai falecido - Eu não entendo, você não era um anjo, ou era ?
- É uma longa história Elano - Ela sorria me olhando - Venha, quero lhe contar tudo que está acontecendo. Você e James, e claro seus amigos e Susan tem o direito e saber sobre tudo que está acontecendo e como tudo fará sentido desde agora.
Ela me ergue do chão tão levemente, que me sinto uma folha em sua mão. Leve e gracioso. Meus amigos levantaram também, ainda recuando sem saber se deveriam fazer isso.
- Vocês venham, e Susan... Bom trabalho meu anjo - Olho para trás e vejo Susan abrir seu par de asas enormes, na cor verde, brilhoso como diamantes verdes bem escuros.
Eu não acreditava no que estava vendo. Susan era um anjo ? Então como ela podia executar feitiços ?
- Eu sou um Hebrai Elano, metade feiticeira, metade anjo - Respondeu ela se virando com leveza e voando para o céu, no infinito além de minha visão.
Então a palavra "Hebrai" era sobre você ser mais de um ser vivo. Ser mais que só um bruxo, feiticeiro ou outra coisa.
- Vamos - Ela segurou em minha mão e tudo começou a sumir, menos os meus amigos.
Um lugar luxuoso e como se fosse um museu se materializou em nosso encalço até o teto. Era detalhe por detalhe aparecendo. Um hall tão grande que poderia caber 1 estádio de futebol. Era moldado de mármore do teto até o chão. As escadas circulares a nossa frente eram enormes e pareciam se separar conforme o andar que chegavam. Havia mais de 7 colunas sustentando aquele lugar, com estátuas e quadros com desenhos gregos, como anjos, moldados num lindo quadro. Muitos detalhes em ouros deixava o lugar ainda mais intimidador, pois quanto maior a riqueza do lugar, para mim, maior seria o poder sobre ele. E isso nos últimos acontecimentos estavam me deixando assustado.
- Venham, aqui tenho um lugar que podemos conversar - Minha tia começou a andar na direção da única porta que eu pude ver naquele lugar. Olhei lá trás e vi todos me olhando desconfiados. Não liguei pra isso, confiava em minha tia. Mas eles precisavam acreditar em mim.
Eu a segui e vi os outros fazerem o mesmo. Mas pelo fato da minha segurança e para nada acontecer, do que por interesse em saber o que ela tinha pra me dizer. Assim pensei.
A porta ficava no final do hall e era de madeira escura, com uma maçaneta em ouro, criptografado com os dizeres; "Amar vale mais que dinheiro, pois da morte isso é tudo que vai lhe restar do corpo além de sua alma". A sala por dentro era grande mas não tão expansiva. Tinha 3 estantes cobrindo as 3 paredes com livros em todas as formas e cores. A única parede nua era ocupada por uma mesa de centro, retangular, que poderia caber 8 pessoas num janta. Uma poltrona de coro preto estava defronte, e uma janela atrás poderia deixar que o sol iluminasse o lugar. Havia também uma sofá em L no meio da sala, na cor marrom-vinho, de frente à mesa.
- Sentem-se por favor - Ela indicou com a mão educadamente para o sofá.
Nós sentamos observando tudo. Era um lugar novo e desconhecido. Já minha tia nos olhava com segurança e determinação. Havia algo que iria dizer e que poderia nos ajudar. Parecia meu pai me olhando quando eu precisava de ajuda e ele sempre acabava me ajudando em algo.
James foi quem sentou ao meu lado. Sentir sua pele tocar na minha fez meus sentidos ficarem a flor da pele, minha boca sentir a malícia do toque, meu coração palpitava de paixão e meus olhos me forçavam a olhar pra ele. Mas me mantive, com sucesso, preso olhando para minha tia.
- Susan é sua filha ? - Perguntou Roberto sentando do meu lado, do outro lado do sofá.
Olhei para minha tia sem acreditar que Susan poderia ser minha prima.
- Sim, Susan é minha filha... Sua prima Elano - Eu estava preste a chorar quando ela continuou - Pedi para que ela o observasse. Cuidasse para que tudo que estivesse acontecendo com você pudesse chegar a mim. Desde de que seu pai morreu... Eu tento ao máximo protegê-lo... - Ela viu nossos expressões de dúvida - Não engravidamos, nos anjos recebemos anjos bebês para que cuidemos deles até a fase adulta onde ficam imortais para poder seguir seus caminhos sem nós... foi assim que aconteceu comigo quando seu pai cuidou de mim Elano, como uma irmã.
Me levantei do sofá, em pânico. Algo dentro de mim me deixou inquieto quando ouvi isso dela. Era bizarro saber sobre isso. Mas senti algo estranho se manifestando dentro de mim. Não era algo bom.
- Você deve ser o James - Disse minha tia e quando me viro vejo James muito próximo de mim. A expressão em seu rosto era estranha, mas parecia que ele estava com medo de algo. Medo de me perder, como seu olhar me dizia.
