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Naquele dia eu havia acordado diferente, não sabia se era o bom humor me agraciando depois de anos ou a sensação que corria pelo meu corpo toda vez que pensava nas coisas que Rick me disse. Sabendo ou não, me levantei disposta em fazer um café para todos. Não chegava perto do que eles fizeram por mim, mas seria de coração.

— Bom dia, Alessa. — Carl chegou com a irmã no colo.

— Bom dia. — sorri tirando os ovos da frigideira.

— Tudo isso é para nós? — perguntou olhando para a mesa farta.

— É. Decidi agradá-los. — pisquei.

— O estômago é um ótimo lugar para se começar. — ele riu tirando a mecha de seu cabelo da mãozinha da irmã. — Posso perguntar uma coisa?

— Claro, estou às ordens.

— Ahn, você sabe me dizer quando é o momento certo para aquilo?

Tomara que aquilo a que se refere seja um simples beijo.

— Aquilo o quê? — arqueei uma sobrancelha ao enxugar minha mão.

— Você sabe... Sexo. — sussurrou a última palavra e eu não sabia se ria ou se me escondia debaixo da pia.

— Está pensando em fazer isso? — coloquei as mãos na cintura.

— Não. Só curiosidade.

— Ah sim, sei. — fingi que acreditei — Bom, não há um momento certo, só acontece. — dei de ombros, tentando ser o mais clara possível.

— Esse é o problema. — bufou, andando de um lado para o outro com Judith — Tenho medo de que aconteça sem ser o momento certo.

— Mas você disse que só estava curioso. Carl! Seja franco, quer fazer isso com Enid? — encarei com firmeza e seu rosto corou.

— É isso que casais fazem quando se amam, não é? — disse tímido.

— Você ama ela? — não pude deixar de fazer uma daquelas caras exageradas — Isso é lindo, Carl! Eu... Eu estou feliz por ter se aberto comigo.

— Não fico à vontade falando disso com meu pai, é estranho. — fez uma careta.

— O que é estranho? — Rick apareceu.

— Nada demais. — respondi por Carl — Estávamos falando em como seria um time de futebol com zumbis.

— Sim, isso mesmo.

— Time de futebol com zumbis? — Rick deu a volta até onde eu estava, se colocou perto de mim, pegou um pedaço do pão e beijou minha cabeça, saindo do outro lado. Carl me olhou com os olhos semicerrados, desconfiado — É bem estranho mesmo. — sentou na cadeira da cabeceira.

— Pois é. Vou dar uma volta com a Judith. Depois a gente continua falando disso, Alessa. Até mais! — ele saiu do cômodo, deixando nós dois ali.

— Desse jeito ele vai sacar rapidinho que está rolando algo entre nós. — disse.

— Por isso mesmo que estava pensando em fazer algo hoje a noite, um jantar, reunir o pessoal, falar abertamente com eles sobre nós. 

Suspirei, caminhando até ele com a expressão séria.

— Tenho medo de como vão reagir.

— Vai dar tudo certo. Eles te adoram. — ele juntos seus braços em volta de mim, comigo em pé ao seu lado.

— Adoram sem saber que estamos enrolados. — voltei para meu lugar.

— O pessoal quer nos ver feliz independente de qualquer coisa, não terá problema algum com isso. Somos dois adultos, solteiros que sentem algo um pelo o outro e que estão bem cientes de qualquer questão.

Ela é tudo | The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora