Meu almoço foi arruinado por uma foto de pau

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Sexo é bom, claro, mas vocês já experimentaram a sensação de pagar todos os boletos do mês e ainda sobrar dinheiro pra tu comer um pastel de frango com caldo de cana na pastelaria da esquina? Porque nada se compara à isso

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Sexo é bom, claro, mas vocês já experimentaram a sensação de pagar todos os boletos do mês e ainda sobrar dinheiro pra tu comer um pastel de frango com caldo de cana na pastelaria da esquina? Porque nada se compara à isso.

Veja bem, minha família nunca foi rica. Todo esse negócio dos meus pais irem morar em outro país depois da promoção do meu pai era realmente muito legal, mas não significava que podíamos alugar jatinhos particulares e sermos amigos das Kardashians. Muito pelo contrário, na verdade. O único motivo pelo qual eu estudava no Colégio Theo Luís Moura era porque não havíamos conseguido encontrar nenhuma escola estadual com vagas abertas no meio do ano letivo. Portanto, todo o dinheiro enviado pelos meus pais era usado para pagar a mensalidade do colégio e ajudar nas despesas de casa.

O que significava que qualquer troco deveria ser aproveitado ao máximo. E a única forma que eu e minha querida amiga, Amélie Poulain, encontramos de não gastarmos nossos suados dinheirinhos com coisas inúteis foi: torrá-los na Pastelaria dos Takashi.

O ambiente era bem simples. Havia um balcão, uma fileira de mesas contra a parede, ventiladores de teto e um Gato da Sorte Chinês próximo à máquina registradora. E o salgado também não era lá essas coisas, tinha sempre mais ar do que recheio. A verdade é que o único motivo para continuarmos frequentando aquele lugar era graças ao crush antigo que Flávia mantinha pela filha do dono, Kira.

Às vezes até me esquecia que Flávia era bissexual, já que ela quase nunca ficava com meninas. Mas havia aprendido a ficar calado sobre esse assunto desde a vez em que a guria me deu o maior sermão sobre sexualidade ser algo fluído e sobre bissexuais não terem necessariamente de gostar 50% do gênero oposto e 50% do mesmo gênero que eles.

Com uma careta, minha Eleven-Favela desviou os olhos do celular, onde estava analisando seu cardápio de seres humanos do Tinder, e fingiu que ia vomitar.

— O que foi? — Murmurei, tapando a boca, que estava cheia de pastel.

Educação em primeiro lugar, sempre.

— Um cara acabou de me mandar um nude não solicitado — informou ela, já virando o celular para me mostrar.

Eu gostaria de expressar em palavras o quanto meus olhos foram danificados por aquela imagem do djanho, mas não acho que seja possível. Bem à minha frente, queimando minhas retinas, estava a foto do pau mais ensebado que eu já havia visto em toda a minha vida.

E acredite quando digo que já vi muitas fotos de pau.

Como se apenas o instrumento não fosse o suficiente, a joça estava posicionada sobre uma superfície de porcelana branca que eu julguei ser um prato. Tudo naquele nude estava tão errado que não tinha nem por onde começar a comentar aquela desgraceira.

— Acho que vou ter pesadelos com essa imagem pro resto da minha vida — comentei, torcendo o nariz.

— O que faz homens héteros acharem que eu vou querer ver uma foto da minhoquinha fedida deles? — Resmungou a guria, indignadíssima. — A pessoa não mandou nem um oi antes, foi direto com a foto da rola.

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