E ae, vamô fecha?

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Meu namoro com o menino Celso foi algo parecido com brincar em um brinquedo de um parque de diversões

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Meu namoro com o menino Celso foi algo parecido com brincar em um brinquedo de um parque de diversões. Começou lento e até meio entediante, foi causando uma sensação gostosa no meu peito e então explodiu em adrenalina até que, quando estava no seu ápice, acabou. Mas com o Thales não tive a parte do começo lento e tediante ou da sensação gostosa antes da explosão. Com ele tudo foi pura adrenalina desde o momento em que coloquei meus olhos naquele rosto que para mim é como uma estrela: lindo, quente e levemente mortal se acabar se aproximando demais.

Ah, Cosmos, eu gostaria de saber o balaio de gato que se tornaria a minha vida antes de entrar naquele Uber acompanhado da minha Halsey Pobre.

— Tão bonitinho — suspirou ela me olhando com um ar de pena enquanto o carro virava uma esquina e entrava na avenida. — Pena que parece que passou um furacão no cabelo.

Isso não era uma mentira. Olhe, nunca fui o tipo de piá que tem um cabelo fácil de cuidar já que ele mesmo não colabora. Estava sempre bagunçado não importava o quanto eu tentasse arrumar.

Mas para compensar a joça fuazada que era o meu cabelo, eu tentava me arrumar o máximo que conseguia. Dificilmente você me encontraria fora de casa de bermuda, camiseta velha e chinelo.

— Então, guria, tu vai me contar pra onde tá me arrastando ou não? — Perguntei, apenas para confirmar a resposta que eu já sabia que viria.

— Não — negou ela, abrindo um sorriso maldoso contornado pelo batom quase roxo. — Mas te aquieta aí que nós já estamos chegando.

De fato, não demoramos para chegar no lugar misterioso. Mas como eu sou desesperado, cada curva era responsável por fazer meu coração dar alguns saltos mortais no meu peito.

Juro que insisti para dividir o valor da corrida com a Flávia, mas ela negou e disse que dessa vez a noite toda seria por conta dela como um presente de aniversário. Não persisti muito na ideia de dividirmos a conta depois disso porque não é sempre que alguém quer me pagar coisas.

A fachada do lado de fora do lugar era coberta por uma superfície preta e fosca que me lembrava muito um vidro fumê. Mas descartei a ideia de que poderia ser isso pois não fazia o menor sentido construir uma parede de vidro em uma cidade que está todas as noites no jornal por conta da alta taxa de criminalidade.

Na portaria havia um homem baixinho e careca de terno com um ponto no ouvido que julguei ser o segurança. Ao lado dele, uma guria alta com cabelos azuis sorria e verificava a carteira de identidade de todos que passavam pela porta para riscar algo em sua agenda logo depois.

— Viu — disse Flávia enquanto entrávamos na fila logo atrás de um grupo de meninas que não pareciam ter mais de quinze anos —, tem até um segurança. Pode ficar tranquilo que ninguém vai abusar de você hoje.

— Nossa, como a senhora é piadista — ironizei. — Tô morrendo de rir aqui. Ra-ra.

Flávia rolou os olhos e apoiou a cabeça no meu ombro.

10 razões pelas quais o Universo não nos quer juntos || EM PAUSAOnde histórias criam vida. Descubra agora