O homem se aproximou cada vez mais e seu olhar parecia querer arrancar minha alma do corpo.- Olá Samhara - falou com um sorrisinho de canto mostrando uma de suas presas.
Ótimo. Um vampiro. Eu estou ferrada.
- Quem é você, e como me conhece?- disse tentando manter a voz firme.
- Meu nome é Dillan, mas isso não importa. O que importa é que você virá comigo e por favor não tente fugir, vamos facilitar as coisas.
- Eu não irei a lugar nenhum com você. E o que você quer de mim? Meu sangue não é pras suas presas sujas.
Pensa Sam pensa! Vampiros não podem ser asfixiados, não podem ser afogados...Fogo!
- Não é algo que você tenha, é algo que está em você - ele rebateu vindo em minha direção.
Lancei algumas esferas de fogo na intenção de incendiá-lo. Ele se desviou de todas rapidamente.
- Garota tola! Não vai cons...
Enquanto ele falava arremessei terra em seus olhos, e enquanto ele os limpava toquei fogo no vampiro e sai correndo.
Nem olhei pra trás apenas corri, mas não fui longe, pois a mão do serzinho desprezível puxou-me o braço e me atirou longe. Se aproximando de mim voltou a falar:
- Vamos boneca. Não precisa disso venha em paz e não será machucada. Pelo menos não durante caminho. - falou enquanto segurava meu pescoço com apenas uma das mãos e um sorriso sádico.
- Não estou entendendo. O que você quer de mim? Diga exatamente. - disse com a voz esganiçada pelo enforcamento.
- Eu queria o seu sangue - mostrou as presas fazendo menção de me morder - mas não sou eu quem dá as ordens, querem sua alma princesinha e eu fiquei encomendado de levar. Sabia que você daria uma ótima vampira? Chega a dar pena te entregar assim.
- Desculpe, mas eu não combino com presas! - disse lhe.
Nisto o chão se tornou lama e afundou meu atacante até os joelhos. Surpreso ele me largou. Solidifiquei o solo antes que ele saísse o deixando preso, e saí correndo do local enquanto o ouvia gritar:
- Eu vou voltar boneca. Você ainda me verá outra vez!
- Perdão outra vez, mas vampiros não fazem meu tipo!
O respondi e percebi que era estupidez o que estava fazendo. Voltei e arranquei uma faca pequena de minhas botas, mirei e atirei em meu alvo acertando-lhe o coração. Minha arma feita exatamente pra isso era abençoada por uma de minhas tias que era uma bruxa branca, assim podia matar qualquer criatura mágica. Ele se tornou pó, e fiz questão de espalhar a poeira que um dia foi o tal de Dillan.
Sai correndo do local, cheguei em casa e subi direto para meu quarto onde me joguei na cama. Sem conseguir mais deixei as lágrimas escorrerem. A verdade é que tive sorte, usei magia, e Dillan não me encarava com seriedade. Ele já me tinha como prisioneira, e nem se deu ao trabalho de me levar a sério. Se tivesse sido uma luta de verdade, estaria morta.
Enterrei a cabeça no travesseiro me dando conta do quanto estava apavorada, e de quão perto da morte cheguei. Ouvi baterem na porta, limpei as lágrimas e disse que entrasse. Uma cabeleira platinada adentrou o cômodo, com uma genuína expressão de preocupação.
- Sam você está bem? Você chegou, não falou com ninguém, veio correndo aqui pra cima... -Michel perguntou se sentando na beirada da cama.
- Michel, e-eu fui atacada.
- Como assim? - seu olhar vasculhou meu corpo.
- Um vampiro, ele queria...queria me levar, e...- infelizmente eu não suportei segurar. Novamente os momentos de pânicos vieram em minha mente e fizeram as lágrimas voltarem a escorrer.
- Shhhh..vem cá - ele disse me aconchegando em seus braços - Já
Passou. Está tudo bem.Enterrei meu rosto em suas roupas e chorei, me acalmando aos poucos enquanto meu primo passava as mãos em meu cabelo. Já meio recomposta, me senti segura o suficiente para me afastar de seu embalo.
- Mais calma? - ele perguntou.
- Sim - respondi - obrigada.- completei sorrindo.
- Agora sim, você combina bem mais com sorrisos - ele disse limpando uma última lágrima de minha bochecha com o polegar.
- O jantar está pronto. Mamãe pediu pra lhe avisar.
- Irei tomar um banho rápido e já vou. - respondi.
- Tudo bem. Te espero lá embaixo então.
- Até.
Ele saiu do quarto e eu segui pra tina. Depois que terminei desci para a sala onde todos aguardavam meu relato. Após jantar comecei a explicar.
- Querida, não havia nada diferente naquele vampiro? Algo que pudesse servir como uma identificação? - Tia Agatha me perguntou.
- Não. Nada em especial.
Olhos vermelhos como todos os outros, pele pálida. Repassei o episódio. Ele se aproximando, eu ataco, fujo, ele agarra meu braço com a mão...a mão!
- Na mão dele havia um símbolo! Tem algo para eu poder desenhar?
Minha tia pegou uma folha de papel e um lápis e me entregou. Desenhei o símbolo e passei pra ela que arregalou os olhos diante da folha como se houvesse ficado sem ar.
- O que é isso?
- Isso...é o pentagrama de Agnes. A rainha das bruxas negras. Essa parte colorida da tatuagem simboliza a coroa. A cor preta que a colori a classifica como magia sombria. E essas ondulações, os espíritos controlados por ela e suas seguidoras.
- Mas o que ela quer de mim?
- Não sei minha flor de Lótus.
- Vamos esperar, talvez não consigam lhe encontrar novamente. Dillan está morto não é? - Michel perguntou.
- Sim, fiz questão de espalhar o pó daquele desgraçado. Mas ele disse que queriam minha alma. Porque?
- Talvez ele estivesse sozinho e disse que queria levá-la para lhe assustar, de modo que com medo de morrer você fosse em paz, e ele pudesse sugar seu sangue depois.
- Ele não me pareceu estar mentindo. Aliás poderia ter me mordido, mas não o fez.
– Uma criatura faminta fala qualquer coisa pra ganhar uma presa. E tem a possibilidade de ele não querer te matar e sim te transformar, afinal híbridos interespecie são poderosos - Tia Aghata argumentou.
Fazia lógica. Afinal o que a rainha das bruxas negras poderia querer comigo? Não tinha nada de especial. Dillan mencionou sobre me querer como vampira também.
- Onde Agnes vive? - perguntei ansiosa.
- Agnes está morta minha querida - bebericou o chá.
- Como assim? Agora não estou entendendo é mais nada.
- Agnes foi morta em uma batalha muito importante há muitos e muitos anos atrás. Hoje sua escudeira comanda o que restou de suas tropas. Mégara.
- Bem, não vejo motivo para Mégara me querer. E se Agnes está morta não tenho com que me preocupar. Acho que o melhor a fazer é esquecer tudo isso. - terminamos a conversa.
Foi um ataque aleatório de um vampiro morto de fome. Apenas isso. Decidi engavetar o assunto, e subi para meu quarto para enfim cair nos braços do sono.
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Rainha Negra: A Guerra
FantasiCapa por @AmericaConnorAC OBRIGADA FADA! Uma guerra esta para eclodir. Samhara , uma jovem de dezesseis anos, tem sua vida virada de cabeça pra baixo após ter de fugir de sua própria vila para não ser queimada viva em uma fogueira. Sim, ela é uma fe...