      Minha tia nos olhava curiosa e parecia não entender a forma como James me olhava e como eu reagia bem a isso. Ela sabia sobre nosso amor, mas parecia algo novo para ela. Sua expressão era de curiosidade e surpresa sobre isso.
- Sou sim. O James que é ainda apaixonado por Elano, mesmo não dando provas de que é verdade - Sua voz saiu como um desabafo, pois ele deu dois passos na minha direção.
- Será que você pode nos ajudar com as relíquias da lua ? Ter uma resposta de como começar a procurá-las ? - Falou Murilo muito alto e tão depressa que seu desespero era evidente.
Ele olhava feio para James e aquilo me deixou incomodado. Por que isso ? Por que um triângulo amoroso dentro de uma maldição que preciso resolver ?
- Bem as relíquias da lua só podem ser encontradas por aqueles que a pertence - Disse minha tia analisando a situação.
- Sim isso mesmo senhora, e James descobriu que tocando na cicatriz ele pode ver aonde poderia estar as relíquias ou se comunicar com Elano - Falou Bella olhando para todos esperando ver se estava dando informações demais, mesmo sendo para minha tia ali.
- Me chamem de Eliza, por favor - Eliza se aproximou de mim e colocou sua mão em meu ombro e no ombro de James, nos colocando o mais perto possível - Da pra ver como estão ligados de uma forma tão poderosa que nenhum tipo de magia poderia destruir isso.
- Como você pode ser um anjo ? - Perguntei olhando ainda para James.
- Bem Elano, seu pai e eu sempre fomos irmãos de criação, nunca de sangue. Nossos pais me achou em mar aberto, depois que cai do céu, desesperada para ter um colo com 3 anos de idade. Era a época em que os anjos nascidos foram enviados à terra mágica para serem protegidos da guerra interna nos céus. Quando Lucífer e Miguel batalhavam pela paz no luvre. Então enviar anjos nascidos pra terra foi um ato de segurança, pois aqui fomos criados por anjos mais velhos que foram enviados para nos cuidar. Mas muitos de nós, nos perdemos no caminho e outros foram pegos por anjos já rejeitados e expulsos do céu. O mundo humano assim precisava ser expandido como o nosso também. O mundo mágico só existe por conta que os anjos deveriam ter um lugar de segurança, e nele criamos e construímos coisas e demos aos humanos um poder chamado magia para que pudéssemos criar algo além de Deus, além do ódio humano e entre outras coisas. Dando poder a um humano, magia, conseguiríamos criar o nosso mundo e procriar a raça que comecemos como bruxos. Bruxos tendo filhos que já nasciam bruxos, abençoados pela magia que foi concebida aos seus pais, e partilhada com seus filhos - Ela estava muito chocada com a própria narrativa. Parecia que lembranças fortes e emocionais estavam tomando conta de sua mente - Temos nosso Deus como os humanos o deles.
- Como foi que te acharam ? - Susan perguntou, e presumo que ela também não sabia da metade do que foi contado aqui.
- Ahhh sim... Durante o período dos anjos caídos, fiquei na terra, perdida e sem saber de nada. Passarem se anos até completar 1000 anos aqui sem evoluir e sempre sendo um bebê. Então como haviam bruxos já criados e o mundo mágico já existia, os meus pais de criação, me encontraram e cuidaram de mim - Ela parecia estar voltando no passado em sua mente - Me levaram para o mundo mágico. E então me levaram para casa e criaram eu... e depois de muito anos o seu pai veio a nascer, isso eu já tinha idade de adulta... então eu ajudei minha mãe a criá-lo. Ele nunca desconfiou que eu era um anjo, pois ele era tão pequeno. Seu pai era amigável e gostava muito de ajudar as pessoas. Muitos o julgavam quando descobriu minha identidade já que muitos culpavam nossa raça como destruidores das leis sagradas de Deus, depois de criamos o mundo mágico com nosso poder - Seu olhar parou na janela.
Toc ! Toc ! Toc ! Alguém bate à porta de uma forma quase agressiva. Então minha tia corre até a porta, andava como uma deusa sem defeitos, e ouve o que um rapaz lhe diz. De primeira pensei que fosse algo ruim, mas ela estava com o rosto tranquilo e sorridente.
- Quero que fiquem hoje conosco, por favor - Ela se virou para o rapaz que não tirava os olhos de Bella - Mostre a eles seus dormitórios, e querido - Ela se dirigiu a mim - Mais tarde podemos dar um volta pelo jardim, quero que saiba de tudo que aconteceu... você também James. Tenho recados de sua mãe - E saiu do lugar apressadamente e isso deixou James ainda mais em desespero quando segurou minha mão com uma cara de espanto com a revelação de minha tia, sobre sua mãe falecida.
A única coisa que consegui ver por último nela foi seu longo vestido de cetim branco e seus longos cabelos platinados.