5° capítulo: Minha história

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     Vou  contar  minha  história. Não  sei  se  vão  gostar, mas  enfim.

      Basicamente minha  vida  começa  definitivamente há  quatro  anos, quando  tinha 13 anos  e  comecei a  namorar. Meu  primeiro  namoro  e  o  garoto  tinha  a  mesma  idade  que  eu. No  começo, eu  adorava, ele  me mandava  cartas  com  chocolates  e  flores, com  dizeres bonitos. Porém, no quarto mês de namoro, ele se mostrou quem era. Me  fazia  ciúmes  com  outras  garotas, eu  tentava  conversar  com  ele, o  mesmo  me  ignorava, e  outras  coisas  que  prefiro não comentar. E, como  sempre fui  cabeça  quente, terminei  na  semana  seguinte.

    Desde  então, não  namorei  nem  fiquei  com  ninguém, porque  infelizmente fiquei  traumatizada, era  muito nova  na  época. Pior: nesse  mesmo  ano, perdi  uma  amiga  muito importante. Era  com ela  com  quem sempre conversava sobre  meus  problemas, o  tipo  de  pessoa  que  podia  confiar  de  olhos  fechados. Que  sempre  está  ali  se  precisasse de  ajuda. Alice  era  linda, morena  e  seus  olhos  se  contrastavam  com  a  sua  pele, de  tão  claros  que  eram. Teve  uma  vida  difícil, pois  seus  pais  não  ligavam  para ela, já  que a mãe  engravidou  cedo  dela  e  eles  ficaram  com  raiva  da  criança  a  qual  não  tinha culpa  nenhuma. Num  dia  das  brigas constantes, seu  pai  aponta  uma  arma  para  ela  e  a  ameaça. Como  Alice  foi  corajosa  e  continuou  brigando, acabou  morrendo  pelas  mãos  do  próprio  pai.

     Apesar  de  não  ser  feliz, tentava  me  fazer  rir  e  isso  era  o  que  eu  mais  gostava nela, porque  ela  tentava  ser  feliz  do  jeito dela, porém, ás  vezes  a  pegava  olhando  para  o  nada, provavelmente com  raiva  da  própria  vida.

      Depois  da  morte  dela, fiquei mais  triste  ainda, me  afastei de  colegas  na  escola e  fiquei  isolada; me  fechava todos  os  dias  e  não  queria  que  ninguém falasse  comigo.

     Até  que  minha  mãe  decide  me  colocar no  psicólogo, mesmo  eu  não  querendo. E  foi  a melhor escolha da  vida. Lá, eu  consegui  me  soltar  e  contar tudo o  que estava  sentindo. Assim, com  suas  dicas, consegui  sair  daquela  fase  ruim.

      Voltei  para  os  meus  colegas de  escola, tudo  normal. E  até  hoje  foi  normal, porque só  tinha  colegas e  nenhum amigo  de  verdade. Quer  dizer, até  poucos  dias  atrás. Ainda  estou pensando  naquele beijo.

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