Ela é tudo | The Walking Dead

Carol está de volta

Ninguém falava. O silêncio entre nós era aterrador e estava me matando pouco à pouco, bem devagar.

Nossos olhares aterrorizados porém corajosos apesar de tudo, se colidiam com pesar.

Ninguém sabia o que iria acontecer, mas todos nós tínhamos um único palpite, tudo graças à boca grande do Eugene. Eu o odeio tanto agora que tocar em seu nome me causa náuseas.

Levantei-me da poltrona e andei até Rick que mantinha um olhar perdido em algum ponto pelo chão.

— Está tudo bem? — perguntei mesmo sabendo da resposta que viria. Ele então ergueu seus olhos na altura dos meus e soltou um suspiro rápido, mas pesado.

— Queria dizer que sim ou não, mas nada é certeza. — ele afagou meu braço.

O abracei, fazendo um carinho em sua nuca, mostrando que eu estava ao seu lado completamente. Não iria ceder ou me deixar levar pelas circunstâncias.

Mas existia Daryl nessa história também e eu, assim como prometi estar ao lado de Rick, estaria ao lado dele. De alguma forma, aquele cabeça oca já fazia parte da minha vida e sou capaz de sacrificar tudo para protegê-los.

Falando nele, o mesmo se encontrava olhando para mim e seu amigo abraçados. Ora abaixa o rosto, ora me encarava.

— Pessoal? — Maggie entrou na casa com uma espingarda. Sua barriga já estava bem redonda e ela, teimosa que só, se negava repousar.

— O que houve? — Rosita perguntou.

— Negan. — Maggie olhou na minha direção e eu sabia o que era sem precisar dizer. — Ele quer todos nós lá fora.

— Ele quem te disse? — Tara questionou tentando fazendo Judith parar de chorar, andando de um lado pro outro.

— Harris. — respondeu — O que eu digo?

— Ele sabe! — Rosita mordeu o lábio — Ele sabe do plano, não é?

— Ninguém aqui tem certeza, Rosita. — Daryl falou, chamando nossa atenção para ele.

— A única forma de saber é... indo até lá. — fechei os olhos por alguns segundos — Eu juro, por tudo que é mais sagrado, que se esse filho da puta resolver fazer alguma gracinha... — retirei a foice da cintura — Mato ele sem pensar duas vezes.

— Ninguém aqui vai matar ninguém, Alessa. Não até a segunda ordem. — Rick disse.

— Vamos nos entregar assim? — Carl saiu do lado de Enid, indo para o centro — Ele vai nos matar se não matarmos ele primeiro!

— Carl, seu pai tem razão. — Aaron defendeu Rick.

— Não, ele não tem razão. — rebateu — A única que tinha razão desde o início era Alessa e o que fizemos? Demos continuidade. Todos fomos tolos em acreditar num plano idiota, e eu também fui. Agora estamos aqui, rezando para sabe lá quem nos ajudar.

— Menino, ninguém precisará machucar outra pessoa se não for necessário. — Michonne retrucou com seriedade. — Somos racionais.

— Existem zumbis lá fora mais racionais do que todos nós juntos, Michonne! Perdemos qualquer razão ao tentarmos lidar com um sociopata maluco! — Carl continuava a falar e aparentava ter sangue nos olhos.

— Chega! — gritei — Vamos lá ver o que ele quer, sem medo. Estamos juntos nessa. Estamos, não estamos? — olhei para todos — Vou levar esse silêncio como um sim. — sai da casa primeiro, farta de esperar um acordo entre a gente.

— Alessa, espere a gente! — Rick gritou.

— Alguém precisava tomar uma atitude. — falei o ouvindo andar rápido para chegar ao meu lado.