•Perdida por alguns minutos•

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Acordei sentindo uma leve brisa cortar meu rosto. Percebi estar muito cedo já que havia uma expessa neblina a encobrir a floresta. Pelo menos acredito eu ser pelo fato de estar cedo...

Acendo minha fogueira pra espantar o frio úmido então algumas lembranças surgem em minha mente, de um suposto lobo que teria vindo até mim, mas depois foi embora.

Deve ter sido um sonho. Lobos não costumam andam sozinhos em geral estão em alcatéia.

Esquecendo o assunto decido dar atenção ao meu estômago que mais uma vez está protestando. Felizmente eu guardei um pouco da última caça e pude usá-la como café da manhã. Com toda essa neblina não seria possível caçar nada.

Noto algo estranho. A floresta parecia completamente diferente, não havia sons dos pássaros de outrora, movimentação alguma dos esquilos, coelhos ou aves. Estava tudo muito claro, ou seja já era dia e o sol já havia se levantado o que me fez pensar no porque de haver uma neblina daquelas ali. Não dava para subir nas árvores pra me localizar devido a falta de visão. Bem, já que é assim o mais sensato a fazer é esperar para ver se isso se dissipa.

O tempo passou. E passou. E passou mais. E nada de mudança em relação a névoa que rondava toda a floresta. Legal, agora estou presa aqui sem ter noção de tempo, era só o que me faltava. Então lembro bem tardiamente que eu sou uma bruxa elementar e que eu posso controlar o ar.

É eu sei, não deveria ter me esquecido disso, mas fazer o que? Esqueci oras.

Levanto-me e relaxo meu corpo. Tento sentir a atmosfera como se ela fosse parte de mim, como se eu pudesse movê-la como a um membro ou um músculo. Reúno toda a névoa em uma grande esfera e lanço-a ao ar, cada vez mais alto, até desaparecer no céu.

Os raios de sol adentram a vegetação por algumas brechas que ele consegue encontrar. Ao fazer o reconhecimento percebi já ter passado do meio do dia. Me pus a caminhar e só depois de muito tempo encontrei algumas aves pro meu almoço. Comi rapidamente e voltei para meu caminho. E tudo seguiu tedioso até eu ouvir outro barulho.

Felizmente um bem familiar. Andei na direção do som que se tornou cada vez mais forte com minha aproximação e então reconheço ser água. Mas não há rios em Wallya.

Chegando cada vez mais perto consigo ouvir o som da queda d'água. Encontro então o que parece a visão do paraíso para alguém sem um banho descente a várias e várias horas. Uma linda cachoeira de aproximadamente seis metros de altura. Várias flores cercam o leito do rio que se forma a partir da queda, margaridas coloridas salpicam brincalhonas a paisagem de todas as cores possíveis, juntamente com Orquídeas também multicolores que aparecem tímidas nos troncos das árvores, e de quebra vários lírios crescem com sua delicadeza e beleza trazendo uma elegância sem igual ao local.

Este rio não passa na vila. O que me faz pensar se não fui longe demais e desviei de meu caminho. Mas eu poderia consertar o rumo depois, necessitava urgente de um bom banho. Desfiz de minhas peças de roupa ficando apenas com a roupa de baixo. Sem esperar mais mergulhei na água cristalina deixando que ela fizesse seu trabalho relaxante e terapêutico. Depois de quase virar uma uva amassada de tanto tempo que passei no rio, saí dele me secando e vestindo-me novamente.

Me senti renovada. Meus cabelos estavam devidamente lavados, minha pele limpa, e meus músculos relaxados. Tive a sensação de olhos sobre mim e me assustei com o fato buscando com o olhar de onde poderia estar vindo, mas logo a sensação desapareceu. Verifiquei onde estava e pelos céus! Estou tão longe do meu caminho que não vejo nem sinal da vila! Era só o que me faltava.

Vamos lá Sam, calma, respira, e pensa.

- Basta me localizar, voltar para leste de modo que possa ver a vila ou a estrada, e depois seguir rumo ao norte. - Digo para mim mesma tentando raciocinar.

 Rainha Negra: A Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora