Capítulo 5

30 4 0
                                    

Andei muito dando voltas e mais voltas nos carteirões próximo a minha casa e cheguei até uma casa amarela de portão branco. Fiquei horas olhando, tentando tomar uma atitude. Se chamava a pessoa que morava lá ou tentava seguir meu caminho na rua.

Até que uma pessoa saiu e me viu com os olhos inchados. Meu estado era deplorável, ela correu até a mim e me abraçou. Chorei um rio de lágrimas nos braços de Mel. Desconsolada ela pediu para eu entrar, fomos para seu quarto e contei o que havia acontecido.

_ Não tem problema você mora aqui comigo_ afirmou Melissa sorrindo, tentando inutilmente me animar.

_ Eu não posso, sua família não vai aceitar e também não vou ficar aqui atrapalhando no estado em que estou... grávida.

_ Não fale assim, eles vão entender. Não é porque cometeu um erro que vão condena-la. Vou falar com minha mãe, ela vai entender.

_ Não Mel, você tem um coração muito bom e não consegui ver a vergonha que sou. Eu simplesmente me entreguei para uma pessoa que não conhecia, agi como uma vagabunda e disse para meu pai... Ah, não olhe assim, não quero trazer desgraça a sua família.

_ Não diga asneiras. Você agiu pela paixão do momento. Quem nunca fez isso?

_ Você não teria agido assim!_ Mel ficou calada por um momento, negando com a cabeça. Mas no fundo ela sabia que não o teria feito.

_ Quem nunca errou, atire a primeira pedra! Fica aqui vou falar com minha mãe _ levantou da cama em que estávamos sentadas e saiu determinada.

_ Não Mel! _ gritei, mas ela já havia saído.

Me sentia um lixo! Não bastava ser a vergonha da família, ainda fui levar a minha amiga. Levantei e quando ia sair do quarto sua mãe apareceu.

Voltei e sentei na cama com a cabeça abaixada. Era muito humilhante ter de pedir abrigo na casa de minha amiga. Trazer problemas meus a pessoas tão honradas. Não tinha o direito de estar ali.

_ Me desculpa dona Teresa, eu não deveria estar aqui na casa da senhora atrapalhando._ disse me levantando.

_ Clara sente-se, você não vai sair a uma hora dessas ainda no estado em que se encontra. Descansa essa noite e amanhã nos conversaremos. Eu não sei como seus pais tiveram coragem de expulsa- lá desse jeito, mas acredito que tiveram seus motivos, apesar que eu nunca faria isso com um filho meu. Então fica e descansa. Tem uma cama sobrando nesse quarto, era do irmão mais velho de Mel. Mas ele casou. _ dona Teresa apontou uma cama ao lado, no quarto de Mel._ Amanhã nós vamos ter uma conversa. Ok . Boa noite minha filha._ disse dirigindo a mim. _ Melissa já está na hora de você dormir também, não acha!

_ Já estou indo mãe.

_ Obrigada dona Teresa. _ ela acentiu com a cabeça.

_ Boa noite mãe. _ disse Mel enquanto sua mãe saia do quarto.

_ Boa noite filha, dorme com os anjinhos.

Com a roupa em que estava deitei na cama, alguns minutos depois não vi mais nada, apaguei.

Quando acordei demorei um pouco para cair em si, olhei ao redor e não reconheci o quarto em que estava. E como flashes minha memória retornou e minha realidade doeu em meu peito.

Chorei, chorei como uma criança abandonada. Meus soluços sufocava minha respiração. O que seria de mim... Grávida, sem o apoio de minha família, sem o apoio do pai da criança, sem dinheiro, sem teto, sem profissão, sem rumo. Orei, como nunca havia feito em minha vida. O desespero inrraizava meu coração, o deixando pequeno e desamparado. Pedi com toda a minha alma para Deus me ajudar, pois não estava sozinha no sofrimento uma pequena criaturinha sem pecado dependia de mim e precisava ser forte.

Vivendo Um PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora