Capítulo 3: Estada no Cairo

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Capítulo 3

Estada no Cairo.

LISBOA >>>>> CAIRO

Indiana viu-se mais uma vez na bela e encantadora capital egípcia, com seu mar de construções baixas e um minarete se destacando aqui e ali. “Cairo”, em árabe, significava “a vitoriosa”, refletindo o passado da cidade de conseguir resistir a seus inimigos. Fora fundada pelos fatímidas no século X d.C., sendo convertida em centro governamental no século XIX. Enquanto andava com Luzia pelas ruas borbulhando de mercadores e pessoas atarefadas, o arqueólogo tentava se lembrar ao certo da localização da taverna onde encontraria seu velho amigo Sallah, que os ajudaria na viagem. Conforme seguiam, a portuguesa demonstrava grande interesse e curiosidade por tudo que via e ouvia ao seu redor, fazendo com que Jones perguntasse:

–       Primeira vez no Egito?

–       Sim – replicou ela. – E estou fascinada com tudo até o momento!

–       É uma terra fantástica e que abriga muitos segredos, já que aqui se estabeleceu uma das mais antigas civilizações do mundo... Muitos desses enigmas já foram desvendados pelo homem moderno, outros ele ainda nem sabe que existem!

Depois de percorrerem mais algumas vielas estreitas fervilhando de presença humana, a dupla chegou a um pequeno pátio no qual, atrás de algumas barracas de comerciantes vendendo frutas e legumes, havia a fachada de um estabelecimento semelhante a um bar com um chamativo letreiro em árabe. Pelo que Indy conseguia se recordar, aquele era o local correto.

Eles cruzaram a porta de entrada e imediatamente começaram a tossir, pois o número de fumantes ali era tamanho que a fumaça dos cigarros e charutos parecia ter consumido todo o oxigênio do ar. Com seus sistemas respiratórios aos poucos se adaptando ao insalubre ambiente, seguiram até o balcão da taverna e ali se sentaram. Só ao virar-se para sua esquerda que o professor viu de costas um homem de “fez” vermelho, o tradicional chapéu muito usado pelos árabes, e um casaco amarelo um tanto surrado. Reconheceu-o imediatamente, mas, antes que pudesse chamá-lo, ele se voltou, revelando o rosto barbado e a gravata sobre o peito. Era mesmo o bondoso e prestativo Sallah.

–       Indiana! – bradou ele, dando um abraço de urso no norte-americano que agravou ainda mais a situação de seus pulmões. – Eis que o tenho mais uma vez em minha presença, meu amigo!

–       Também é bom te ver, Sallah! – respondeu Jones, desvencilhando-se lentamente dos braços fortes do egípcio.

–       Onde está Marion? Vejo que tem uma nova companheira consigo...

–       Eu e Marion resolvemos seguir caminhos diferentes. E esta é Luzia Pessoa, ela veio de Portugal.

–       Muito prazer! – a jovem cumprimentou-o com um lindo sorriso.

–       O prazer é todo meu! – retribuiu o árabe. – Visitei Portugal umas duas vezes, tinha um amigo marinheiro que vivia navegando pela costa da península!

O atendente veio perguntar se os recém-chegados desejavam beber algo e optaram apenas por uma jarra de água. Não estavam adaptados ao clima da região e a sede era imensa. Enquanto eram servidos, Sallah perguntou intrigado:

–       O que traz vocês ao Egito?

–       Desta vez estamos apenas de passagem por aqui – explicou Indy. – Pretendemos seguir até a Etiópia pelo Nilo, e pensei que talvez você possa nos ajudar...

–       Claro que sim! Mas Etiópia? O que procuram de tão importante lá?

–       O reino do Preste João! – os dois viajantes responderam ao mesmo tempo sem querer, sendo que o aventureiro emendou: – Mais precisamente, os resquícios do antigo império abexim!

Indiana Jones e as Relíquias de D. SebastiãoOnde histórias criam vida. Descubra agora