Capítulo 17

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Seis horas em ponto, Bela e eu ficamos pronta e esperava a chegada de Nicolas. Melissa havia saído. Ela ficou muitas horas ajudando a nos arrumar. Confesso, estava tudo perfeito, perfeito até demais.

Ouvi uma batida na porta, levantei e segui até ela para abrir. Porém fiquei alguns segundos segurando a maçaneta da porta. Insegura, refleti se essa seria uma boa ideia, continuar e seguir em frente ou acabar com todo o teatro. Um frio percorreu minha barriga, como saber se estava dando um passo certo? Será que Nicolas esta realmente sendo sincero e eu negando o direito de minha filha de ter um pai? Ou ele queria zombar de minha cara como no nosso primeiro encontro e se aproveitar novamente da situação? O que ganharia com isso? Apesar que todas as vezes que estivemos juntos de alguma forma terminamos em contato mais íntimo. O que me faz pensar, porque eu? Ele pode ter quem quiser e para que envolver Bela nisso?

A batida na porta tirou-me dos pensamentos. Abri e minhas isis deleitam com a visão a minha frente.
Até os anjos com sua beleza angelical teriam inveja de Nicolas. Em seu terno preto, gravata vermelha, uma barba rala e cabelo alinhado. Estava maravilhoso.

_ Só vou pegar minha bolsa e já vamos._ disse tentando evitar olhar tanta perfeição, virei e chamei Bela que estava no quarto e peguei a bolsa no sofá.

Quando voltei a olha-lo Nicolas me encarava paralisado.

_ Você está bem?_ perguntei assustada, analisando seu silêncio.

Logo Bela sai do quarto, gritando papai e pulando em seu pescoço e aquele estado de transe saiu de seu rosto. Nicolas abriu o mais lindo sorriso, finalizando seu visual arrasador.

_ Oi papai, como você está bonito. Né mamãe?_ olhou para mim e disse não dando tempo de responde-la_ A mamãe também está linda né papai?

Nicolas voltou seus olhos para mim e uma adrenalina bombeou meu organismo, dando choques por toda extensão.

_ Perfeita... _ sussurrou ofegante, olhando estranho para mim.

Tranquei a porta e seguimos até seu carro. Bela tagarelava o tempo todo.

_ Ontem papai, eu, a mamãe e a tia Mel fomos ao shopping fazer compras. Minha mãe comprou esse sapato_ levantou o pé da cadeira apontando, Nicolas que estava dirigindo, virou para olhar mas sem tirar atenção da direção_ Não é lindo?

_ Sim pequena.

_ Mamãe disse que era caro para burro, que deixou seu fígado na loja. Eu disse que não precisava, mas ela comprou assim mesmo_ Nicolas me encarou e minhas bochechas estavam vermelha de vergonha.

_ Se quiser te dou o valor que gastou, já está na hora de repor tudo que fez por ela._ disse baixinho, apenas para eu ouvir.

_Não preciso do seu dinheiro!_ respondi ríspida_ Nunca precisei! Posso me virar sozinha, obrigada.

_ Mamãe comprou esse vestido também, ela está linda né?_repetiu novamente. Bela já estava me irritando, Nicolas me observou dos pés a cabeça e confirmou._ A tia Mel que fez nossa maquiagem. Mamãe reclamava o tempo todo com a tia. Disse, não precisa de tudo isso, não quero chamar atenção, quero passar despercebida...

Enquanto Bela falava e falava, minhas bochechas envermelhava. Porque será que criança tem que ser sincera e fofoqueiras.

_ O que é despercebida? Fiquei com essa palavra na cabeça.

_ É o mesmo que não chamar atenção, não ser notado. Concerteza não vai ser o caso._ olhou novamente meu corpo.

Eu sabia que o vestido não era o ideal. Que merda! Me sinto ridícula.

Vivendo Um PesadeloOnde histórias criam vida. Descubra agora