recebi um copo que continha uma batida a base de vodca e suco de frutas vermelhas, passei mais tempo apreciando o cheiro da mistura do que bebendo o líquido em si. quando me dei conta, o meu novo casal favorito já estava dentro da barraca, bem acomodados e trocando carícias. depois de um tempo, em meio a sons de beijos e risadas sussurradas deles, me distraí e comecei a ficar tonta.
o som do violão havia parado e a luz que vinha da fogueira se reduziu a pequenos feixes aleatórios, que eu achava que fossem apagar a qualquer instante. passos ensurdecidos pela areia se arrastaram até mim e alguém me ofereceu outro copo de bebida; o meu já estava vazio.
- quer mais um? - uma voz familiar feminina susurrou.
a moça que tocava e cantava (encantadoramente bem), há alguns minutos atrás, estava de pé na minha frente com um copo na mão, oferecendo-me gentilmente e quando o segurei ela sentou ao meu lado, na parte de fora da barraca, se apoiando em seus braços, curvando a cabeça para trás.
ficou alguns instantes olhando para o alto, então começou a falar como aquele céu acima de nós, visto através das folhas das árvores, era bonito e misterioso, depois me perguntou o que eu achava dele e eu só consegui dizer como o achava incrivelmente lindo.
- acho que isso resume bem. - ela sorriu olhando em meus olhos, me fazendo sorrir também. - seu sorriso também é incrivelmente lindo... - ela disse me deixando sem palavras.
"isso é um flerte?!"
fitei seus olhos tentando entender o que ela queria com aquilo. estava meio escuro, mas as poucas chamas de luz na fogueira iluminavam partes dos nossos rostos. olhos escuros, cabelos em tom loiro escuro, lábios molhados e chamativos, pele cor de mel, roupas simples e leves, ar confiante... era tudo que eu via.
- você quer que eu vá embora? - me perguntou confusa.
só então percebi que estava a encarando séria sem nada dizer ou responder.
- n-não. não precisa ir, eu só tô um pouco tonta... mas... obrigada pelo elogio...
- é só a verdade... - fitou minha boca.
- você não tá bebendo nada? - tentei puxar assunto.
- já bebi, mas você pode dividir o seu comigo se quiser... - ela se ajoelhou virando de frente para mim, ficando próxima do meu rosto por uma fração de segundos e depois sentando sobre os próprios pés, me observando como se me anilasse igual eu havia feito com ela; minha respiração acelerou involuntariamente.
dei um gole na bebida e ergui o copo na direção dela. mas ignorando meu gesto, ela se aproximou novamente do meu rosto, esquentando minha face do lado esquerdo com sua respiração quente e dando um selinho na minha pele.
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céu e mar (romance lésbico)
Storie d'amoreessa conexão constrastada entre o céu e o mar, vem ser a metáfora desse romance. quando tudo parece estar fluindo calmamente e se encaixando, vem uma tempestade, ondas fortes e ventos desconhecidos bagunçando tudo. mas tudo bem, o dia sempre raia, p...