Os cavaleiros do Governo...
A viagem foi como a anterior, longas cavalgadas e horas de treinamento com espadas, dessa vez Lonios também ensinou Nimbus a lutar com facas e usar o arco e flechas, e ficou claro que o garoto não tinha muito talento para combates a longa distância, ele era um desastre em arquearia. O cavaleiro então finalizou esse treino. Sua prática ficou restrita à espada e esporadicamente, o uso do arco. Lonios frisou que se Nimbus soubesse usar bem uma espada, se sairia bem com outros tipos de lâminas e armas afins. Já os guardas que os acompanhavam se limitavam a admirar o treinamento dos dois, em silêncio, fazendo comentários entre eles em momentos oportunos, mas nunca se aventurando a treinar junto. Quando terminava a cavalgada do dia, apenas montavam seus pavilhões e a fogueira e ficavam deitados descansando ou de guarda, sob ordens de Lonios. Não caçavam, somente gastavam as suas abundantes provisões, claro que Lonios e Nimbus os ajudavam a gastar os pães, embutidos e carne seca de ótima qualidade que eles ofereciam, nada mais justo, após providenciar o espetáculo de treinamento que eles protagonizavam.
No entanto, os soldados não pareciam muito impressionados, quem sabe por estarem acostumados a ver o treinamento de outros cavaleiros, isso Nimbus nunca iria saber pois, depois de quase duas semanas de viagem e treinos, eles chegaram a Cameron. Era perto do meio-dia e o sol estava a pico e a cidade era a menor em que o garoto já estivera, não muito maior do que a favela Juramento, embora a cidade possuísse muralhas como Aldair elas não eram tão imponentes e bem construídas e mesmo que o castelo de Verão fosse luxuoso, ele não se comparava ao Palácio da Solidão, no entanto era bonito e aconchegante ao seu jeito. Nele foram construídas três torres, a do meio era bem mais alta que as outras e as muralhas eram quase tão altas como as da cidade. Antes de chegarem no local, Sãr Lonios deu um aviso a Nimbus.
— Nimbus, cavaleiros andarilhos não são muito bem-vindos entre outros cavaleiros, eles nos consideram inferiores por não termos um senhor para nos dar ordens, eles com certeza vão me tratar mal, mas talvez sejam um pouco hostis com você também. Entende?
Nimbus consentiu.
— Tudo bem então, haja o que houver, não revide as provocações, quero que me prometa isso.
— O senhor quer que eu fique quieto se me tratarem mal? É isso? — Nimbus falou um pouco inconformado, mesmo sendo um garoto tímido, ele era cabeça quente e sabia disso, não conseguiria resistir a provocações.
— Sim, é uma ordem Nimbus.
Nimbus consentiu de má vontade.
— Eu prometo não revidar perante as provocações! Repita Nimbus — corrigiu Lonios.
O garoto repetiu palavra por palavra sem muito entusiasmo.
— Muito bem, vamos indo então.
Eles se aproximaram do portão, mas dessa vez ele não se abriu antes de eles chegarem, como aconteceu na capital, apenas um homem no topo da muralha gritou:
— QUEM VEM LÁ!
— SÃR LONIOS, O ANDARILHO, ESTAMOS AQUI POR ORDEM DO GRANDE LÍDER.
O portão duplo, enorme, começou a se abrir e dele saíram dois guardas com lanças. Eles não usavam armaduras completas como as do Palácio da Solidão, eram meros guardas, talvez os mesmos que patrulhavam a cidade.
— Prove que você é um cavaleiro e que o Grande Líder o enviou — disse um dos guardas, batendo a sua lança no chão. Ignorando os guardas do governo em armadura completa ao lado de Lonios.
— Aqui está — Sãr Lonios retirou uma carta de dentro do seu sobretudo e entregou ao guarda, a carta estava selada com cera, e o brasão do Governo estava marcado ali. O guarda abriu a carta e a examinou. Após ler o seu conteúdo ele fez uma reverência e falou.
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Nimbus e os Cavaleiros de Cenferum
FantasyEm um mundo onde continentes flutuam sobre nuvens mortais onde monstros colossais ameaçam a humanidade, um jovem idealista e um cavaleiro desonrado embarcam em uma jornada desesperada a bordo de uma das últimas naves, para salvar os últimos vestígio...