• Reencontro •

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Completamente sem reação

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Completamente sem reação.

Sentada no chão, olhando o vazio, enquanto mantenho suspenso em frente a meu rosto um objeto tão insignificante e tudo de importante ao mesmo tempo.

Meus olhos não focam em nada por minha mente estar simplesmente inundada de cenas de toda minha vida, vindo em um turbilhão de memórias e sensações chegando a me deixar zonza.

- J-Jason...- seu nome sai em um sussurro trêmulo e assustado de meus lábios. Minhas mãos mexem inquietas e meus olhos marejam.

Chega! Acorda e faça algo útil ao invés de balbuciar feito uma garota estúpida!

Minha consciência ralha comigo me despertando pra realidade. Sua barriga sobe e desce muito fracamente. Aproximo minha mão de seu focinho e sinto sua respiração quase nula.

- Eu não sei onde estou, eu não tenho nada que possa usar, e nem meio de me comunicar com ninguém. Sem jeito de voltar a Trynie o que eu faço? - Exclamo exasperada. - Surtar também não vai adiantar.

Tento pensar em algo, mas não possuo nada que possa servir em auxílio.

Por favor, se estiver ai, me ajude. Eu preciso de ajuda. Ao menos me guie, me mostre o que devo fazer!

Suplico mentalmente na esperança da misteriosa voz quem sabe aparecer. Mas não obtenho resposta.

- Jason...Jason aguente firme. Eu estou aqui. - digo afagando seu rosto - Eu estou aqui com você, como sempre estive antes desse rebuliço todo. E como sempre vou estar.

Simplesmente as lágrimas surgem e rolam por meu rosto.

- Você não pode simplesmente ressurgir das cinzas só pra me deixar outra vez! - grito entre soluços. - Olha só o que você faz comigo! Olha!

Abraço o lobo a minha frente deixando as lágrimas escorrerem de meus olhos e atingir seu pêlo.

- Eu te proíbo entendeu...eu te proíbo! - sussurro mais pra mim do que pra ele.

Em meio a meus soluços não ouvi o bater de asas. O forte bater de asas logo acima de nós, a esconder a fraca luz do sol da manhã.
Apenas quando algo grande pousa a nosso lado, fazendo o chão tremer e um barulho seco ecoar foi que me dei conta de sua presença.

Levantei a cabeça, enxuguei as lágrimas com as costas da mão, e arregalei os olhos ao notar um dragão. Mas não era "um" dragão. Era "O" dragão, um dos mesmos que soltei durante a invasão a Trynie, o negro que soltava a névoa corrosiva.

Ele me encarou imperioso do alto, não demonstrava querer atacar ou ao menos se mover. Apenas me olhava com seus olhos rubros tão vívidos que mais se assemelhavam a lava de um vulcão.

- Você me chamou, e eu vim feiticeira.

Então a voz que me salvou, que me manteve viva, é a voz de um dragão. E novamente ao ouvi-la a sensação de a conhecer me invade, me é tão familiar de um modo que chega a ser incômodo não saber de onde em minha vida ela é. Apesar de em nenhum momento em minhas memórias ela aparecer sinto que deveria saber.

 Rainha Negra: A Guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora