Mudando a rota

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A procura estava grande por lá, Jordan e Bea não paravam de se entreolhar. Já era certo que não encontrariam nada por ali, e quando já estavam quase desistindo... Trac! O lugar onde Jordan pisou quebrou e ele caiu sentado no chão com um estalo.
Ele xingava enquando Bea dava gargalhadas da cara dele.

- Toma trouxa - risada. - Falou tanto de mim - risada - que quem caiu foi você.

Ele só olhou para ela tentando fazer uma cara feia, mas o sorriso invadia seu rosto.

John deu umas risadinhas roucas e foi ajudar ele a se levantar.

- Se machucou?

- Não, mas minha perna está enganchada.

Nisso Bea riu mais ainda.

Eles tiraram a madeira que estava atrapalhando, e Bea foi andando para mais perto deles, quando a madeira - que formava a casa - que ela pisou, fez um barulho estranho, como de uma tampa mal encaixada.
Todos olharam para o chão. Ela tentou examiná-lo em busca de alguma coisa estranha, mas a cor era muito uniforme. Ela se abaixou e olhou mais de perto, e percebeu umas linhas quase imperceptíveis formando um quadrado. Ela tentou levantar a madeira com as mãos mas não conseguiu. Jordan e John já estavam de pé e pegaram um ferro para usar de apoio. A madeira foi levantada, havia uma pequana cavidade no chão que a mesma escondia.

- Bom, não é um túnel secreto como vocês falaram... Mas alguma coisa já é. - John falou e tirou alguns papéis com rabiscos e códigos estranhos, alguns números e letras soltas.

×××××

- Para onde estamos indo? - Lizzy falou do banco carona do carro, enxugando as lágrimas que insistiam em cair.

Shawn permaneceu em silêncio.

- Shawn, para onde ele nos mandou ir? - Nenhuma resposta. - Por que não me responde? Eu estou com você, sabe que eu não bolaria uma fuga e te deixaria aqui sozinho nas mãos do Marcel.

Ela pegou o papelzinho que Daniel tinha entregado para ele com o endereço de onde deveria ir. Olhando uma placa pela janela e com o pouco conhecimento dos lugares da cidade, percebeu que não estavam próximos ao lugar que "deveriam" estar.

- Você sabe que deveria estar indo para o outro lado da cidade, né?

Shawn a olhou e logo desviou o olhar mais uma vez, para encarar a estrada.

- Você? ...

- Sim. Na verdade, não sei... Eu só não quero mais te ver assim. Preciso fazer isso.

- Você não pode estar fazendo isso de verdade!

Ele a olhou com estranheza e decepção.

- Lizzy, eu não estou te entendendo. - Disse ele com determinação.

- O que você acha que está fazendo? Não vai melhorar as coisas fugindo!

- Essas não me parecem as palavras daquela mesma garota que tentou fugir em plena madrugada, correndo grande risco! - Ele revidou.

Ela deu uma risada seca com desdém.

- As coisas precisam ser planejadas. - Ela disse com a voz alterada. - Não podemos nos dar ao luxo de agir por impulso. - Uma lágrima rolou pelo seu rosto e ela logo a enxugou. - São as nossas vidas que estão em jogo.

- Eu não chamo isso de vida, Lizzy. Nós precisamos tentar! Você quer ficar sentada sem fazer absolutamente nada a vida inteira?

- Você ainda não desvendou o mistério pelo qual o Marcel descobre sempre onde você está! Eles podem machucar a minha família, você entende isso?... Só por que eles já mataram a sua mãe, não quer dizer que precisem matar a minha também.

Shawn a olhou como se nem reconhecesse quem era a garota que ele discutia.

- Você passou dos limites, Lizzy.

Um carro atravessou por eles e Shawn quase bateu o carro.

- Você quer saber? A sua mãe também está morta. Ah, e ela nem é a sua mãe. - Agora uma lágrima escorreu dos olhos dele.
- Eu só estou tentando ajudar, vivi a minha vida toda preso e consegui suportar isso. Estou fazendo isso por você, e é isso que você faz por mim? Toca nas minhas feridas mais profundas? - Ele parou e suspirou rapidamente. - Sinto muito mas você querendo ou não, vou ir para onde eu quero, e jamais voltarei para as mãos do Marcel. E quanto a segurança, ninguém encostará em você, e daremos um jeito de encontrar a sua família.

Lizzy estava boquiaberta e um mar de lágrimas invadiram o seu rosto. Sua mãe morta? E quanto ao seu desejo de dizer que a amava? Garrett nunca lhe deu atenção, mas de qualquer forma era a sua mãe, mesmo que não de sangue. E geralmente fazemos de tudo, para alcançar a atenção daqueles que não nos dão. Ela colocou a mão na boca para controlar um soluço.

Shawn a olhou e pareceu que ele tinha saído de um estado de transe. Que captou tudo o que disse e se arrependeu. Foi liberto de toda aquela raiva que o cercava. Por mais que Lizzy tivesse falado sobre a morte da mãe dele de forma tão grosseira, ele havia contado para ela que sua mãe estava morta!
Mas uma palavra dita, jamais volta atrás. Não tem como paralisar o tempo e consertar o seu erro, embora ele queria ter essa possibilidade.

- Lizzy... Eu... Eu sinto muito, eu falei sem pensar.

- Mas não deixa de ser a verdade! - Ela conseguiu falar em meio ao choro. - Eu que te devo desculpas, você tem razão. Ela não é a minha mãe, nunca me amou como uma, nunca disse que me amava, e eu nunca vou ter a oportunidade de dizer.

- Não, Lizzy. Não é preciso ter o sangue de alguém correndo em suas veias para que vocês tenham um elo. Ela era a sua mãe, ela poderia não demonstrar, mas eu sei que ela também te amava. Eu só falei isso por que não suportei você falando da minha mãe assim...

- A quanto tempo você sabe?

- Algumas semanas.

- E o meu pai? Meu irmão? O que aconteceu com eles? - Ela soluçou.

- Eu não sei, amor. Mas nós vamos encontrá-los.

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PRISIONEIROSOnde histórias criam vida. Descubra agora