Capítulo Três

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Era tanta à dor que meu peito comprimia nesse exato momento, lembranças e mais lembranças de momentos nossos surgiam em minha mente ocasionando numa dor enorme em meu coração.

"Por que eu ainda fico lembrando de tudo aquilo que você já esqueceu?"


Acabo do mesmo jeito de sempre, triste e sozinho, foi isso que você causou em mim, uma fraqueza inconfundível, uma tristeza indescritível e um ferimento profundo em meu coração, no qual eu não consigo fechar.

Estreito meus olhos tentando reprimir tudo que estou sentindo, tento afastar de mim esses dolorosos pensamentos, o que a cada dia se torna difícil até o momento daquela maldita dor me acertar em cheio.

Era a segunda vez que isso ocorria, a dor não me deixava pensar em nada, eu não conseguia sair do lugar, tento alcançar minha cama para acionar o médico, mas a mesma aparentava estar muito longe e ao pisar infalso eu desabo naquele chão frio, fazendo meu corpo chocar bruscamente no mesmo.


Analice On~

Eu ja tinha recolhido todas as minhas coisas daquele pátio, passei pelo corredor em busca de meu quarto quando ouço um barulho de algo ser chocado ao chão.

E logo um grito é escutado de um quarto próximo, sem nem pensar entro no quarto rapidamente e deparo com aquele menino de antes jogado no chão se contorcendo de dor, deixo minhas coisas de lado e sigo em sua direção de novo.

"É engraçado como o destino sempre da um jeito de fazer nós nos encontrarmos ."


- O que aconteceu? - digo indo em sua direção -

- Nada! - ele diz enquanto se contorcia de dor  - eu deitei no chão pra saber se estava gelado -

- Tudo bem que você não gosta de mim, porém não precisa ser grosso, eu só... deixa eu te ajudar. - tento encostar nele mais sou impedida pelo mesmo -

- Apenas chame meu médico! - ele diz -


[....]

Já se fazia um tempo que eu estava aguardando o médico do lado de fora, eu não sei o motivo, mas eu sentia a necessidade de protege-lo, ele parece tão indefeso, tão triste, tão sozinho, sua alma traz em seu semblante uma solidão, e desde o ocorrido no pátio, seu rosto não sai de meus pensamentos, o modo como ele estava, so de imaginar meu coração apertava.

Minutos depois eu vejo a porta ser aberta, corro desesperada em busca de informações daquele menino.

- E então doutor Jin? O que ele tem?

- Eu não posso informar o estado do paciente, senhorita Analice, você sabe as regras do hospital.

- Tudo bem ! Eu posso vê-lo?

- Agora o senhor Kim precisa descansar, eu lhe dei um remédio que fara ele ficar sonolento.

- Entendi, é.... o senhor poderia me disser o nome dele?

- Ele se chama Taehyung, Kim Taehyung!

- Obrigada!

- De nada mocinha, e você porque não está em seu quarto? Amanhã você tem que fazer quimioterapia. - ele da leves tapinhas em minha cabeça -

- Eu sei, mas eu já fui operada faz 1 ano, e não entendo o porque de eu estar aqui ainda.

- Ordens de seus pais, você sabe disso.

- Sim, eu sei..

- E além do mais pelo fato de seu câncer ter sido agressivo, você tem que sempre estar fazendo quimioterapia e radioterapia para que o câncer não volte.

- Traduzindo, nunca serei uma pessoa normal - sussuro pra mim mesma, e meus olhos começam a marejar -

- Não diga isso princesa, - ele poe sua mão em meu rosto - seus pais são muito ocupados e como eles trariam você aqui sempre?

- Talvez eles devessem....

- Eu sei que você quer sair e curtir mas...

- Mas não posso, minha saúde em primeiro lugar. BLÁ BLÁ BLÁ !

- Vamos fazer assim, amanhã eu te levo pra tomar um sorvetinho, o que acha?

- Sério Jin?! - Falo animada -

- Super sério!

- Obrigada - pulo animada - você é o melhor médico do mundo! - o abraço -

- Vamos com calma Princesa, estamos no hospital - ele retribui o abraço -

- Obrigada Jin. - sorrio -

- De nada! - ele sorri - agora vai pro seu quarto mocinha.

- Já estou indo - me despeço dele e sigo de volta pro meu quarto -

Eu conheço Jin desde que vim pra cá, eu tinha uns 16 anos quando descobri minha doença, para uma adolescente até então cheia de saúde, era difícil aceitar o meu novo destino.

Após algumas consultas eu descobri que estava com câncer cerebral, o motivo era uma doença chamada Meningiomas, que afeta pessoas mais velha e mulheres.

Alguns meningiomas são atípicos, isto é, seu comportamento é mais agressivo que o esperado para meningiomas. Eles podem crescer em torno do tecido cerebral e retornar após a sua remoção, e esse era um dos motivos de eu não poder sair, a qualquer momento ela poderia voltar trazendo consigo sintomas não muito agradáveis, e que eu prefiro não lembrar, e também por conta dela eu faço muitas seções de quimioterapia e radioterapia, eu não gosto porem era necessário.

E agora eu estou mais uma vez nesse quarto como todos esses anos, não foram muitos eu sei, mas é complicado, é chato ficar presa, sem poder ir a lugar nenhum e nem fazer o que uma garota de minha idade faz.

Eu queria poder usurfruir de tudo que eu tenho direito, gostaria de conhecer lugares, viajar, ir as festas, ir a escola, conhecer pessoas novas e quem sabe um dia eu possa conhecer o amor.

Só Maís Uma Vez Onde histórias criam vida. Descubra agora