Andei muito dando voltas e mais voltas nos carteirões próximo a minha casa e cheguei até uma casa amarela de portão branco. Fiquei horas olhando, tentando tomar uma atitude. Se chamava a pessoa que morava lá ou tentava seguir meu caminho na rua.
Até que uma pessoa saiu e me viu com os olhos inchados. Meu estado era deplorável, ela correu até a mim e me abraçou. Chorei um rio de lágrimas nos braços de Mel. Desconsolada ela pediu para eu entrar, fomos para seu quarto e contei o que havia acontecido.
_ Não tem problema você mora aqui comigo_ afirmou Melissa sorrindo, tentando inutilmente me animar.
_ Eu não posso, sua família não vai aceitar e também não vou ficar aqui atrapalhando no estado em que estou... grávida.
_ Não fale assim, eles vão entender. Não é porque cometeu um erro que vão condena-la. Vou falar com minha mãe, ela vai entender.
_ Não Mel, você tem um coração muito bom e não consegui ver a vergonha que sou. Eu simplesmente me entreguei para uma pessoa que não conhecia, agi como uma vagabunda e disse para meu pai... Ah, não olhe assim, não quero trazer desgraça a sua família.
_ Não diga asneiras. Você agiu pela paixão do momento. Quem nunca fez isso?
_ Você não teria agido assim!_ Mel ficou calada por um momento, negando com a cabeça. Mas no fundo ela sabia que não o teria feito.
_ Quem nunca errou, atire a primeira pedra! Fica aqui vou falar com minha mãe _ levantou da cama em que estávamos sentadas e saiu determinada.
_ Não Mel! _ gritei, mas ela já havia saído.
Me sentia um lixo! Não bastava ser a vergonha da família, ainda fui levar a minha amiga. Levantei e quando ia sair do quarto sua mãe apareceu.
Voltei e sentei na cama com a cabeça abaixada. Era muito humilhante ter de pedir abrigo na casa de minha amiga. Trazer problemas meus a pessoas tão honradas. Não tinha o direito de estar ali.
_ Me desculpa dona Teresa, eu não deveria estar aqui na casa da senhora atrapalhando._ disse me levantando.
_ Clara sente-se, você não vai sair a uma hora dessas ainda no estado em que se encontra. Descansa essa noite e amanhã nos conversaremos. Eu não sei como seus pais tiveram coragem de expulsa- lá desse jeito, mas acredito que tiveram seus motivos, apesar que eu nunca faria isso com um filho meu. Então fica e descansa. Tem uma cama sobrando nesse quarto, era do irmão mais velho de Mel. Mas ele casou. _ dona Teresa apontou uma cama ao lado, no quarto de Mel._ Amanhã nós vamos ter uma conversa. Ok . Boa noite minha filha._ disse dirigindo a mim. _ Melissa já está na hora de você dormir também, não acha!
_ Já estou indo mãe.
_ Obrigada dona Teresa. _ ela acentiu com a cabeça.
_ Boa noite mãe. _ disse Mel enquanto sua mãe saia do quarto.
_ Boa noite filha, dorme com os anjinhos.
Com a roupa em que estava deitei na cama, alguns minutos depois não vi mais nada, apaguei.
Quando acordei demorei um pouco para cair em si, olhei ao redor e não reconheci o quarto em que estava. E como flashes minha memória retornou e minha realidade doeu em meu peito.
Chorei, chorei como uma criança abandonada. Meus soluços sufocava minha respiração. O que seria de mim... Grávida, sem o apoio de minha família, sem o apoio do pai da criança, sem dinheiro, sem teto, sem profissão, sem rumo. Orei, como nunca havia feito em minha vida. O desespero inrraizava meu coração, o deixando pequeno e desamparado. Pedi com toda a minha alma para Deus me ajudar, pois não estava sozinha no sofrimento uma pequena criaturinha sem pecado dependia de mim e precisava ser forte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vivendo Um Pesadelo
RomanceEu sempre ouvi falar sobre amor à primeira vista, mas nunca acreditei. Esse amor que entorpece, alucina todos os seus sentidos deixando você anestesiado. Isso só tem em livros. Talvez uma paixão poderia até existir. Mas amor acho meio impossível. En...