→ ᴄʜᴀᴘᴛᴇʀ ɴɪɴᴇᴛᴇᴇɴ

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𝒯𝒽ℯ 𝓁𝒶𝓈𝓉 𝒶𝒹𝓋𝒾𝒸ℯ ℴ𝒻 𝒶 𝒻𝓇𝒾ℯ𝓃𝒹

— ᴘ.ᴏ.ᴠ.  ᴍɪɴ ʏᴜʀᴀ —

Não. Isso não pode estar acontecendo.
Droga! Ele matou a NaoMi. Ele matou a NaoMi por minha causa. Por minha maldita causa.

Após encerrar minha ligação com Jin, continuo analisando a cena do crime. Ou pelo menos tentando. NaoMi estava com uma corda amarrada em volta de seu tórax, hematomas marcantes no rosto, um corte reto no braço esquerdo, marcas do que presumo ser cordas em seus pulsos e por fim, o que causou sua morte: um corte profundo no pescoço.

Me aproximo lentamente do corpo, como se em algum instante, ela pudesse acordar.

Droga! Estou começando a ficar louca.

- Apenas me mostre o que preciso ver, NaoMi. - sussurro, tocando a perna em que a pele esta exposta. 

Meu inconsciente é jogado para uma sala. Um escritório para ser mais exata. Presumo que este seja o instituto onde NaoMi trabalha, mesmo que a iluminação não seja das melhores. 

Observo tudo ao meu redor com extrema atenção. Ou melhor, NaoMi observa. Percebo que minha (da NaoMi para ser mais exata) está ofegante. Sinto uma estranha pressão em meus pulsos, e ao olhar para baixo, os vejo atados nos "braços" da cadeira em que estou sentada.

- Como pode fazer isso? - a voz dela sai rouca de sua garganta. Poderia afirmar que embargada devido ao choro. 

- Eu disse para não mexer com ela, NaoMi. Disse que ela era um problema meu. - essa voz...

É ele. Claro, que é. Sua voz não esta modificada como nas últimas vezes, mas eu jamais esqueceria esse tom. Um tom sombrio e sem vida, um tom cheio de ódio e presunção, um tom completamente desprezível aos meus ouvidos. Pensei que odiasse ouvir sua voz modificada mais que tudo no mundo, mas agora vejo que estava errada, porque sua voz real, com toda a certeza, se tornou o que eu mais odeio no mundo a partir deste momento.

Não consigo, porém, ver seu rosto. Mas tenho toda a certeza de que NaoMi consegue, e que reconhece seu assassino.

- Eu queria apenas ajuda-la. - NaoMi continuou em suplica. - Não quis magoá-la. Você sabe que esta nunca foi minha intenção. Eu só queria ajudá-la. Assim como posso ajudar você. Por favor, deixe que eu ajude você. 

- Não preciso da sua ajuda. - ele rebate com desdém. - Assim como ela também não precisava. Ela estava indo bem até você colocar aquele investigador idiota em seu caminho. Em MEU caminho.

- Você não pode tê-la. Sabe disso. Pare com essa obsessão maluca. Você está fazendo-a sofrer. Você...

- NÃO. - ele a interrompe com um grito autoritário. - EU sou o único que jamais a machucaria. Eu jamais a faria sofrer. O único que jamais a faria chorar, como todos fizeram. Como VOCÊ fez. - ele se aproxima dela lentamente, e posso sentir seu corpo tremer em medo e desespero. - E agora, minha querida, você vai pagar pelo sofrimento que causou. Vai pagar por faze-la chorar. - rapidamente ele se aproxima do rosto de Naomi, e aponta o que me parece uma adaga em seu pescoço, dizendo, logo após, em voz alta e clara, com um tom de satisfação: - Você deveria ficar feliz, NaoMi, já que será usada como meu presentinho de reconciliação para ela. Não fica feliz em saber que fará isso para sua amiga? 

- Não seja hipócrita.  - ela cospe as palavras, já sabendo qual será seu final. - Sabe que isso não é para ela, ou por ela. Tudo o que você está fazendo é unicamente por você. Para poder saciar a sua loucura, e a sua sede por sangue e morte. Você diz que faz tudo por ela. Diz que ela é a mais importante, mas isso não passa de mais um delírio, seu sociopata filho da puta.

COROA DE SANGUE → ʙᴛs ғᴀɴғɪᴄOnde histórias criam vida. Descubra agora