2. Do you have afraid?

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"Ninguém saber como você se sente até realmente está na sua pele. Seja gentil. Seja compreensivo. Muitos estão em lutas internas diariamente

Bricie."

-

❤️

Sabe quando muitas coisas dão errado na sua vida e você não sabe o que fazer quando chegar a certa? Então, estou eu agora.

Quando era criança sempre foi muito endiabrada, fiz de tudo que qualquer pessoa possa imaginar. Mas quando meu pai se foi eu comecei com problemas pequenos como inventar problemas para não ir a escola,resultado: comecei a ir bem mal, até desenvolver TOC, ansiedade e de brinde, síndrome do pânico.

Hoje minhas crises diminuíram graças às consultas, mas elas ainda chegam de macinho, me fazem chorar compulsivamente e trancar-me no lugar mais próximo.

Então, em um dia cheio de plantões da mamãe ela decidiu que melhor forma de eu concentrar minhas frustrações, medos e sonhos seria em um grupo de dança, eu não gostei de início, mas fiz isso, por ela.

Hoje eu sou complemente apaixonada pela dança, é meu maior amor é meu único objetivo e agora, ela me deu a melhor oportunidade que eu vou ter em toda minha vida e estou trancada com Ária gritando aos sete ventos.

- LYRA, SAI DAI. VAI LER ESSE E-MAIl! Vou quebrar a porta.

Não conseguia me mexer, sentei e abracei meus joelhos tentando ao máximo controlar a respiração.

-Não, eu não gosto de pessoas, Ária. Eu não vou conseguir, é bem capaz de eu assassinar eles.

- Claro que não, ler logo esse e-mail e responde eles. Você só tem dois dias. Eu tô indo embora, tenho que ir com os meus pais a uma confraternização. Tô esperando a mensagem. Adios, babaca.

Ouço a porta se fechando do quarto e continuo abraçada por longos 15 minutos de crise.

Ária não entende metade das minhas crises, mas sempre esteve lá me acalmando. Hoje ela não está nos melhores dias dela.

...

Bem. Passando isso. Esse e-mail, eu não respondi ele e só tenho mais 40hrs pra resposta. Não sei o que responder. Não sei se vou aceitar. A responsabilidade diante dos meus olhos e eu só tenho 16 anos., cacete!

...


Já se passou um dia. 24hrs. 1440 minutos. 86400 segundos.

Decidi pela manhã do segundo dia seguiria o rumo da vida e veria o que faria sobre e-mail.

Minha mãe ainda não sabia de nada se não já teria surtado. Mas bom pra ela, porque ela não tá com essa bomba nas costas.

Fui ao lugar mais clichê que você vai de Leveland: Starbucks. Eu não gosto de lá, têm muitas pessoas, muito barulho e o café é horrível, mas o bolinho vale a pena.

Segui pela rua Mapple silenciosamente pensando o que aconteceria se respondesse o e-mail sim ou não.

Não era nem nove da manhã, e eu não conseguia ficar sem pensar nisso nem andando 500 metros.

Chegando na porta do Starbucks, respiro e entro tentando chamar o mínimo de atenção possível. Decido finalmente por um mini bolinho de morango. A fila tava mais ou menos grande, 4 pessoas na frente. Até lá ia contar as inúmeras moedas para dar 3 dólares já que nunca ando com dinheiro.

- 20, 50, 60, 1, 2... Droga! - Me distraio por um segundo e ouço um estrondo e percebo que bati no moço que estava na minha frente

- Presta atenção, sem não vai ficar sem dinheiro. -Olho pra frente e vejo um menino de cabelo liso me olhado com cara de nojo. Ele pega o café e sai sem nem olhar para trás.

- Que mal educado! Nem me ajudou a pegar. Só um minuto, moço. - Falo com o atendente e me preparo para pagar a maior vergonha e me ajoelho para colher as moedas. Plano de não de ser percebida com sucesso!

- Senhorita, você deixou essa aqui ainda. - Olhei pra cima e tinha um homem de uns 40 anos, barb a grisalha, cabelo médio e com mechas brancas estendendo a mão para mim com maior cuidado possível e com sorriso calmo. ³

- Obrigada, sou muita desastrada. - Digo pegando na sua mão e me levantando. Pego a moeda e me limpo.

- Não há de quê. Cuidado da próxima vez. - Deu sorriso de leve e saiu.

Olho ao redor e estão todos me olhado. Falo com atendente segurando ao máximo a minha gagueira e tentando não tremer. Pego o bolinho, pago e vou embora.

....

Chegando em casa, me sento e choro. Por isso não gosto de ir a lugares, ver pessoas. Aquelas pessoas devem estar até agora pensando em mim.

Pior: vou ver muitas delas na escola amanhã. Só quero dormir e ficar trancada no quarto. Mas o mesmo tempo penso no homem que me ajudou. Tão sereno, tão calmo. Me remete ao como meu pai era. Sempre sorrindo e falando "vai ficar tudo bem, lybi." Só ele me chamava assim. Era nosso apelido secreto "Lybi na área e Casli no comando", amávamos Lirabili e Casyter - aventuras no ar.

Sempre quando eu não conseguia dormir, ele me colocava no sofá da sala e assistimos até 6h da manhã. Nesses dias ele não me obrigava a ir na escola e minha mãe fazia bacon com pão salgado. Meu prato favorito.

Escorre mais uma lágrima e decido dormir e pensar no e-mail mais tarde.

❤️

Obrigada!




Depois de Você (Finn Wolfhard)Onde histórias criam vida. Descubra agora