Cap 09

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Assim que saímos do prédio do Conselho em direção à aldeia de Alec início minha transformação em loba, mas algo estranho acontece.
Sinto minha força se aumentar infinitamente, minha visão se clarear, percebo também que meu cabelo está se tornando branco, dois lobos aparecem ao meu lado, um completamente branco e outro completamente negro. Quem são eles? Me pergunto.
Somos seus lobos majestade, Sol e Luna, as duas metades de sua personalidade, seus soldados e conselheiros para todos os momentos, basta pensar em suas ordens e nós as realizaremos.
Oh meu Deus eu penso nisso depois.
—Alec!—Chamo ele.—Mostre o caminho para a aldeia.
Corremos por alguns minutos e chegamos a alcatéia a situação em que ela se encontra é simplesmente horrível, casas queimadas, pessoas feridas por todos os lados, crianças chorando à procura de seus pais.
É difícil de acreditar que as pessoas que deveriam nos proteger de ameaças estão nos massacrando por causa de pureza de raças e de relacionamentos com raças inimigas. Hipócritas, penso.
Assim que alguns moradores percebem minha presença começam a se ajoelhar em sinal de respeito a mim, até mesmo as crianças têm o instinto de se ajoelhar.
—Por favor levantem-se.—Falo e eles me obedecem imediatamente.—Onde está o alfa?
—Ele foi executado majestade.—Fala alguém.
—Quem é o próximo para a sucessão?—Pergunto, isso lembra minha infância, quando meu avô morreu e meu pai não pode assumir pela falta de sangue alfa então a liderança foi dada a mim.
—Sou eu majestade.—Fala um garoto de uns 16 anos de idade. Coitado, tão novo e tanta responsabilidade jogada para ele assim tão derepente.
—Pois bem, vim com a intenção de ajudá-los no que for possível, porém preciso da autorização do alfa da alcatéia.—Falo de forma clara.
—Tudo bem.—Ele fala.
Nem sei por onde começar, meus lobos esperam minhas ordens, obedientes. Vou até a casa do alfa em busca de orientação.
—Com sua licença alfa.—Falo entrando na casa.
—Me chame de Mateo.—Fala o garoto.
—Eu sei que não é o melhor momento mas no que eu poderia ser útil?—Pergunto.
—Nem eu sei direito, o antigo alfa era meu pai, ele foi executado só por apoiar o relacionamento do meu irmão mais velho Alec com Marie só por que ela era uma vampira, foi muito injusto.—Mateo começa a falar e consigo perceber ele lutando contra as lágrimas, perder um pai deve ser muito difícil, quando perdi meu avô foi a maior dor que já senti até hoje.
—Está tudo bem Mateo—Falo abraçando ele que retribui instantaneamente, suas lágrimas rolavam copiosamente e os soluços se tornavam constantes.
—Ele era tudo que eu tinha.—Ele diz entre lágrimas, sua voz era falha.
—Vai ficar tudo bem, eu sei que vai.
—Como? Majestade quando ele se foi meu mundo foi com ele.
—Os dias bons vão vir, eles têm que vir, ninguém pode viver inerte na própria tristeza e solidão para sempre.—Digo, movo-me para ficar de frente para ele, olhando em seus olhos.—Mateo quando meu avô morreu meu mundo caiu, eu era muito mais nova que você e já tinha uma alcatéia inteira para cuidar, quando ele se foi eu não comia, não bebia, não quis sair do meu quarto durante meses, até que um dia não me deram escolha, eu tinha que ser forte, não por mim, mas por meu povo, eu continuava existindo mas não era a mesma coisa, meu avô me criou eu o amava mais do que amava meu pai, durante anos eu só sabia ir para festas, ficar bêbada até esquecer meu próprio nome e fingir que estava tudo ótimo, isso até eu conhecer o Evan ele vez minha vida valer a pena, mesmo sem saber ele me salvou. Não espere isso acontecer com você Mateo, passe por cima, supere, não é fácil mas é necessário.
—Tem razão majestade, não posso abandonar meu povo agora.—Ele conclui um tanto constrangido.
—Me chame de Emma, vamos reconstruir essa alcatéia, transformá-la num lar .—Falo disposta a ajudar a reconstruir esse lugar completamente.

A Híbrida-A Alfa 02Onde histórias criam vida. Descubra agora