Capítulo 8

141 18 13
                                    

Enquanto Nimbus estava escondido observando os estranhos que haviam chegado há poucos minutos, Lonios apenas mantinha sua postura relaxada e displicente, apesar de todos os inimigos estarem com as armas desembainhadas e se preparando para atacá-lo. Ele não movia um músculo e mantinha um sorriso zombeteiro nos lábios, até que quebrou o silêncio constrangedor, perguntando:

— A senhorita não seria Violentina a Retalhadora?

— Parece que minha reputação chegou até aos ouvidos de cavaleiros — a moça falou enquanto sorria cinicamente para Lonios.

— Claro que sim, cavaleiros como nós temos que estar cientes quando valentões se destacam por seus atos horríveis, principalmente os habituados a fazer cobranças a camponeses embriagados e indefesos.

— Não somente camponeses, mas também cavaleiros, pelo que nos contaram o senhor não é grande coisa, tomou várias surras durante a sua estadia no cassino de Calamidade.

— Vejam bem, como eu falei, eu posso apostar que vocês estão habituados a fazer cobranças a pessoas embriagadas e eu estou sóbrio há muito tempo.

"Bêbado? Droga onde eu fui me meter? Deveria estar com a minha mãe, e não com um cavaleiro alcoólatra e decadente" Nimbus não pôde deixar de pensar enquanto observava a conversa, por entre os arbustos.

Lonios assoviou. Nimbus sabia que essa era a sua deixa, mesmo assim Tempestade se agitou até se livrar e saltar por sobre os arbustos, no mesmo instante ele montou em Trovador e seguiu a égua.

Notando que os cavalos se aproximavam, Violentina sacou o seu sabre e nesse mesmo movimento desferiu um golpe contra Lonios que desviou por um triz de um golpe fatal, ele rolou no chão e sacou a sua espada comum se defendendo da próxima investida da moça.

Quando Tempestade passou por eles, Lonios saltou sobre o animal e saiu à galope, seguido de perto por seu escudeiro.

Violentina calmamente observou seu sabre e lambeu o sangue vermelho que manchava a ponta da sua lâmina.

— Agora você não me escapa — ela falou baixinho, com um brilho assustador nos olhos. — Vamos pegar esse maldito — ordenou enquanto montava seu cavalo.

Desajeitadamente os agiotas seguiram o exemplo de sua líder e partiram atrás dela.

A perseguição durou algumas centenas de metros por entre a trilha na mata fechada com os agiotas gritando e xingando enquanto cada trote dos cavalos se aproximavam mais, a única coisa que dificultava sua aproximação era a trilha que tinha um espaço mínimo, onde não passaria uma carroça.

— Logo eles vão nos alcançar, os nossos cavalos estão carregados e os deles não — Lonios falou enquanto passava a mão sobre o pescoço, quando a retirou ela estava toda ensanguentada, aparentemente a Caçadora havia conseguido acertar o seu pescoço.

Ao ver isso, Nimbus arregalou os olhos e olhou freneticamente entre Lonios e os perseguidores. "Merda! Onde eu fui me meter, estou sendo perseguido por agiotas, Lonios está ferido, sou comparsa de um criminoso e futuramente um escudeiro sem mestre, sou tudo que minha mãe não queria que eu fosse". Nimbus pensou novamente enquanto cavalgavam e Trovador ofegava, como nunca antes ele havia visto.

— Mas não se preocupe, eu tenho um plano, aposto que eles não vão nos perseguir depois dessa. — Lonios ignorou o sangue na mão e a levou até o cabo da Indolente.

Lonios, ao passar rente uma grande árvore, desembainhou novamente a espada escarlate e, com um único e incrível golpe, a derrubou com um corte diagonal. A princípio pareceu que ele havia errado a árvore pois a lâmina não sofreu nenhuma resistência ao passar pelo seu caule, mas segundos depois o corte fez a enorme árvore cair lentamente atravessada sobre a estrada, forçando os agiotas a pararem bruscamente, empinando os cavalos.

Nimbus e os Cavaleiros de CenferumOnde histórias criam vida. Descubra agora