O despertador de Lizzy toca às 5:30 da manhã. O vento entrava pela janela aberta fazendo com que a cortina fosse ao ar.
Como de costume ela se veste, penteia os seus longos e ondulados cabelos escuros, pega a sua mochila preta com bolinhas amarelas, acaricia Amy, sua gatinha, e sai em direção à escola.
Quando saiu portão a fora notou que ainda estava escuro, chegando a pensar se tinha olhado o horário errado, mas pegando seu celular viu que realmente eram 6 da manhã.
"Já já deve clarear, hoje provavelmente será um dia mais escuro que o normal por conta do tempo que está" pensou Lizzy.Tudo estava ocorrendo como um dia qualquer, mas mal sabia ela que aquele seria o dia em que tudo iria mudar.
Lizzy sempre passava pela rua Welth pois era o caminho mais próximo, mas naquela manhã teve que mudar a sua rota, por conta da ventania que durou a noite toda uma árvore havia caído impedindo a passagem. Então ela teve que seguir pela rua Tawers, um caminho um tanto mais longe. O único problema era que essa rota era um pouco sinistra e solitária.
A ventania continuava balançando ferozmente as árvores que tomavam conta de quase toda a lateral da rua, deixando espaço para poucas casas. A rua estava neblinada e não havia uma só alma viva nela (pelo menos por enquanto) e ainda estava escuro, sem nenhum indício de clarear tão cedo, fazendo Lizzy descartar a possibilidade anterior.
"Ah mais é claro Zachary, aquele pirralho. É claro que ele adiantou o meu relógio como sou burra, mas ele me paga" pensou.Ela se virou para voltar para sua casa, havia um beco bastante estranho e o caminho para a casa de Lizzy cruzava com ele. Ela acelerou os passos quando foi passar em frente o mesmo, só que tinha algo diferente de quando ela passou por lá. Três caras estavam parados nele como se estivessem esperando alguém. Eles vestiam roupas pretas, um deles um boné velho que escondia o seu rosto, os dois outros, um era loiro e o outro com a cor do cabelo meio ruivo indefinido. O coração de Lizzy acelerou talvez mais que os seus passos quando eles começaram a caminhar na sua direção. Por um momento ela teve que se conter para não correr, mas quando percebeu que eles estavam cada vez mais perto não teve escolha.
Ela correu e quando olhou para trás eles também estavam correndo, o desespero tomou conta de Lizzy e suas pernas estavam tremendo. O homem ruivo a alcançou puxando seu braço furiosamente, fazendo com que ela soltasse um grito:
- Aaaah, me solta por favor. O que vocês querem? Eu juro por Deus que não tenho dinheiro, só me deixem ir embora, por favor.
Os outros dois caras agora também seguravam Lizzy, e tentavam levá-la para dentro de um carro que estava encostado na esquina. Lágrimas escorriam do rosto dela e ela não parava de gritar.
- Cala a boca sua imbecil, eu acho bom você ficar bem quietinha garota.- falou o homem loiro.
- Ei não precisa falar assim com ela - o que usava boné agora falou.
Ele estava atrás de Lizzy então ela não via seu rosto, mas a voz era tão familiar... aquela voz parecia... de Shawn. Então ela se curvou para trás se debatendo, para comprovar, e tirou o boné que escondia metade de seu rosto.
- VOCÊ? Eu não acredito que você está envolvido nisso, eu não acredito que está fazendo isso comigo!!! - ela disse.
- Eu não tenho escolha Lizzy, acredite mim.
- Eu deveria ter acredito nos meus amigos, eu deveria ter ouvido eles... Você não presta!!! Mentiu para mim. EU NUNCA DEVERIA TER CONFIADO EM VOCÊ.
O homem ruivo então, colocou um pano em sua boca e nariz. Seus olhos embaçaram, e a visão de Shawn foi desaparecendo lentamente. Ela caiu num "sono" profundo. O que era aquilo que havia no pano?
_ _ _
Quando acordou estava em uma cama, que ela achou ser aconchegante demais para um sequestro, avistou paredes azul escuras, pouca luminosidade entrava por uma janelinha ao lado da cama. Não daria para pular, tinham grades. Uma porta marrom escura impedia que Lizzy saísse do local. Estava trancada.
Ela estava presa em um pequeno quarto. Se levantou correndo e bruscamente bateu na porta e gritou.- Ei, socorro, alguém me tira daqui. - Ela se viu dizer. - Shawn. - mas logo depois percebeu que o Shawn que conhecera não poderia salvá-la, havia traído a confiança dela. Estava envolvido nisso tudo, não era quem ela pensava ser.
A porta destravou, Lizzy foi para trás com medo de quem poderia ser. Shawn entrou.
- Fique calma, sou apenas eu. - Ele disse.
- Ficar calma? Apenas você? O cara que me sequestrou! - ela se virou e correu para a janelinha atrás dela.
- Socorro!!!! Alguém me ajuda. - Ela gritou.
Com uma mão Shawn puxou o braço de Lizzy com força, virando-a. Com a outra pressionou sua cintura.
- Ei, se fosse você eu não gritava. Eu estou falando sério Lizzy, aqui não é brincadeira. Não é como um filme. Não falo por mim, mas se eles a escutarem gritar... - barulhos de passos vieram do corredor.
- Está tudo bem aí? - um homem alto com uma voz resistente falou. Ele usava um terno preto, seus cabelos eram escuros como seus amedrontadores olhos.
Shawn se virou. Lizzy tremeu.
- Está tudo certo.
- Eu espero que sim.
Naquele pequeno diálogo, Lizzy pode perceber uma coisa. Não era apenas ela que sentia medo do homem alto, ela podia ver o medo nos olhos de Shawn.
Por que ele tinha medo? Por que se intimidava com a presença do homem? Ele também não era um deles?
Perguntas tomaram conta de Lizzy.- Eu quero ela lá embaixo. - Disse o homem e saiu andando.
Shawn puxou Lizzy, que se recusou ir, firmando seus pés no chão.
- Não se preocupe, eu fico com você.
- Puxa, agora estou me sentindo bem mais confiante. - Ela falou, e passou andando na frente de Shawn. Logo depois se arrependeu, não sabia nem para onde estava indo, nem que tipo de pessoas estavam "lá embaixo"
como o homem dissera. Por mais que sua confiança em Shawn havia acabado, ele era quem Lizzy pelo menos "conhecia".- Você pode me culpar de tudo. Mas saiba que não tenho escolhas.
- É mesmo? E alguém te forçou a mentir pra mim?
- Está muito além disso Lizzy.
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PRISIONEIROS
Fanfiction" Ele estava atrás de Lizzy então ela não via seu rosto, mas a voz era familiar... Muito familiar. Então ela se curvou para trás se debatendo e tirou o boné que escondia metade de seu rosto. - VOCÊ? Eu não acredito que você está envolvido nisso, eu...