Sete anos se passaram. Hoje sou uma mulher mais madura, um pouco impulsiva, mas acho que todo ser humano tem uma parcela de agressividade. Apesar que tenho em exagero, porém ninguém é perfeito. Não é mesmo?
Estou sentada descansando em uma cadeira, na sala de reuniões da empresa em que trabalho. Apesar de estar aborrotada, consegui sentar e com cara de poucos amigos, ignorei alguns ali presente. Não queria conversar, queria apenas ouvir meus pensamentos. Estava preocupada, a empresa havia sido vendida e iria conhecer os novos donos naquele momento. Prezava muito meu emprego dali tirava todo meu sustento. Enquanto aguardava, lembrei de tudo que passei para chegar até ali.
Vou resumir o que aconteceu depois daquele dia.
Sai da sala de Nicolas me perguntando o que o fez pensar que era uma prostituta? Por mais que tenha sido avançada, acredito que não justifica, não tinha tanta experiência assim e poxa era virgem! Só isso já conclui meu pensamento.
Nunca estive em um puteiro. Será que puteiros presenteiam com mulheres virgens? Apesar que nos filmes elas são até mais caras. Mas na vida real isso existe? Eu pesquisei na internet e apenas vi mulheres que leiloam sua virgindade para ganhar dinheiro, tem até um top dez. Mas puteiros que faz este tipo de transação, aqui no Brasil, apesar que não pesquisei a fundo e hoje em dia acontece tantas coisas que nem sonhamos. Bom mais deixa para lá. O que tá feito está feito.
Se eu chorei? Sim muito. Sai de lá aos prantos, Mel se assustou quando me viu naquele estado e perguntou o que tinha acontecido. Contei. Bom, ela disse que eu era louca, que não deveria ter feito aquilo e etc e tal. Mas a vaca já tinha ido para o brejo.
Fui para casa com minha alma morta. Não ligava nem a televisão para não ver um determinado comercial.
Depressão total. Mel tentava me animar sem sucesso e meus pais me perguntaram se havia acontecido alguma coisa. Resumindo fechei em meu mundinho ignorando todos a minha volta. Um mês depois voltei a minha rotina porém não sorria como antes. Nicolas havia arrancado algo dentro do meu peito. Não sei explicar o que era. Mais eu sofria.
Passei a ter alguns enjôos matinais e nem podia sentir o alho fritando no arroz. Não conseguia comer, emagreci horrores.
Bem é isso mesmo que está pensando. Estava grávida! Na minha primeira vez consegui o que muitos demoram anos.
Preparem o caixão, a coisa ficou feia! Como explicar para meus pais que são da congregação que estava grávida.
Detalhe quem é da congregação não pode se relacionar com pessoas que não sejam da religião. Não que isso seja proibido, porém não é correto. Apesar de minha família não seguir a risca os costumes. Como por exemplo temos televisão e isso não é adequado. Mas relacionar com alguém fora da congregação e engravidar sem ao menos estar noivo, foi muito humilhante para eles. Se bem me lembro foi assim..._ Como você pode estar grávida se nem estava namorando!_ berrou meu pai.
Contei para minha mãe a dois dias, ela desconfiou dos meus enjôos e bem eu nunca tive uma boa memória, então todo mês pegava os absorventes de minha mãe e de repente parei de pegar. Como ela não é tola somou um mais um.
_ Não sei pai...
_ Não sabe! Não sabe! Você só pode estar de brincadeira comigo. Era para você ter relacionado com um rapaz decente, casado e no fim engravidado. Mas você agiu pelas minhas costas! Como uma vadia!
_ Meu bem, não fale assim. _ disse minha mãe.
_ E como você quer que fale? Sua filha trouxe uma desgraça na família. Como os membros da congregação iram reagir a tudo isso! Eu tenho vergonha de você._ e apontou para mim, abaixei a cabeça e fiquei quieta.
Apesar de estar errada, não era justo ele afirmar que um filho era uma desgraça, porém não podia responder meu pai. Já era uma vergonha para ele._ Olhe para mim!_ gritou_ Quem é o pai dessa criança?
O negócio fedeu de vez! Simplesmente não podia dizer quem era o pai. Se falasse que o pai da criança era um homem rico dono de umas das maiores redes de supermercados, talvez meu pai fosse gostar e então eu teria que olhar na cara daquele escroto de novo. Meu pai o obrigaria casar e concerteza ele não iria querer. Como é mesmo? Uma prostituta.
Tudo bem, o problema não é só esse. Eu não quero vê-lo nunca mais. Meu orgulho foi ferido. Não serei humilhada por ele.Por outro lado meu pai pode não acreditar, como uma pobretona conheceu Nicolas Roriz.
Melhor não arriscar!_ Fala logo Clara! Quem é o pai dessa criança?_ ele estava esterico. Nunca havia visto meu pai daquela forma.
_ Eu não sei. _ falei rapidamente não consegui raciocinar com meu pai gritando comigo.
_ Aquele maldito enfiou um pinto em sua vagina e você não sabe quem é!
_ Não sei pai. Eu estava em uma festa com algumas amigas e bebi um pouco. Tinha muitos rapazes e eu não sei.
_ Anda, fala logo!
_ Eu transei com vários naquela noite, não sei quem é o pai!_ meu rosto voou longe com o tapa que meu pai deu. De tantas histórias que podia inventar eu disse aquela, parabéns para mim.
Eu podia ter dito. Então pai, eu estava saindo com um rapaz, mas ele simplesmente sumiu, não tenho mais o contato dele. Mais não! Acabei dizendo que transei com vários! Agi como uma prostituta. Talvez eu tenha uma alma promíscua.
_ Eu tenho nojo de você! Saia! Saia agora de minha casa! Eu não tenho mais filha!
A sentença havia sido dada. Subi até meu quarto, peguei uma mochila velha do tempo da escola, enfiei o que coube de roupa e desci novamente.
Meu pai estava sentado no sofá com a cabeça baixa e minha mãe a seus pés o confortando. Ela olhou para mim e não disse nada. Em seu rosto eu via a decepcao, meus olhos encheram de lágrimas. Nunca quiz decepcionar minha mãe. Abri a porta e sai para rua sem rumo.
Naquele momento eu me senti morta. Para onde eu iria...
Era uma decepção! Uma nojenta promíscua! Uma burra medíocre! Todos os piores adjetivos eram meus por mérito.
Cansada de tanto pensar, deixei minha mente vazia, a única luz que permeou minha mente foi: Sim eu morri! Mas Deus deu uma vida dentro de mim e é por ela que vou lutar.
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Vivendo Um Pesadelo
RomansaEu sempre ouvi falar sobre amor à primeira vista, mas nunca acreditei. Esse amor que entorpece, alucina todos os seus sentidos deixando você anestesiado. Isso só tem em livros. Talvez uma paixão poderia até existir. Mas amor acho meio impossível. En...