Capítulo 17

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Reunião...

A viagem estava apenas começando e ele já estava cansado, estava correndo há várias horas de um lado para o outro cuidando para que todos os suprimentos fossem carregados pois, se faltasse alguma coisa poderia ser a diferença entre a vida e a morte numa viagem como aquela. Agora ele estava deitado na sua cama pouco confortável com as mãos como um travesseiro, atrás da cabeça, analisando as junções das placas de metal do teto e os rebites que as mantinham unidas, ele estava aproveitando aquele momento para descansar um pouco e relaxar, mas não durou muito, alguém bateu na porta e logo após do som da batida veio o som de uma voz.

— Sãr Lonios o Capitão o espera na ponte — depois disso, silêncio. Lonios levantou lamentando o seu destino, mas desistir estava fora de cogitação, ele não poderia negar esse favor ao seu velho amigo.

Se recompôs e saiu pela porta, dessa vez ele apenas a bateu, sem se preocupar em trancar, não seria roubado logo no primeiro dia de viagem, pensou. Depois caminhou a passos largos até o convés, como ele tinha uma função de destaque nessa missão, seu camarote ficava a poucos metros da escada em caracol que levava até uma sala panorâmica com janelas de vidro em todas as paredes, trazendo uma visão de trezentos e sessenta graus da nave e de tudo à sua volta. No convés estava a torre de vigília, que ficava na parte posterior da nave onde soldados se revezavam vinte e quatro horas por dia na observação do azul selvagem. Esta não passava de um mastro de metal onde havia outra escada em caracol no seu interior. A torre também era usada para guardar os balões de estacionamento, que eram enrolados após a partida da nave, nesse momento eles estavam cheios e podia-se ver as tochas de fogo esquentando o ar para manter esse gigante de várias toneladas, no ar. A torre de vigília se erguia como a cauda do grande monstro de aço, a nave realmente lembrava um sapo com uma cauda em pé, como Nimbus costumava falar.

Chegando à sala, ele se deparou com o próprio capitão na cadeira de direção da nave. Mas o que mais chamou a sua atenção foram os equipamentos distribuídos por todas as paredes, com os mais diversos tipos de relógios, alguns eram completamente redondos com ponteiros e escalas diversas dentro dos seus visores de vidro, alguns eram apenas uma meia lua, metade de um relógio com um ponteiro, e na sua volta, sistematicamente, pequenas alavancas, cada uma em uma posição diferente, algumas com escalas marcadas na base de onde elas partiam, outras somente com dizeres de liga e desliga.

Aquela era uma das pontes de comando mais bem equipadas em que ele já havia estado, sem dúvida se conseguia controlar toda a nave a partir dali, estava explicado o porquê dela ter escapado de uma frota inteira de naves piratas.

— Faltava só você, Sãr Lonios, espero que não nos deixe esperando na próxima vez, em uma nave do nível da nossa não existem tais regalias — o capitão o repreendeu, e parecia ter gostado de fazer isso.

Lonios apenas manteve o silêncio e se colocou ao lado de Elisis. Adon não pareceu gostar muito pois lançou um olhar fulminante sobre os dois, incisivo como uma flecha. Lonios novamente ignorou a atitude do velho, certamente era ciúmes, pensou.

— Como todos estão aqui e está tudo certo, acho que este é o momento de partir. — Ele pegou o que pareceu ser um pequena caixa com um cordão de metal ligado a ela, e falou — Doutor Henry, qual a situação? Tudo certo?

— Sim capitão, todos os sistemas operantes e dentro da normalidade — o capitão recebeu como resposta de outra caixa num painel na parede.

— Esse Capitão Jones gosta mesmo de perguntar, se está tudo certo — Lonios se virou para Elisis e falou baixinho, ela sorriu e tentou disfarçar abaixando a cabeça, mas não conseguiu aguentar por muito tempo e soltou uma risadinha um pouco mais audível.

— Algum problema Sãr Lonios? — perguntou o capitão, quando escutou a risadinha de Elisis.

— Problema algum capitão, tudo certo — Lonios falou, ironizando.

Nimbus e os Cavaleiros de CenferumOnde histórias criam vida. Descubra agora